Enquanto revisávamos mentalmente a música dos anos 40 que queríamos recomendar, o swing e o jazz dominaram quase tudo, mas quando mergulhamos nas nossas músicas favoritas da década, a verdade é que não foi grande coisa. Especialmente quando se trata das músicas dos anos 40 em Portugal, Espanha, América Latina e Europa, onde as sonoridades típicas de cada região ainda se destacavam com muita diferença. Copla na Espanha, rancheras no México, chanson na França, fado em Portugal, samba no Brasil e, claro, swing e jazz nos Estados Unidos.
Tendo em conta que a Guerra Civil havia acabado de terminar na Espanha e a Segunda Guerra Mundial estava em curso durante a primeira metade da década, a maioria das músicas dos anos 40 são igualmente exaltadas e tristes, dependendo também do contexto. Na França e na Alemanha, por exemplo, não costumavam cantar da mesma forma que nos Estados Unidos, apesar de as traduções e versões dos textos e melodias serem comuns na época.
Assim, pode-se encontrar Bésame Mucho cantado em inglês ou espanhol com a mesma facilidade com que se descobre que a soma de um mais um é dois. Ou vice-versa, com traduções de músicas do inglês para o espanhol ou português, sendo menos frequentes nos anos 40 do que, por exemplo, nas músicas dos anos 50, década em que as barreiras são quebradas muito mais rápido do que nos anos 40. Por tudo isso, recomendamos abrir muito bem os ouvidos e também a mente para mergulhar num mar de músicas únicas, gerando sensações irrepetíveis e com um espírito que já esquecemos.
Músicas dos anos 40. Quarenta canções esquecidas dos tempos de guerra
A melhor música dos anos 40 tinha outra cor; eram canções em preto e branco, e é por isso que seu interesse também reside nessa evolução inicial já mencionada que passa da tristeza à alegria contida quando se trata de música em inglês, mas que mantém uma certa depressão na zona europeia, com cantores como Edith Piaf ou Amália Rodrigues liderando aquele dor, embora houvesse tudo, claro. No México, Argentina, Brasil e outras partes da América Latina, os grandes expoentes da música receberam grandes elogios em todo o mundo, dando concertos aqui e ali e gravando discos em ritmo implacável.
Antes de começarmos com nossa lista de 40 músicas dos anos 40, queremos relembrar uma música inesquecível como In The Mood, de Glenn Miller, pois apesar de ser um sucesso em 1940, a música foi lançada em 1939 embora, se você quiser ouvir ou ler sobre ela, dedicamos algumas palavras a ela em nossa lista com as melhores músicas dos anos 30. Por outro lado, a música desta década também é interessante pela variedade de gêneros latinos, pois temos já mencionado, e pelo seu enorme sucesso além-fronteiras. O mambo, a salsa, os boleros, o cha cha cha ou o tango, todos já bem sucedidos na década de 1930, superam em muito seus antecessores em termos de vendas e número de hits.
Os mais maduros do lugar podem ter algumas lembranças desses tempos, principalmente da música portuguesa dos anos 40, mesmo que seja através das lembranças de seus pais, avós e outros ancestrais, mas a maioria de nós não esteve nem perto de viver nos anos 40. Há 80 anos de essas músicas, uma vida mesmo, e é por isso que vamos deixar vocês com ela agora. Esperamos que você goste tanto quanto nós gostamos de colecionar e relembrar essas músicas.
Artie Shaw & His Orchestra – Frenesi (1940)
Começamos nossa lista com a melhor música dos anos 40 com Artie Shaw e sua orquestra. Embora Frenesí seja uma música originalmente composta por Alberto Domínguez para a marimba e adaptada como padrão de jazz por Leonard Whitcup e outros, a fama da música vem da versão de Artie Shaw com sua orquestra.
Édith Piaf – L’Accordéoniste (1940)
Quando falamos de Edith Piaf podemos, de fato, estar falando da artista mais lembrada da música dos anos 40.
