Álbum mais caro do mundo no Guiness Book

 

No mundo da música, há álbuns que transcendem o comum, mas nenhum alcança o nível de exclusividade e mistério como "Once Upon a Time in Shaolin" do Wu-Tang Clan. Este tesouro musical único, limitado a uma única cópia, tornou-se uma lenda em si mesmo, envolvendo valores estratosféricos, intrigas judiciais e agora, um novo capítulo nas mãos de um coletivo de colecionadores digitais. Vamos mergulhar nas profundezas desse enigma musical.

Valores Astronômicos: $2 Milhões e Além

Em 24 de novembro de 2015, o álbum foi vendido por impressionantes $2 milhões através do leilão realizado pela Paddle8. O comprador, posteriormente identificado como Martin Shkreli, um administrador de fundos, trouxe uma controvérsia ainda maior à narrativa. Shkreli, conhecido por suas ações polêmicas, não apenas adquiriu o álbum, mas ameaçou remover um membro do Wu-Tang Clan, Ghostface Killah, do projeto inteiro.

A saga do álbum não parou por aí. Após a apreensão do álbum pelo governo federal dos Estados Unidos, devido a questões legais envolvendo Shkreli, o disco foi leiloado novamente no verão passado. Surpreendentemente, foi vendido por $4 milhões em um acordo complexo, reforçando seu status como um objeto de desejo exclusivo.

De Shkreli para o PleasrDAO: Uma Nova Era Começa

O enredo ganhou um novo protagonista: PleasrDAO, um coletivo de colecionadores e artistas digitais de NFT, assumiu a propriedade do álbum em 10 de setembro. Armazenando essa peça única em um "cofre" em Nova York, PleasrDAO está decidido a dar um novo rumo à história. Ao contrário das intenções controversas de Shkreli, PleasrDAO planeja tornar o projeto mais público, buscando a aprovação do líder do Wu-Tang Clan, RZA. Uma reviravolta surpreendente que sugere um novo capítulo na vida deste álbum lendário.

Desvendando o Misticismo do Álbum

"Once Upon a Time in Shaolin" não é apenas um álbum, é um conceito complexo que desafia as normas da indústria musical. Concebido pelo produtor Wu-Tang Cilvaringz, o projeto baseia-se na exploração da música como uma mercadoria, seguindo tradições históricas como o Barroco, Iluminismo e Renascimento. O álbum, gravado em segredo durante seis anos e prensado em 2014, foi armazenado em uma abóbada segura no Royal Mansour Hotel, em Marrakech, Marrocos.

O Poder do Número 88 e as Regras Impostas

Uma das características mais fascinantes do álbum é a imposição de regras únicas. Os proprietários do álbum foram proibidos de explorá-lo comercialmente até 2103, 88 anos após seu lançamento. Essa restrição, de acordo com RZA, líder do Wu-Tang Clan, foi vital para manter a integridade do álbum como uma obra de arte e evitar qualquer exploração comercial.

O Enigma das Faixas e Participações Especiais

As faixas do álbum permanecem em segredo, alimentando ainda mais a curiosidade dos fãs. Paddle8 liberou uma lista de faixas usadas durante as gravações, compilada pela revista Complex. Rumores sugerem que o álbum conta com a participação especial da renomada cantora e atriz Cher em duas faixas, acrescentando um elemento adicional de mistério e antecipação.

O Guiness Book of Records: Certificando o Valor

Em um reconhecimento oficial de seu valor, o Guiness Book of Records certificou "Once Upon a Time in Shaolin" como o álbum mais valioso do mundo, superando recordes anteriores estabelecidos por lendas como Elvis Presley e The Quarrymen, posteriormente conhecidos como The Beatles.

O Futuro de Once Upon a Time in Shaolin

À medida que PleasrDAO assume a propriedade do álbum e busca torná-lo mais acessível ao público, uma nova era se inicia para "Once Upon a Time in Shaolin". O álbum único continua a desafiar as convenções da indústria musical, deixando um legado de mistério e exclusividade que perdurará por gerações. Com sua história única e valores estratosféricos, este tesouro musical continua a inspirar curiosidade e fascínio, consolidando-se como uma verdadeira obra-prima do hip-hop.

Outros Tesoros Musicais: Álbuns Cobiçados e Suas Histórias Valiosas

Diversos álbuns musicais destacam-se no mundo dos colecionáveis, não apenas por suas contribuições artísticas, mas também pelos valores extraordinários alcançados em leilões.

O icônico "The Beatles" (White Album), de 1968, com o número de série "0000001", pertencente a Ringo Starr, foi leiloado por notáveis $790.000 (748.351€). 

Outro destaque é o álbum assinado "Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band" dos The Beatles, vendido por $290.500 (275.184€), cujo valor foi impulsionado pela assinatura dos quatro membros da banda.

A curiosidade se intensifica com "Double Fantasy" de John Lennon & Yoko Ono, assinado horas antes da morte de Lennon, alcançando $150.000 (142.092€).

A raridade da capa original controversa do álbum "Yesterday & Today" dos Beatles, vendido em 2013 por $125.000 (118.410€).

Além disso, a única cópia existente do acetato do The Quarrymen, "That'll Be the Day"/"In Spite of All the Danger" (UK 78–rpm, acetato em capa lisa, 1958), atualmente pertencente a Paul McCartney, é avaliada em £200.000, conforme a Record Collector. McCartney também possui reedições, prensadas em 1981, estimadas em £10.000 cada.

No universo de Elvis Presley, o acetato de "My Happiness", adquirido por Jack White por $300.000 em janeiro de 2015, ganhou destaque ao ser relançado no Record Store Day de 2015 pela Third Man Records.

Também se destacam. Outros álbuns, como "Caustic Window" de Aphex Twin e "Alcohol and Jake Blues" de Tommy Johnson, evidenciam a diversidade e o valor atribuído a peças musicais únicas no mercado de colecionadores.