quinta-feira, 13 de julho de 2023

52 anos de ”L.A. Woman”: A perfeita despedida de Jim Morrison

 Chegou a hora de falar sobre The Doors, muito provavelmente a banda americana mais importante dos anos 60 possui uma discografia perfeita, cheia de histórias polêmicas e instigantes. Infelizmente a carreira da banda acabou em apenas 5 anos mas pelo menos a gente pôde ser presenteados com 6 discos irretocáveis. Hoje o último disco do The Doors com Jim Morisson está completando exatos 52 anos, o grande ”L.A. Woman”!

Vamos recordar oque rolava na banda. No ano de 1970 eles haviam lançado um de seus melhores discos, o fantástico ”Morrison Hotel”, um disco bem contemporâneo para a época, mais cru que o os últimos e que deu uma nova cara à banda. O The Doors ainda estava atravessava um momento turbulento por conta de Jim Morrison estar passando por um processo judicial por supostamente ter mostrado sua genitália durante um show da banda, depois disso, noto que Jim sofreu uma grande mudança psicológica, seu comportamento havia mudado drasticamente e sempre parecia abatido.

Além da postura, Jim mudou a aparência, passou a adotar um visual mais discreto e cultivou uma longa barba, optou por fazer músicas menos complexas instrumentalmente e mais focadas no blues e na simplicidade, sem tanta improvisação e experimentação. No disco homenageado de hoje, podemos notar essa característica bem proeminente.

Após ter resolvido o processo judicial, o diferente Jim Morisson, juntamente ao The Doors, começaram as gravações de seu próximo disco, o ”L.A. Woman”, desta vez, a linha seria parecida com seu último disco, uma sonoridade mais crua em sua maior parte e menos tempo gasto com uma grande produção como havia sido em ”The Soft Parade.”

Eu diria que a grande sacada que casou muito bem com o The Doors, foi gravar ”L.A. Woman” de uma forma bem despretenciosa e descontraída, isso é nítido ao ouvir o resultado final. A banda improvisou um estúdio num prédio e as gravações ocorreram naquele estilo que quase sempre da certo, vocal no banheiro, bateria e guitarra em cômodos separados e por ai vai, a vibe é foda. O resultado foi um disco pronto em 6 dias, sem grandes pretensões porém emblemático.

Falando um pouco sobre os destaques do disco, ele abre com ”The Changeling”, apesar do clima misto nos bastidores, a vibe simples e dinâmica de rock n roll que essa faixa transmite, representa um momento bem maduro da banda, até pelo vocal de Jim Morrison. ”Love Her Medly” é uma de minhas favoritas, uma grande clássico, uma faixa divertida e empolgante, tenho certeza que seria um ponto alto nos shows da banda posteriormente. O blues também está muito presente em faixas como ”Been down so long’‘ e ”Cars Kiss by My Window”. O disco também conta com a faixa título ”L.A. Woman”, um verdadeiro clássico desse disco, o videoclipe também é foda, talvez seja minha preferida do disco, uma pedrada. O disco ainda fecha com a música que talvez seja o maior clássico da história da banda, ”Riders On The Storm”, está entre as 5 linhas de baixo mais marcantes de todos os tempos, uma composição simples porém obscura, climática e grandiosa, com mais de 7 minutos de duração é quase que uma irmã de ”Light My Fire”, uma composição única!

Jim Morisson faleceu aproximadamente 3 meses após o lançamento de ”L.A. Woman”. Não sei qual seriam os planos de Jim para o futuro do The Doors, mas acredito que ele fechou a discografia da banda de uma maneira muito digna, com muita dedicação e inspiração. O disco é perfeito e hoje em dia está facilmente entre meus 2 favoritos. A banda encerrou a carreira discográfica da mesma maneira espontânea que começou. Celebremos os 52 anos de ”L.A. Woman”!




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