quinta-feira, 13 de julho de 2023

Review: Deftones – Ohms (2020)

 


Durante o estouro do nu metal do início dos anos 2000 você tinha uma nova banda aparecendo a cada semana. Entre as dezenas de Limp Bizkits e Linkin Parks havia esses caras que se destacaram pela excelente musicalidade, o que transformou White Pony (2000) em um dos álbuns mais fortes dessa cena.

Em contraste com a grande maioria dos grupos do estilo, os músicos do Deftones eram instrumentistas muito melhores. Eles passaram por períodos de turbulência e mudanças de formação, mas sempre mantiveram a cabeça erguida. Tudo isso poderia render um grande livro ou filme, já que o grupo está entre os únicos sobreviventes significativos daquela época, ao lado do KoRn e do Slipknot.

A evolução da sonoridade do Deftones ficou clara nos discos que a banda lançou na década de 2010, como Diamond Eyes (2010) e especialmente Koi no yokan (2012). A banda expandiu a sua música e se tornou mais experimental.

Ohms é de longe o melhor álbum da banda norte-americana em uma década. Eles voltaram a gravar trabalhos consistentes, e a produção é simplesmente ótima. Chino Moreno ainda soa bem nos vocais, e isso faz muito diferença. Ohms possui duas canções fantásticas: "Genesis", com grandes sintetizadores atmosféricos, e a excelente faixa título. No entanto, as peças mais experimentais são genuinamente fascinantes, como é o caso de "Pompeji" com seus sons de pássaros e da natureza. "The Spell of Mathematics" talvez seja a música mais fenomenal do trabalho, e se destaca por apresentar um baixo total notável e efeitos de "clap" que graciosamente duram dois minutos e meio e fecham a música em alta.

No geral, a sensação é de que Ohms poderia ter mais músicas. O disco é melhor do que Gore (2016), seu antecessor, e embora não atinja os pontos altíssimos de White Pony mostra uma banda que, depois de vinte e cinco anos de sua estreia, ainda parece imparável.

Não é um trabalho alucinante, mas é um retorno muito bem-vindo.



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