Para exemplificar o que estávamos falando quando falamos em prisão perpétua, basta ouvir L’Accordéoniste, a história de uma prostituta que ama um acordeonista, cuja música é a dança chamada java. E claro, estando em 1940, a música continua a nos dizer que o referido músico tem que ir para a guerra, ficando sozinho e refugiando-se na música, sonhando como os dois vão viver quando ele voltar.
Quanto a Edith Piaf, temos pouco a dizer que centenas de vozes já não tenham dito. Ela foi a grande artista francesa da década, sua fama perdurou por muitos mais anos, e ainda hoje sua música está em todo o mundo, porque sua vida conturbada foi cheia de hits e canções melancólicas como esta.
Frank Sinatra – I’ll Never Smile Again (1940)
Outro que também dispensa apresentações é Frank Sinatra. Crooner, ator, símbolo de uma época, carismático, com uma voz única e uma presença em palco que lhe permitiu explorar a sua imagem durante décadas e décadas sem dificilmente perder notoriedade. Sem perder um pingo de seu estilo, ele soube se manter em vigor em todas as décadas até sua morte, e por isso é ainda mais interessante ver o que ele fez em seus primórdios.
I’ll Never Smile Again pode não ser conhecido por alguns hoje em dia, mas foi gravado por tantos outros artistas que se tornou um padrão do jazz. A versão mais bem sucedida e conhecida da música é esta, gravada por Tommy Dorsey e sua orquestra, com vocais de Frank Sinatra e The Pied Pipers. Esta versão foi número um na primeira lista da Billboard, a primeira lista oficial de música nos Estados Unidos, em 27 de julho de 1940, ficando em primeiro lugar por 12 semanas até 12 de outubro de 1940.
Xavier Cugat – Perfidia (1940)
Perfidia é uma canção escrita por Alberto Domínguez, compositor e arranjador mexicano nascido no estado de Chiapas, sobre amor e traição (já que Perfidia significa infidelidade). Além do original em espanhol, existem outras versões, inclusive em inglês ou esta de Xavier Cugat, que é instrumental. Desi Arnaz canta a primeira versão em espanhol no filme de 1941 Father Takes a Wife, estrelado por Gloria Swanson. Esta versão foi usada pelo diretor Wong Kar-Wai em seus filmes Days of Being Wild, In the Mood for Love e 2046.
Quanto a Xavier Cugat, foi um músico e maestro hispano-cubano e americano que passou seus anos de formação em Havana, Cuba. Violinista e arranjador treinado, foi uma figura de destaque na difusão da música latina. Em Nova York, ele foi o líder da orquestra residente no Waldorf-Astoria antes e depois da Segunda Guerra Mundial. Foi também desenhista e restaurador. Os documentos pessoais de Xavier Cugat estão guardados na Biblioteca da Catalunha.
Cliff Edwards – When You Wish Upon A Star (1940)
Pinóquio não é apenas um dos filmes mais importantes da década, como também tem uma trilha sonora superior a boa parte da música dos anos 40. Não há muito mais a acrescentar, suponho. O tema principal da trilha sonora do filme da Disney nos serve para fechar o primeiro ano da década que estamos analisando. A década de 1940 e seus sucessos está apenas começando, ainda temos muito mais músicas para ouvir.
De qualquer forma, When You Wish Upon a Star, junto com Mickey Mouse, tornou-se um ícone da Walt Disney. Nas décadas de 1950 e 1960, Walt Disney usou a música nas sequências de abertura de todas as edições da série de televisão de antologia de Walt Disney. Ele também tem sido usado para acompanhar os logotipos da Walt Disney Pictures, incluindo o logotipo atual, desde a década de 1980. Todos os navios da Disney Cruise Line usam as primeiras sete notas da melodia da música como sinais de buzina. Além disso, muitas produções nos parques temáticos da Disney, principalmente shows de fogos de artifício e desfiles, empregam a música.
