Nascida em maio de 1951 em Kamakura, no sul do Japão, Carmen Maki, cujo nome verdadeiro é Maki Annette Lovelace, é filha de pai americano e mãe japonesa. Aos 17 anos começou a cantar entre pop, variedade e folk. No início dos anos 70, mudou radicalmente seu estilo após ouvir um disco de Janis Joplin. Ela conheceu o Blues Creation, um combo japonês que produziu um LP de blues impresso em 1969. Após inúmeras saídas, o guitarrista Kazuo Takeda se viu sozinho a bordo. Ele recrutou o baixista Masashi Saeki e o baterista Masayuki Higuchi. Este encontro deu origem a um LP homônimo publicado em julho de 1971 pela Denon.
Este disco está a anos-luz de distância dos trabalhos de Carmen Maki e Blues Creation. Estamos longe de, por um lado, uma variedade poética, folk e orquestrada, por outro, de covers de blues certamente bem montados, mas que se afogam entre o boom do blues britânico e o blues rock riquenho.
O tom é definido desde o início com « Entender« para hard rock intransigente. 5 minutos furiosos, pés no chão, feitos de riffs de guitarra grossos e pouco saudáveis e solos gotejantes onde Kazuo Takeda, fã de Hendrix, não tem nada a invejar de Jimmy Page e outros Tommy Iommi. Bumbo na frente e baixo recheado com querosene, o dubleto rítmico se mostra imparável. Já Carmen Maki, cantando em inglês, aparece possuída, transformando-se na japonesa Janis Joplin (o fantasma da Pérola assombrará todo este vinil). Estamos no mesmo registro com os 6 minutos de heavy metal de“ Motherless Child” com uma mudança de ritmo que os fãs do Black Sabbath podem apreciar. De resto, o quarteto oferece-nos uma adorável balada folk, “And You”. Ele cria deliciosamente blues acid rock próximo ao Quicksilver Messenger Service ou Jefferson Airplane com “ Lord, I Can't Be Going No More”, mas especialmente o de 8 minutos stoner de “Empty Heart” carregado de emoção, onde as seis cordas elétricas se mostram inspiradas. Ele esculpe blues, rastejando com “I Can’t Live For Today” e hard boogie em “Mean Old Boogie”. Janis Joplin obriga, este magnífico álbum termina com “St. James Infirmary Blues”, uma composição desencantada originalmente de Louis Armstrong, bem interpretada.
Esta obra será a única colaboração entre dois protagonistas. A cantora japonesa fez seu retorno em 1975 sob o nome de Carmen Maki & Oz para um estilo psíquico progressivo. A Blues Creation trabalhará para lançar rapidamente um novo álbum, tendo recrutado um novo letrista no processo.
Resumindo, este disco, como vocês devem ter percebido, é um elemento essencial do rock japonês dos anos 70.
Títulos :
1. Understand
2. And You
3. Lord, I Can’t Be Going No More
4. Empty Heart
5. Motherless Child
6. I Can’t Live For Today
7. Mean Old Boogie
8. St. James Infirmary
Músicos :
Carmen Maki : Canto
Kazuo Takeda : Guitarra
Masashi Saeki : Baixo
Masayuki Higuchi : Bateria
Sem comentários:
Enviar um comentário