quarta-feira, 21 de junho de 2023

Resenha Pictures At An Exhibition Álbum de Emerson, Lake And Palmer 1971

 

Resenha

Pictures At An Exhibition

Álbum de Emerson, Lake And Palmer

1971

CD/LP

Eu quando conheci o ELP, nunca tinha visto esse álbum... Pra mim era do ELP de 70 partindo pra Tarkus e Trilogy logo em seguida. Mas me enganei. Até o lançamento mais formal no canal oficial da banda no YouTube, pouco se encontrava algo sobre o álbum, e a playlist que o Google fornecia com apenas 6 músicas não ajudava em nada (aliás ainda hoje é confuso a playlist correta de alguns álbuns que o Mr. G. disponibiliza). Mas quando tive contato com o álbum de forma mais clara da primeira vez, tudo explodiu.

Virtuosismo atrás de virtuosismo. A adaptação do clássico de Modest Mussorgsky, passou muito bem pelas mãos de quem já adaptou Béla Bartók e Janacék. 

A primeira aparição de Pictures foi no festival da Ilha de Wight em 1970, num formato mais compacto. Mas depois, no Newcastle City Hall, o trio mostrou a rodo sua capacidade, onde tivemos o equivalente a 37 minutos de música.

A primeiro, temos "Promenade/The Gnome/Promenade II/The Sage/". Emerson entra com o moog como uma orquestra de teclas, depois a bateria avança fazendo entradas com intervalos até o momento de Lake interferir com o baixo. Nesse momento, a banda segue na passagem que a bateria ininterruptamente, até Emerson decretar o som elétrico fazendo um pequeno intervalo com uma espécie de "vento sintetizado", até que o teclado volta encerrando The Gnome. Depois, timidamente (e bem timidamente, já que quase não dá pra escutar o órgão caso não esteja prestando atenção), Promenade retorna com os vocais de Lake mostrando força, mas o segmento é curto, já vindo outro "corte eletrônico" de Emerson até desembocar em The Sage, onde Lake retorna mostrando um vocal impecável e dedilhado de um verdadeiro violeiro. 

"The Old Castle/Blues Variation" novamente faz Emerson se soltar, mostrando uma faceta completamente eletrônica do moog, de modo que nem parece ser algo vindo da década de 70. Essa também é uma passagem que dura pouco e já "embrasa" em Blues Variation, onde novamente vemos o bom e velho estilo sonoro próprio de teclado em ação. Aqui, temos um blues mais acelerado com algumas baixas de tempo, mas retornando ao ritmo até finalizar (e se escutar atentamente, dá pra notar alguns ruídos de moog de fundo). 

"Promenade/The Baba Yaga/Great Gates of Kiev (with Promenade Reminescense)" coloca em xeque sobre os créditos da criação do Heavy Metal (que até hoje vivem disputando sobre se quem foi o precursor foi Deep Purple ou King Crimson). Começando com novamente Promenade (dessa vez mais completa, mas sem vocais), caindo numa nova camada de som de forma espontânea na suite de Baba Yaga, com Emerson mostrando novamente o que sabe fazer de melhor, numa seção completamente pauleira, tendo uma nova baixa com a entrada de Curse of Baba Yaga, e quando pensamos que Promenade vai entrar novamente, o grupo engana e se quebra em som pesado com os ânimos no alto, retornando com The Hut, vezes mais agressivo que no começo. Nisso, o grupo já emenda sem mais nem menos com Great Gates of Kiev (que se tornou um dos trechos mais conhecidos da suite), e novamente Lake eleva sua voz fazendo o conjunto completo soar como algo épico de fim de jornada. Novamente aqui temos mais um interlúdio, onde temos um retorno mais tímido e com uma reminessência de Promenade. Mais uma vez, somos trolados pela banda que faz pensar que voltaremos ao épico de Great Gates, mas, assim como uma linha de ônibus que quando chega próximo ao ponto final, faz um desvio inesperado em ruas próximas para aí sim chegar ao destino, Emerson, novamente desvia para a rua dos violoncelos, fazendo um sintetizado próximo ao instrumento e quebra o moog em distorções eletrônicas tal qual Vivaldi com o Curved Air. Só depois que retornamos enfim a Great Gates of Kiev, que se fecha magnificamente, mostrando a força de Lake encerrando a grande suíte de Modest Mussorgsky, Pictures at An Exihibition! 

Mas espera!!! Ainda não acabamos... Temos um Encore de uma adaptação de Tchaikovsky, com Nutrocker (O Quebra-Nozes). Aqui novamente é mostrado toda a força do grupo, mas num encerramento mais leviano e cômico (mas aparentemente, Lake gostou, já que ele dá gritos de emoção no decorrer da faixa). E Nutrocker se encerra lentamente num ritmo de blues encerrando o álbum completamente!

Enfim, um álbum fantástico que só podia ter saído do ELP e seu estilo único, tornando tudo isso dele, um trabalho clássico da banda. Como eu geralmente considero os extras nas discografias (às vezes), esse álbum tem duas versões. A versão original do show em Newcastle City Hall, e do Lyceum Theater ambos de 1971, as músicas variam e no segundo, não temos Nutrocker. 

Pictures depois de algum tempo, não foi mais reproduzida totalmente, com o grupo fazendo somente Promenade/Gnome e Baba Yaga/Great Gates, como visto em Works Live de 1979 e In Hot Seat de 1994. Ainda neste último, foi incluso The Sage, onde esta também tem uma faixa isolada.

Tecnicamente, esse é na discografia geral, o terceiro álbum do grupo, mas considero como o segundo e se levar em conta a gravação (que ocorreu antes de Tarkus), é de fato o segundo.


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