Damia – Un Souvenir (1941)
Uma música que descobrimos graças ao filme La Maman et la Putain, de Jean Eustache, Un Souvenir representa o sentimento de melancolia e tristeza, assim como o próprio filme encerra o espírito do maio francês e o entusiasmo da Nouvell Vague em seus primórdios .
Por trás do nome Damia estava Marie-Louise Damien, ela trabalhou primeiro como modelo e atriz interpretando pequenos papéis no Théâtre du Châtelet, mas em 1909 ela também começou a atuar como dançarina, usando o nome artístico de Marise Damia, com Max Dearly em Londres . Depois de voltar de Londres, ela foi incentivada a cantar pelo empresário Robert Hollard, que usava o nome artístico de Roberty. Hollard era o marido do cantor popular Fréhel, na época, mas seu caso com Damia pôs fim ao seu casamento tempestuoso. Sua estreia como cantor ocorreu em 1911 no Pépinière e foi seguida por uma apresentação no Alhambra, organizada por Harry Fragson. Atuou também no Alcázar d’Été, onde trabalhou com Maurice Chevalier. Quando Fragson foi assassinado por seu pai, Damia deixou a França em 1913 para os Estados Unidos. Atuando na Broadway até 1916, ela retornou à França e pelo resto da Grande Guerra ela cantou nas linhas de frente.
Depois de ser flagrado por Félix Mayol, uma das principais estrelas masculinas da época, ele a contratou para se apresentar em seus shows. Com a ajuda no palco da dançarina americana Loie Fuller, ele acabou se tornando uma estrela do canto. No início da Primeira Guerra Mundial, ele abriu o Le Concert Damia, em Montmartre, onde se tornou a primeira estrela a ter um único holofote focado em seu rosto, braços e mãos nus. A partir deste ponto em sua carreira, ela se tornou o expoente mais importante do gênero chanson réaliste até que Édith Piaf apareceu em 1936. Seu apelido era la tragédienne de la chanson.
The Andrews Sisters – Boogie Woogie Bugle Boy (1941)
The Andrews Sisters foi um grupo harmônico americano da década de 1940 que explorava o swing e o boogie-woogie. O grupo era formado por três irmãs: a contralta LaVerne Sophia, a soprano Maxene Anglyn e a mezzo-soprano Patricia Marie. No total, essas irmãs venderam mais de 90 milhões de discos, com este Boogie Woogie Bugle Boy sendo um dos primeiros exemplos de rhythm and blues ou jump blues. Ainda assim, as harmonias e músicas do The Andrews Sisters continuam influentes hoje, tendo sido regravadas, sampleadas e gravadas por artistas como Bette Midler, Christina Aguilera e Pentatonix, entre outros.
O gênero que essas irmãs praticavam era o que mais se aproximava da dance music nos anos 40, porque naqueles anos havia muita dança, apesar do que possa parecer. Porque cada época teve sua dança proibida e outras igualmente populares, mas não tão mal vistas. Nesta última seção entrariam as canções de The Andrew Sisters.
Ferruccio Tagliavini – Voglio Vivere Così (1941)
Embora a canção francesa tenha sido o que mais chamou a atenção fora de suas fronteiras, no que diz respeito à canção italiana, foi a música popular próxima à ópera que triunfou além de seu próprio país. Um exemplo é Ferruccio Tagliavini, tenor especializado em ópera, mas cuja fama também se traduziu no número de vendas em 1941.
Músicas como Matinata, Torna A Surriento ou ‘O Sole Mio, que Mario Lanza popularizaria a ponto de Elvis Presley o imitar, destacam-se no repertório do cantor italiano, embora para nós o melhor seja este Voglio Vivere Così.
