Resenha
Sorceress
Álbum de Opeth
2016
CD/LP
Bem, notei que um dos colaboradores mais ativos da comunidade, Tiago Meneses estava escrevendo resenhas excelentes do Opeth. Notei que até então que não tinha uma resenha sobre "Sorceress" (2016). Então estou aqui hoje para dissertar essa pedrada e relatar a minha experiência da banda de metal progressivo, death metal escandinava, para ser mais preciso, diretamente da Suécia. Opeth iniciou uma trilogia em 2011 com o lançamento de "Heritage" que venhamos e conversamos, é um ótimo álbum, no mínimo para se dizer sobre ele. Mikael Åkerfeldt, vocalista, guitarrista, compositor e líder do quinteto sueca se inspirou em mitos nórdicos/suecos de uma feiticeira que mata pessoas para criar "Sorceress". Fora a adição de momentos que fazem lembrar de grandes bandas como os gigantes anglo-saxões Deep Purple, Fleetwood Mac, Led Zeppelin e Black Sabbath, Dream Theater e os compatriotas do Katatonia. Uma mistura de peso e elementos de cadência que foi se aprimorando desde algo mais acústico, e ao mesmo tempo, pesado, como no início dessa trilogia "Heritage" (2011) e o caos cadenciado e com uma proporção maior ao teclado, remetendo aos grandes tempos do progressivo clássico dos anos 1970, "Pale Communion" (2014), de um som que é um caldeirão de folk, metal e leves pitadas de prog, para algo que é homogêneo de hard-rock, heavy metal, metal progressivo, folk e death metal em um único material, diferente de álbuns que sempre abordam um único gênero musical. O disco abre com um interlúdio de violões junto a flautas, entrando em um clima que dimensiona o ouvinte a algo intimista e que remete a era medieval, vulgo, Idade Média entitulado de "Persephone". O interlúdio mostra que a adição dos teclados em "Heritage" (2011) foi uma decisão que prova que eles fazem o som do Opeth ser mais original e diferencia a banda de outras bandas de metal progressivo que também tem tecladistas. Uma faixa se que funcionaria no meio do álbum, mas no início, é estranho. Sei que ela serve para contextualizar o ouvinte na hora de se ouvir o álbum, mas só lembrando que isso é minha humilde opinião. Depois seguimos para a verdadeira faixa de abertura, ao menos para mim que também é a faixa título do disco, "Sorceress". A faixa começa com uma virada de bateria rápido e ardente. O órgão entra de maneira suave e de maneira elegante e até mesmo, marcante e quiçá, antológica. O baixo não é tão empolgante, mas não compromete a música. As guitarras de início não são rasgadas, mas o tempo da música muda e finalmente entra o peso das guitarras PRS, afinal para Åkerfeldt, som das guitarras Paul Redd Smith são, na opinião do guitarrista base do quinteto, "são melhores para o som do Opeth, pois fazem o som que eu o identifico que são característico do Opeth". O baixo nesse novo andamento é mais groovado e ganha mais destaque. A bateria é pesada e exagerando, épica e o teclado se diminui ganhando a famosa tarefa de ajudar no tom da música nos climas de fundo da faixa "pink floydianos" que qualquer banda de prog metal faz. É uma faixa excelente e que é "a verdadeira faixa de abertura" do álbum. "The Wilde Flowers" segue na mesma sintonia da faixa anterior, mas só com algumas diferenças. Os teclados, sintetizadores e órgãos são mais contidos, aparecendo em formas mais aparentes para os ouvidos dos nos refrões e midanças de ritmos, já que comandam em todo o disco a cadência das faixas na maioria das vezes. As guitarras são menos rasgadas e levemente em grau superior, polidas em comparação a faixa anterior. A bateria segue e o baixo seguem da mesma forma, arrebatadores e coesos. E no final, tem um segmento mais metaleiro impossível, lembrando os tempos do início da banda, que era algo mais puxado para o death metal e talvez, black metal. Um arroz com feijão, junto com um filé mignon finíssimo que só Opeth poderia fazer. "Will O the Wisp" tem um segmento mais leve em termos pesados, trazendo violões, instrumentos de percussão, um baixo (finalmente) presente na faixa inteirinha e sintetizadores imitando flautas e quiçá, violinos. Uma faixa apreciativa e calma, se distanciando da fase inicial da banda e consolidando a fase mais progressiva presente desde "Heritage" (2011). "Chrysalis" é uma música que é praticamente Opeth fazendo um excepcional hard-rock no estilo de grandes bandas como Deep Purple, Led Zeppelinn e que lembra a música "Higher Ground" do Red Hot Chili Peppers, presente no álbum "Mother's Milk" (1989). Mas com uma diferença, um vocal não muito rasgado e teclados mais presentes. O solo de guitarra é simplesmente animal! Técnico e vibrante. A bateria é uma excelente mistura que Mike Portnoy e Ian Paice fariam se estivessem no mesmo corpo, um som técnico, agressivo e diversificado que harmoniza com a proposta da faixa. Uma faixa contagiante e pesada, no instrumental da