sábado, 29 de julho de 2023

BIOGRAFIA DOS Nação Zumbi

 

Nação Zumbi

Nação Zumbi (originalmente Chico Science e Nação Zumbi) é uma banda brasileira, nascida no início da década de 1990 na cidade do Recife. Surgiu da união do Loustal, banda de pós-punk, com o bloco de samba-reggae Lamento Negro, liderada pelo vocalista e compositor Chico Science. Ao lado da banda Mundo Livre S/A, foi responsável pela criação do movimento cultural manguebeat.[2] Com Chico Science, gravou apenas dois álbuns, ambos discos de ouro, que contaram com participações especiais de grandes nomes da música brasileira, como Gilberto Gil e Jorge Ben Jor, e renderam turnês pelo Brasil, Europa e Estados Unidos.[3] Ambos os álbuns figuram na lista dos cem melhores álbuns brasileiros de todos os tempos da revista Rolling Stone, em 13° e 18° lugar.[4] Foi eleito pela Associação de Críticos Musicais de São Paulo como o melhor grupo musical brasileiro de 1996.[5] Com sua mistura original de gêneros musicais, é uma das bandas mais influentes da história brasileira.[6][7]

Em 1997, aos 30 anos, o líder Chico Science faleceu em um acidente de carro.[8] Desde então, a banda é conhecida apenas por Nação Zumbi. Os vocais de Science foram substituídos pelos de Jorge Du Peixe, outro membro da banda. Após o incidente, a Nação Zumbi não obteve mais tanto sucesso comercial, mas mantém uma dedicada base de fãs, lotando shows no Brasil e exterior. Em 2006, apresentou-se no programa de TV britânico Later with Jools Holland[9][10], que convida destaques da música de todos os cantos do globo.[11][1]

História

Início, Movimento Mangue e primeiro contrato

No ano de 1991, em Olinda, aconteceu o primeiro show da banda, com o nome provisório de "Loustal & Lamento Negro", numa festa chamada "Black Planet".[12][13] Neste mesmo ano, Chico Science e Fred Zero Quatro (do grupo Mundo Livre S/A) escreveram um Release, que acabou virando um manifesto do movimento Manguebeat, o "Manifesto dos Caranguejos com Cérebro"[14][15], que tem como símbolo, uma antena parabólica colocada na lama, tornando-se assim um dos principais movimentos e banda dos anos 90 no Brasil, lutando por melhorias sociais na vida da população, não só do Recife e do Estado de Pernambuco, mas como de todo país.

A presença da tecnologia é uma marca do movimento, que engajava-se para a melhor exploração do mangue, alertando a todos que ali encontra-se os Caranguejos com cérebro, sempre antenados. O grupo se identifica com o movimento estético afrofuturismo, que une elementos africanos e ficção científica.[16]

Em julho de 1993, a banda assinou um contrato de 40 mil dólares com o selo Chaos, uma subsidiária da Sony Music, tendo feito apenas dois shows fora do seu estado natal (um show em Belo Horizonte e outro em São Paulo), e logo em seguida entra em estúdio para gravar seu álbum de estréia, Da Lama ao Caos, lançado em Abril de 1994. De início, as vendas foram modestas, mas com o tempo o disco emplacou, chegando a disco de ouro (100.000 cópias na época) em 1995. O disco seguinte, Afrociberdelia, também conquistou disco de ouro.[17]

Morte de Chico Science

Chico Science morreu no final da tarde de um domingo do dia 2 de fevereiro de 1997,[18] em um acidente de automóvel quando dirigia o carro de sua irmã do Recife a Olinda. Às 18h30, ele estava sozinho ao volante na estrada quando seu carro se chocou com um poste depois que um outro veículo teria fechado a passagem de seu Uno. Chico ainda foi socorrido por um policial que estava passando num ônibus e o levou ao Hospital da Restauração, mas o jovem cantor e compositor não resistiu e chegou ao hospital morto.[19][20] O enterro aconteceu na segunda-feira do dia 3 de fevereiro de 1997, no Cemitério de Santo Amaro, localizado no Recife.[21][22][23][24]