Jimmy Dorsey – Amapola (Pretty Little Poppy) (1941)
Amapola é uma canção de 1920 do compositor hispano-americano José María Lacalle García (mais tarde Joseph Lacalle), que também escreveu a letra original em espanhol, posteriormente alterada em outras versões. Por exemplo, as letras da versão argentina foram escritas pelo letrista Luis Roldán, em 1924. As letras francesas foram escritas por Louis Sauvat e Robert Champfleury. Mas foi após a morte de Lacalle em 1937 que as letras em inglês, escritas por Albert Gamse, se tornaram populares nos Estados Unidos. E embora na década de 1930 a música tenha se tornado um padrão de rumba, com a ajuda de Jimmy Dorsey em 1941 ela entrou nas paradas de música pop.
Dooley Wilson – As Time Goes By (1942)
Outra música que não poderia faltar na nossa lista com as melhores músicas dos anos 40 é As Time Goes By, retirada diretamente do filme Casablanca. O início da música é tão conhecido que qualquer pessoa com um pouco de cultura popular saberá. Apesar de lutar contra o filme com mais frases de efeito por minuto, As Time Goes By pode ser a coisa mais icônica de todo o filme.
Zarah Leander – Ich Weiß, Es Wird Einmal Ein Wunder Gescheh’n (1942)
Essa música, outra que aparece no filme La Mama Y La Puta, e cuja tradução para o espanhol vem dizer algo como eu sei que um dia um milagre vai acontecer, pertence às nossas favoritas da década. Tem algo especial.
A cantora sueca Zarah Leander, que cantava em alemão, cantou aqui que se eu tivesse que viver sem esperança, se eu tivesse que acreditar que ninguém me ama, que nunca encontrarei a felicidade… Ah, isso seria difícil. Se eu não soubesse em meu coração que uma vez você me disse: eu te amo, se a vida não tivesse sentido para mim.
Mas eu sei: eu sei que um dia um milagre acontecerá, e então mil contos de fadas se tornarão realidade.
Louis Jordan – Five Guys Named Moe (1942)
Canção que já foi regravada várias vezes até no gênero dance, que divide o título com a peça de Clarke Peters, foi um dos grandes sucessos dos anos 40. Mas não o maior.
Bing Crosby – White Christmas (1942)
Porque se uma música entrou para o hall da fama dos grandes clássicos da música de sempre e para sempre, esse é o Natal Branco. A música, composta para um filme, superou todas as expectativas e todos os tipos de barreiras para entrar na história coletiva como uma das melhores canções de Natal já feitas. Imbatível na voz de Bing Crosby.
Anna Marly – Le Chant Des Partisans (1943)
Embora nossa intenção não fosse entrar em questões de guerra (porque queremos abordá-las em um único artigo), há músicas que são tão relevantes e populares em todo o mundo, como Lili Marleen, mas ao invés de ser em 1939, estamos em 1943, um pouco mais perto do fim da guerra.
A versão de Anna Marly serviu para popularizar o canto além da frente onde foi originalmente cantado.
Spike Jones & His City Slickers – Der Fuehrer’s Face (1943)
E como por mágica, voltamos a nos contradizer em nossas pretensões. Der Fuehrer’s Face é uma música de propaganda que nos apresentou o Pato Donald chutando o traseiro de Hitler, praticamente. É um tema divertido e também ajuda a entender que em um momento como esse, tentar doutrinar a todos e todas as idades não era nem um pouco desconsiderado.
Xavier Cugat – Brazil (1943)
Mudamos o terceiro voltando para a música latina. O espanhol Xavier Cugat, nascido em Girona, foi um dos maiores representantes da música afro-cubana e latino-americana ao longo da primeira metade do século XX. Brazil é uma de suas canções mais emblemáticas, embora prefiramos Perfidia, principalmente pela versão de Nat King Cole.
