A cidade, tu, e eu
Helena Rocha / Alfredo Duarte *fado cravo*
Repertório de António LaranjeiraDentro da minha garganta
Há uma mulher que canta
Um fado lento e sentido;
Só para amar de verdade
E depois sentir saudade
Vale a pena ter nascido
A cidade onde desperto
Fica tão longe e tão perto / Do vão da minha janela
Que sou feliz quando penso
Que nem sequer me pertenço / Porque faço parte dela
Gosto da noite em que canto
O amor, o ciúme, o pranto / E os segredos que não digo
Sinto-me bem na cidade
Posso perder-me á vontade / Porque me encontro contigo
No cansaço da procura
Nem a ilusão perdura / Já tudo se esvaneceu
Percorridos os caminhos
Ficamos os três sózinhos / A cidade, tu, e eu
Há uma mulher que canta
Um fado lento e sentido;
Só para amar de verdade
E depois sentir saudade
Vale a pena ter nascido
A cidade onde desperto
Fica tão longe e tão perto / Do vão da minha janela
Que sou feliz quando penso
Que nem sequer me pertenço / Porque faço parte dela
Gosto da noite em que canto
O amor, o ciúme, o pranto / E os segredos que não digo
Sinto-me bem na cidade
Posso perder-me á vontade / Porque me encontro contigo
No cansaço da procura
Nem a ilusão perdura / Já tudo se esvaneceu
Percorridos os caminhos
Ficamos os três sózinhos / A cidade, tu, e eu
A cigarra e a formiga
Carlos Conde / Alfredo Duarte
Repertório de Alfredo Marceneiro
Aquela fábula antiga
Da cigarra e da formiga
Mudou de forma invulgar
Hoje a formiga é criada
De uma cigarra emproada
Com manias de cantar
Enquanto uma se atrofia
Na lida do dia a dia / Entregue a labor insano
Faz a outra recitais
E num dia junta mais / Do que a primeira num ano
Essa lenda em que a cigarra
Tinha a mania bizarra / De só de inverno esmolar
Já lá vai, já se acabou
E como tudo mudou / Nem disso se quer lembrar
A formiga é caprichosa
Mas a cigarra orgulhosa / De uma vida de cantigas
Finge até não dar por nada
Só p’ra não ter a maçada / De sacudir as formigas
Da cigarra e da formiga
Mudou de forma invulgar
Hoje a formiga é criada
De uma cigarra emproada
Com manias de cantar
Enquanto uma se atrofia
Na lida do dia a dia / Entregue a labor insano
Faz a outra recitais
E num dia junta mais / Do que a primeira num ano
Essa lenda em que a cigarra
Tinha a mania bizarra / De só de inverno esmolar
Já lá vai, já se acabou
E como tudo mudou / Nem disso se quer lembrar
A formiga é caprichosa
Mas a cigarra orgulhosa / De uma vida de cantigas
Finge até não dar por nada
Só p’ra não ter a maçada / De sacudir as formigas
A cinza nunca está morta
Maria de Jesus Facco Viana / José Bacalhau *fado bacalhau*
Repertório de Vicente da Câmara
A cinza nunca está morta
Resta sempre uma centelha
Do lume que se apagou
Como a quem tudo suporta
Mesmo já depois de velha
Alguma vida ficou
Quantas vezes o ciúme
Surge tão forte e tão tarde / Verdadeiro e apaixonado
Na cinza renasce o lume
Quem julga que ela não arde / È louco e fica queimado
Todo o mistério tem vida
Toda a morte è aparente / E tudo a cinza retém
Cinza sagrada ungida
Na fronte de toda a gente / Que aceita não ser ninguém
Do lume que se apagou
Como a quem tudo suporta
Mesmo já depois de velha
Alguma vida ficou
Quantas vezes o ciúme
Surge tão forte e tão tarde / Verdadeiro e apaixonado
Na cinza renasce o lume
Quem julga que ela não arde / È louco e fica queimado
Todo o mistério tem vida
Toda a morte è aparente / E tudo a cinza retém
Cinza sagrada ungida
Na fronte de toda a gente / Que aceita não ser ninguém
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