sábado, 12 de agosto de 2023

Zålomon Grass – Space Opera (2023/ Rock CD)

 

 Depois dos convincentes EP's "" The Four Track EP " e "Three Minded Years", os vigoenses atrevem-se com um álbum-conceito na apresentação do seu primeiro full-lenght. E fazem-no a partir da sede de Hendrik Röver. Acerto certo Zalomon Grass é formado por G. Mckenzie (vocais, guitarras), David Rodd (baixo, sintetizadores, backing vocals) e Mauro Comesaña (bateria, backing vocals).



Uma capa de obras de arte luxuosas envolve uma história de fantasia e ficção científica, no tom do hard rock clássico. O melhor de dois mundos.

"Cosmic Relief" entra de forma retumbante, com um som sólido e martelado, e uma guitarra com filtro Frank Marino. Bem apoiado por uma garganta bluesy imperiosa e espirituosa. E uma parede de ritmo amassada em força de pedra. Meta de sobras alcançada ao longo de todo o álbum. 

É o caso de "The Drill", que parece um híbrido assassino e venenoso de Goddo, Driver e The Hunt. Se até agora minhas comparações foram apenas com o hard rock canadense, é porque eles me sugerem. E não esqueçamos a excelente tradição que têm nesta matéria por aquelas terras.

"All Hands on Deck" tem um cenário atmosférico, com resultados psicológicos pesados. Um tour retrô triunfante do manual Moxy, Thundermug ou Charlee. Em ramalazo hard prog de sólida construção instrumental. Que não descura as melodias em “Harder to Rise”, num imponente e eficaz esforço de elegância como alta tensão. Nem todo mundo sabe.

"Heard it on the News" tem um soco devastador de Pat Travers, com seu característico blues melódico de ritmo febril e flamejante. Em conjunto com um baixo mercurial e um solo de wah wah que varre impiedosamente. A sensação mais sutil do Mahogany Rush retorna em "Too Late Now", com suave corrosão de Billy Gibbons e ambiente jazzístico de blues. Muita classe aqui. Tratamento brutal da batida forte de Detroit em "Groove to Prove", nas vibrações de John Nitzinger / Walter Rossi. 



A monstruosa entrada final "Don't Let me go down (Space Opera)" com quase sete minutos, combina a imensa força emocional de Zalomon Grass com sua delicada virtude melódica. Equilíbrio hábil que nos transporta aos melhores momentos de Mountain, Ursa Major, Bloodrock, Stray Dog ou The Third Power. "Space Opera" representa uma máquina do tempo bem oleada e perfeita para viajar para a era de ouro do hard rock. Impossível recusar tal convite. 



        

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