The Mills Brothers – Paper Doll (1943)
Originalmente conhecidos como os Quatro Reis da Harmonia, eles eram um quarteto vocal afro-americano de jazz e pop que fez mais de 2.000 gravações, vendeu mais de 50 milhões de cópias e ganhou pelo menos três dúzias de discos de ouro.
E apesar de tudo, seu maior mérito foi ser um dos primeiros artistas afro-americanos a ter seu próprio programa nas rádios nacionais dos Estados Unidos, especificamente na CBS (em 1930), e o primeiro a ter um número 1 nos singles da Billboard gráfico, com esta Boneca de Papel.
Les Brown & Doris Day – Sentimental Journey (1944)
Doris Day e Les Brown, outra daquelas duplas clássicas da década, de grande importância na época, embora fora dos Estados Unidos Doris Day seja muito mais conhecida do que Les Brown, talvez por seu papel muito mais secundário, embora essencial na composição de cada tema.
The Andrews Sisters – Rum & Coca-Cola (1944)
Voltamos às irmãs Andrews, neste caso com Rum e Coca-Cola, como a música de Miguel Bosé, que dizia que o diabo escapou, você não sabe o que ele montou. Rum com Coca-Cola.
Los Panchos – Bésame Mucho (1944)
Apesar de repetirmos alguns nomes como as irmãs da música anterior, isso não quer dizer que não deixamos espaço para grandes bandas da era latina. Os latinos Los Panchos, que conheceram e formaram o trio em Nova York, são ainda hoje os grandes nomes do bolero e do romantismo.
Os três membros originais eram Chucho Navarro e Alfredo Gil, ambos do México, e Hernando Avilés de Porto Rico. Todos os três tocavam guitarra e compartilhavam o papel de vocalistas.
Bing Crosby – Swinging On A Star (1944)
Swinging on a Star é um padrão pop introduzido por Bing Crosby no filme de 1944 Going My Way, pelo qual ele também ganhou um Oscar de Melhor Canção Original do ano. Em 2004, terminou no número 37 na lista da AFI das 100 Maiores Músicas do Cinema Americano.
Ella Fitzgerald & The Ink Spots – Into Each Life Some Rain Must Fall (1945)
Este é outro single de sucesso nos Estados Unidos, número um no The Harlem Hit Parade e no gráfico global do país. Era tão popular na época, que até o lado B do single, I’m Making Believe, também se tornou um sucesso em ambas as paradas. Ao longo dos anos, a música também foi incluída na trilha sonora de vários videogames.
Perry Como – Till The End Of Time (1945)
Perry Como foi outro dos grandes cantores dos anos 40. Ele competia com Sinatra e Crosby pelas listas de sucesso a cada ano; no entanto, o tempo não foi tão gentil com ele quanto foi com os dois anteriores. Apesar disso, consideramos que tem músicas tão boas quanto várias dessas.
Amália Rodrigues – Ai Mouraria (1945)
Amália Rodrigues, a fadista portuguesa por excelência, começou a dar os primeiros passos profissionais na música depois de inícios mais íntimos, cantando em casas de fado. Com Ai Mouraria lançou uma das primeiras gravações de sua carreira e com ela demonstrou uma maturidade interpretativa cheia de personalidade, que apenas aludiu ao talento que ainda estava por explodir.
Yves Montand – Les Feuilles Mortes (1945)
Les Feuilles Mortes, um poema de Jacques Prévert musicado por Joseph Kosma, é hoje um padrão mundial de jazz, apesar de suas origens francesas. Yves Montand, um dos grandes intérpretes clássicos da canção, colocando a voz de Prévert como crooner, fechou o círculo dos gênios, dando-nos uma das canções mais atuais e emocionantes da música, independentemente da idade.
Lola Flores – La Zarzamora (1946)
Mas voltemos à música espanhola. Neste caso com o maior, o Faraó. Lola Flores era todo espetáculo e sempre foi. Sua vida é repleta de momentos dentro e fora dos palcos, principalmente aquele em que começou a procurar um brinco, ou tudo o que aconteceu durante o casamento de uma de suas filhas.
