terça-feira, 1 de agosto de 2023

FADOS do FADO ...letras de fado...

 



A cor dos olhos que gosto

Alexandre Fontes / António Severino
Repertório de António Severino

A cor dos olhos que eu gosto
Estão comigo dia a dia;
São os mais lindos aposto
Nunca me dão um desgosto
Deles só tenho alegria

Eles são a minha luz / Encanto dos olhos meus
O seu olhar me seduz / São também a minha cruz
Que me foi dada por Deus

Todos os dias eu beijo / Seus olhos com fé sentida
Outros assim eu não vejo / De vê-los sinto desejo
Juntos de mim toda a vida

Tão brilhantes tão formosos / Têm p’ra mim raro brilho
Esses olhos misteriosos / Tão belos e amorosos
São os olhos dos meus filhos



A correr

Manuela de Freitas / Alain Oulman *o pião*
Repertório de Camané

Corre a gente decidida / P'ra ter a vida que quer
Sem repararmos que a vida / Passa por nós, a correr

Às vezes até esquecemos / Nessa louca correria
Porque motivo corremos / E p'ra onde se corria

Buscando novos sabores / Corre-se atrás de petiscos
Quem corre atrás de valores / Corre sempre grandes riscos

E dá prazer escorraçado / Correr de forma diferente
Há quem seja acorrentado / Por correr contra a corrente

Num constante corropio / Já nem sequer nos ocorre
Que a correr até o rio / Chegando ao mar, também morre

Ou atrás do prejuizo / Ou à frente da ameaça
Corremos sem ser preciso / E a correr a vida passa

Percorrendo o seu caminho / Correndo atrás do sentido
Há quem dance o corridinho / Eu canto o fado corrido


E o que me ocorre agora / P'ra não correr qualquer p'rigo
É correr daqui p'ra fora / Antes que corram comigo;
Vou correr daqui p'ra fora / Antes que corram comigo



A cruz

Manuel Andrade / Pedro Rodrigues *fado primavera*
Repertório de Maria João Quadros


Aquela cruz de pau-santo
Onde um Cristo de marfim
Se contorce em agonia
Faz-me lembrar tanto, tanto
Essa cruz que trago em mim
Essa cruz pesada e fria

De mil rosas coloridas
Era o caminho trilhado / Que o teu olhar me mostrou
Fizeram-se as rosas feridas
E o caminho desolado / Num calvário se tornou

O vento levou-me tudo
E a sua suave brisa / Tornou-se em dorido pranto
Consola-me, quedo e mudo
Esse Cristo que agoniza / Em sua cruz de pau-santo





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