terça-feira, 15 de agosto de 2023

CRONICA - CRABBY APPLETON| Rotten To The Core ! (1971)

 

Impulsionado pelo single "Go Back", o primeiro álbum de Crabby Appleton lançado em 1970 teve algum sucesso e boas críticas. Entusiasmo que motiva o cantor/guitarrista Michael Fennelly, o baixista Hank Harvey, o baterista Phil Jones, o tecladista Casey Foutz e o percussionista Felix "Flaco" Falcon a lançarem um segundo LP, Rotten To The Core em 1971 impresso na Elektra. Para a ocasião, o quinteto traz alguns convidados como o trio vocal feminino afro-americano The Blackberries, o violinista Byron Berline e o bandolim David Grisman. Convidados que sugerem que Crabby Appleton está tentando uma reorientação musical.

Isso é entendido a partir do título de abertura, "Smokin' In The Mornin'" dominado por um piano boogie e cruzado por glissando na guitarra. A continuação não será negada com "Tomorrow's A New Day", um país que se sente urgente. No mesmo gênero ouvimos “Paper To Write On”, mais suave.

Perceptível, porém, estamos longe de ser um pop rock precursor de um power pop que distinguiu o álbum homônimo com exceção talvez das turbulentas "It's So Hard" e "Lookin' For Love". Só que as partes da guitarra slide levantam dúvidas. Encontramos em alguns lugares esses refrões reforçados, essas doces melodias, esses arranjos suntuosos. Mas o combo de Los Angeles está determinado a revisar sua cópia, desenhando raízes americanas entre o country e o blues. Como o bluegrass "One More Time" que cheira a espaços abertos e ruralidade. Mas também o speedé boogie "You Make Me Hot" onde os coros se voltam para o soul. Esses mesmos coros que encontramos na nostálgica “Makes No Difference” com espírito Woodstock. De resto encontramos um hard folk rústico, “Lucy” assim como a nostálgica balada “Love Can Change Everything” uma pitada de polka ou mesmo jazzy.

O caso termina com os 6 minutos de “Gonna Save You (From That)”. Começando como uma balada com seu piano melodioso e sensível intercalado sem aviso com um delírio country blues, termina em uma atmosfera tribal entre percussão e órgão.

Se o disco traz boa ideia para uma audição agradável, encontra pouco eco. O público não é muito receptivo a essa mudança de estilo. Pela primeira vez, Crabby Appleton se separa logo depois. Casey Foutz e Hank Harvey serão esquecidos. Felix Falcon se juntará à The Chris Stainton Band fornecendo alguns singles para Joe Cocker. Prolífico, Phil Jones prestará seus serviços a Tom Petty, Bob Dylan, Roy Orbison, Rolling Stones… Michael Fennelly tentará uma carreira solo.

Títulos:
1. Smokin’ In The Mornin’
2. Tomorrow’s A New Day
3. It’s So Hard
4. Makes No Difference
5. You Make Me Hot
6. One More Time
7. Lucy
8. Paper To Write On
9. Lookin’ For Love
10. Love Can Change Everything
11. Gonna Save You (From That)

Músicos:
Michael Fennelly: Vocal, Guitarra
Hank Harvey: Baixo
Casey Foutz: Teclado
Flaco Falcon: Percussão
Phil Jones: Bateria
+
Byron Berline: Violino
David Grisman: Bandolim
The Blackberries: Backing vocals



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