sábado, 16 de dezembro de 2023

Review: Kadavar – For the Dead Travel Fast (2019)

 


Uma das bandas mais interessantes da cena pesada atual, os alemães do Kadavar acabam de lançar seu mais novo álbum, For the Dead Travel Fast. É o quinto disco de estúdio do grupo, que volta mais hard (doom metal, dizem os fãs) com uma rifferama infernal, mas com o nariz apontado para o pop.

Pop? Sim ... ma mesma pegada em que o Ghost aponta seu futuro.  Basta ouvir a grudenta “Children of the Night” para constatar.

E isso não é ruim.

Os barbudos não lançavam nada novo desde Rough Times (2017), em que, pessoalmente, senti uma produção um tanto modernosa demais, que deixou o disco um pouco abaixo dos anteriores. Não que o álbum fosse ruim, mas não ombreava com os dois primeiros, Kadavar e Abra Kadavar, 2012 e 2013 respectivamente, que sempre que ouço abro um sorriso de orelha a orelha e, mesmo com a idade, ainda dou umas bangeadas.

Em For the Dead Travel Fast o grupo liderado por Christoph “Lupus” Lindemann (guitarra e vocal) investe novamente no peso e nos riffs, com temas sombrios nas letras. Não estranhe a loooonga introdução da primeira faixa: uma ventania com mais de um minuto de duração antes da entrada dos vocais. Vocais, aliás, que soam diferentes dos primeiros discos, com mais melodia e menos gritados, o que não compromete em nada o resultado final. Quem se destaca é o baterista Christoph “Tiger” Bartelt, com levadas sólidas e viradas enxutas comandando o andamento de todas as canções com segurança, sempre escudado pelo bom baixista Simon “Dragon” Bouteloup.

As canções tem duração média de cinco minutos, mas nem parece. Agradáveis, chegam a ser assobiáveis, mas não se engane: são pesadas. As melhores são a – quase – balada “Dancing With Me Dead”, “Evil Forces” e seu belo solo final e “Poison”, que é inspirada no poeta gótico alemão Gottfried August Bürger, que não, eu nunca li. A lenta e arrastada “Long Forgotten Song” com seus mais de sete minutos (é a mais longa do disco), também vale ouvir com mais atenção, mas nada de ficar comparando com essa ou aquela banda. Abra o coração, a mente e simplesmente curta o som.

Pode não ser o melhor disco do ano, nem o melhor disco dos caras, mas ainda assim é divertido e de certo ponto, poderoso.



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