Assistir a um dos filmes de Lola Flores hoje, e ainda mais se El Pescadilla apareceu, é uma boa maneira de entender o que essa mulher transmitiu a você com toda aquela energia aparentemente descontrolada.
Édith Piaf – La Vie En Rose (1946)
Você pensou, quando começou a ler, que não haveria músicas boas o suficiente para descobrir 40 músicas desta década? E então, de repente, só no ano 46 você se encontra com La Zarzamora, La Vie En Rose, em um ponto com La Mer de Trenet e finalmente com De Conversa Em Conversa.
E a Edith Piaf? Transmitiu toda a dor de sua vida nas grandes canções de seu repertório, entrando para a história como uma das grandes vozes e maiores personalidades da música francesa.
Charles Trenet – La Mer (1946)
Como antecipamos, La Mer é outra daquelas obras emblemáticas que foram revividas na forma de centenas de versões que, dependendo de quem o diz, melhoram o original. Discordamos, embora Beyond The Sea, outra das grandes canções de 1959, também gostemos.
Isaura Garcia & Os Namorados da Lua – De Conversa Em Conversa (1946)
Isaurinha García, de São Paulo, gravou este delicioso samba escrito e composto por Haroldo Barbosa e Lúcio Alves, que foi um dos melhores intérpretes da música brasileira.
Como aconteceu com muitos desses artistas, sua elegância já está fora de moda, mas algo sempre permanece.
Libertad Lamarque – El Choclo (1947)
El Choclo, um dos tangos argentinos mais populares que existem, e logicamente por isso também parte da melhor música dos anos 40, teve muitas vozes, mas a de Libertad Lamarque faz muita justiça à composição original.
El Choclo significa a espiga de milho, supostamente escrita em homenagem ao apelido de um dono de boate, conhecido por esse nome.
Woody Guthrie – This Land Is Your Land (1947)
A grande influência musical de Bob Dylan, segundo muitos, criou esta obra-prima da música nos anos 40, quando sem saber elevou o folk aos mais altos níveis com This Land Is Your Land.
Não surpreendentemente, é uma das canções folclóricas mais famosas dos Estados Unidos. Escrito por Woody Guthrie em 1940 e baseado em uma música anterior da família Carter (When the World’s on Fire), foi uma resposta crítica a God Bless America de Irving Berlin.
Guthrie se cansou de ouvir Kate Smith cantá-la no rádio no final dos anos 1930 e assim chamou durante a abertura da música God Blessed America For Me antes de renomeá-la para This Land Is Your Land.
Antonio Machín – Angelitos Negros (1947)
A voz de Antonio Machín nos acompanhou por décadas, dos anos 1930 a 1977, quando faleceu. Naquela época, por exemplo, ele nos deu Angelitos Negros ou uma das melhores músicas dos anos 60, Toda Una Vida.
Conhecido na década de 1930 graças a El Masinero, com essa música ele fez moda a canção mourisca, que mais tarde seria convertida em bolero pela graça de produções musicais, trazendo um dos grandes cantores do século XX em espanhol de volta ao presente dia. .
Daniel Santos – Dos Gardenias (1948)
Falando de Antonio Machín, Dos Gardenias é outra de suas canções emblemáticas. No entanto, a versão mais popular na América Latina e na Espanha não é essa, mas esta de Daniel Santos, que transformou esse bolero em um padrão no repertório universal da música latina. Gravado com La Sonora Matancera, destaca-se pelos arranjos de Pérez Prado, o rei do mambo e da música latina em geral.