Formações

No início o grupo tinha vários membros temporários, principalmente percussionistas (inclusive Otto já tocou com a banda) e não há informações detalhadas. A formação considerada "original" consistia em Chico Science nos vocais, Lúcio Maia na guitarra e Dengue no baixo (trio da Loustal); Toca Ogan na percussão, Gilmar Bola 8 e Gira nas alfaias (tambores maiores), junto a Canhoto na caixa, eram o coração percussivo do Lamento Negro/Daruê Malungo. Por fim, Jorge completou o time que se consolidou e gravou o primeiro álbum.[25]

Depois da turnê internacional do álbum Da Lama ao Caos em 1995, Canhoto deixou a banda e em seu lugar entrou o baterista Pupillo. Com esse line-up o grupo gravou o seu segundo álbum Afrociberdelia. Dois anos depois, já sem Chico, mas mantendo os membros remanescentes do álbum anterior, sai o CSNZ. Em 2000 o quarto álbum mostra Jorge Du Peixe assumindo integralmente os vocais e Marcos Matias (que já estava presente nos shows desde 1998 e participado do clipe "Malungo") o substitui oficialmente na alfaia. Pouco depois Gustavo da Lua (ex-percussionista do Sheik Tosado) ocupa a vaga de Gira, que havia deixado o grupo.[26]

Foi a composição que mais durou no conjunto, aproximadamente 8 anos.[27]

Em 2011 Marcos Matias sai do grupo sendo sucedido temporariamente por Ramon Lira, filho de Du Peixe. Já em 2014, ano em que a Nação Zumbi retorna de um hiato de dois anos e lança um novo álbum (o segundo autointitulado "Nação Zumbi"), Walace 'Tom' Rocha integra a alfaia e a percussão.[24]

Quase 7 anos após o fim de sua primeira passagem, Marcos Matias volta a fazer parte do grupo.[28]

Entre a saída de Bola 8 e volta de Marcos (pouco mais de dois anos), a banda se apresentou com apenas dois membros nas alfaias. Com o afastamento de Pupillo, Tom Rocha assume a bateria e o fato volta a acontecer.[29]

Saída de Gilmar Bola 8

No final de 2015, ao sair na imprensa recifense a notícia de que Gilmar Bola 8 estava deixando o Nação Zumbi, ambos trocaram acusações pelas Redes Sociais. O músico afirmou que tinha sido expulso sem motivo aparente e o grupo, por sua vez, alegou, por Nota Oficial no Facebook, problemas internos com o músico.[30][31]

Falecimento de Gira

José Givanildo Viana Dos Santos, o Gira, faleceu no dia 14 de junho de 2017 no Hospital Metropolitano Norte Miguel Arraes (HMA) em Paulista (Cidade-Satélite da Região Metropolitana Do Recife) por uma parada cardíaca que teve enquanto estava internado. O músico se encontrava numa situação tanto financeiramente quanto neurologicamente muito difícil e nos últimos meses estava morando em um fiteiro (espécie de barraca de venda de produtos como doces e tabágicos bastante comum na RMR).[32] Em entrevista para o Viver, Gilmar, que era um dos poucos que ainda tinham contato com Gira, disse que soube do falecimento de Gira por telefone.

"Eu gostava muito dele. Eu falava 'Bora tocar, Gira', e ele parecia sempre desanimado. [...] Da última vez que vi Gira, ele tava largado no chão e com feridas no corpo. Eu falava sobre fazer música, mas ele só dizia que não tinha dinheiro. [...] Gira morava em uma espécie de fiteiro. Eu ficava muito chateado com isso, eu até dizia para as pessoas, mas ninguém me ouvia." [33][34]

Saída de Pupillo

Pupillo deixou a Nação Zumbi para dedicar-se a carreira de produtor em setembro de 2018.[35]

Pausa, retorno e saída de Lúcio Maia

Em Abril de 2022, o Nação Zumbi anunciou uma pausa por tempo indeterminado.[36]

Em Abril de 2023, Dengue, em entrevista ao Jornal Do Commercio (Recife), comunicou que o Nação Zumbi está voltando às atividades e focando na produção de novos Singles, porém sem Lúcio Maia.





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