faixa. "Sorceress 2" é a continuação da segunda faixa e começa de uma maneira mais intimista e acústica, com um violão e faltas, que foram feitas por um sintetizador. É uma faixa que não empolga de único, empolgando mesmo no meio para o fim da música, mas não compromete a estrutura da história que é contada pela letras de Åkerfeldt. "The Seventh Sojoum" é uma faixa que é quase inteiramente instrumental. A faixa começa com vilões e instrumentos de percussão fazendo um som que é parecido com um tango argentinos misturado com influências medievais e árabes. Com a adição de violinos fazendo um final de andamento parecido uma suíte, de tão épico que foi a essa parte, elevando a capacidade da Band de fazer um som que não seja de rock/metal e seus subgêneros..Os mesmos do quinteto no final fazendo um coral de vozes agudas, que para mim, agradaram bastante. Uma faixa que é não desprezível e que é subestimada. "Strange Brew" não é um cover da faixa de mesmo nome do trio inglês Cream, do álbum "Disraeli Gears", no qual, já fiz uma resenha. É uma faixa totalmente diferente da faixa de mesmo nome. É obviamente mais pesada, especialmente na bateria que é agressiva, rápida e técnica. Órgão, teclado e sintetizador elevam o som que a faixa quer trazer para o ouvinte. Guitarras e baixo comprem o seu papel sem muita ousadia. A faixa é a prova que fazer música cadenciadas sorte em uma diversificação do talentos dos membros do quinteto, de uma música bem metaleira/pauleira, para algo que é uma mistura de hard-rock com heavy metal, lembrando o Blue Öyster Cult. Uma faixa excelente e surpreendente. "Era" começa de uma forma mais quieta, com os famosos climas que o saudoso Richard Wright, tecladista da banda Pink Floyd, faria certamente em um impossível álbum novo da banda. Mas me quebro de susto quando vem os dois pés na porta, com seu som totalmente nervoso e agressivo, fazendo uma espécie de metal progressivo com o speed metal com as guitarras cheias de efeitos que fazem o ouvido rasgar pelo seu som foderoso. As guitarras são o destaque, por não serem muito rasgadas e distorcidas e que se completam, parecendo os irmãos Young da banda australiana AC/DC. A bateria é um outro destaque, sendo bastante técnica, agressiva e técnica, mas uma diferença que nem eu consigo explicar. O disco se.encerra com o mesmo interlúdio, só que mais curto. "Persephone (Slight Return)" não agrega em nada, tremendo o seu único da mesma forma, violões, flautas e uma voz feminina. Mas de novo, não gostei tanto dos interlúdios que iniciam e encerraram, mas eu entendo a inserção da faixa. Assim se encerra o disco, mas na sua versão deluxe limitadíssima, temos 5 faixas inéditas, mas que não agregam em nada. "The Ward" "Spring MCMLXXIV" são faixas pesadas com elementos de.folk excelentes, mas que não tão empolgantes assim. São faixas que.fariam mais sentido se fossem soltasse em um EP ou singles. Já "Cusp of Eternity", "The Drapery Falls" e "Voice of Treason" foram feitas ao vivo, junto com a Orquestra Filarmônica de Plovdiv, que é uma Filarmônica da Bulgária fundada em 1945. São faixas épicas e que seriam melhor utilizadas em um ao vivo, no estilo do Rush no "Clockwork Angela Tour" (2013), obviamente, não superando o trabalho que o trio canadense conseguiu fazer na turnê do seu último álbum de estúdio, lançado um ano antes. "Sorceress"" é um álbum que me agradou bastante, tanto pela suas letras, quanto pela instrumentalidade dos membros da banda, mostrando que a banda sempre esteve, está e estará em evolução. É difícil fazer um álbum que seja perfeito do início ao fim. Não é um trabalho fácil, é um trabalho impossivel, mas o que o Opeth fez aqui, eu chamaria de épico/lendário. O décimo segundo álbum da banda liderada por Mikael Åkerfeldt, em minha humilde opinião, marcará Opeth na história. É evidente que esse trabalho será cultuado com o passar dos anos, mesmo com os problemas, que na minha visão, possam prejudicar a experiência de se ouvir o álbum. "Sorceress" consegue finalizar essa trilogia iniciado por "Heritage" (2011) de forma brilhante e que fecha as pontas de forma Corsa e sem muitos furos de roteiro. Os erros poderiam até melhorar o que esse disco quis trazer para o publico em geral na visão de algumas visões. As letras de Mikael Åkerfeldt trazem o progressivo de uma forma única em original, junto as habilidades dos músicos que fazem do Opeth serem uma das bandas mais influentes do progressivo contemporâneo e seu tamanho para o gênero musical e para região onde vieram e conseguirem com que os países nórdicos surgem com mais artistas cada vez mais originais. Opeth está no hall das maiores bandas de progressivo da atualidade e do século. Ousaria dizer que seria de todos os tempos. Certamente, um dos melhores álbuns do Opeth e do progressivo contemporâneo.
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