Wynonie Harris – Good Rockin’ Tonight (1948)
À medida que nos aproximamos dos anos 50, podemos ver como a música dos anos 40 está gradualmente se aproximando dos sons do rock que fizeram estrelas de jovens talentos como Elvis Presley, Jerry Lee Lewis ou Chuck Berry. Precursores como Wynonie Harris começaram a preparar o caminho para o que viria alguns anos depois com este Good Rockin’ Tonight, outro daqueles grandes clássicos que foram um pouco esquecidos.
Xavier Cugat – Copacabana (1948)
Em vez disso, um clássico que nunca foi esquecido, embora anos e anos tenham se passado desde seu lançamento à venda, é Copacabana. Novamente em nossa lista falamos de Xavier Cugat, um dos maiores artistas da música latina de todos os tempos.
Francisco de Asís Javier Cugat Mingall de Bru e Deulofeu de nascimento, Xavier Cugat foi um dos mais importantes embaixadores da música latina e, como tal, ficou para sempre na memória.
Nat King Cole – Nature Boy (1948)
Nosso querido Nat King Cole vem travando uma guerra musical desde que música é música, praticamente. Por isso, dado o nosso apreço, também não podemos esquecê-lo quando falamos da música dos anos 40. Já jovem começou a mostrar todas as suas habilidades com esta Nature Boy, sua primeira música oficial.
A canção, escrita em 1947 por Eden Ahbez (George Alexander Aberle), é parcialmente autobiográfica. É uma homenagem ao mentor de Ahbez, Bill Pester, que originalmente o apresentou às filosofias de reforma de Naturmensch e Lebens, que o primeiro praticava. Quando Cole se apresentou no Lincoln Theatre naquele mesmo ano, Ahbez queria apresentá-lo à música, mas Cole o ignorou.
Apesar de tudo, Ahbez não perdeu a fé e deixou uma cópia para ele encontrar depois, e foi assim que aprendeu o que podia fazer com Nature Boy. Depois de receber o reconhecimento por sua performance da música, Cole teve que fazer algumas pesquisas para encontrar a pessoa que fez isso para que ele pudesse gravá-la para Ahbez. As voltas e reviravoltas da vida.
Mario Lanza – ‘O Sole Mio (1949)
Filmado (positivamente, mas filmado mesmo assim) por Elvis Presley em It’s Now Or Never, ‘O Sole Mio é sem dúvida a música napolitana mais famosa da história, embora outros possam agora assumir o papel com a ajuda de anúncios e publicidade em geral.
Escrito em 1898, foi tão popular que, além de dezenas de versões, deu nome a um filme italiano de 1946, dirigido por Giacomo Gentilomo. Por outro lado, um dos primeiros filmes do neorrealismo italiano.
Evelyn Knight – A Little Bird Told Me (1949)
O jazz teve muita importância nos anos 40, não podemos negar, mesmo que não sejamos grandes fãs do gênero. Renovadores, eles conseguiram irritar pessoas como Herman Hesse, então estamos bem com isso.
O tema de Evelyn Knight é um clássico do jazz, daqueles que eram felizes, com seus coros, sua alegria e as palmas que animavam qualquer um então.
Vaughn Monroe – Riders In The Sky (1949)
Por outro lado, apesar de gostarmos menos de country do que de jazz, ele tem músicas inegavelmente ótimas. Riders In The Sky, por exemplo, é. Ouça-a e diga-me não. É válido tanto para um rasgado quanto para um sem costura. Adoramos como música para acordar, para dar vida épica, para pedalar ou para entrar no clima antes de assistir a um western na televisão.
Gene Kelly, Jules Munshin, & Frank Sinatra – New York, New York (1949)
Fechamos a década com um clássico musical interpretado por três clássicos da música. New York, New York, do filme On The Town, é um bom exemplo de por que o musical foi tão importante para o cinema e principalmente por que foi tão popular nos anos 40.
A cena de abertura do filme, onde os três protagonistas cantam essa música, foi imitada ad nauseam em filmes, séries (até animadas) e na própria vida, com pessoas que se fantasiam e fazem vídeos na rede.
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