segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

FADOS do FADO...letras de fados

 



A marca do meu fado

José Fernandes Castro / Custódio Castelo *fado custódio*
Repertório de José Ferreira (ao vivo)

A marca do meu fado é esta dor
Que teima em revelar-se lentamente
E quase faz morrer um grande amor
Que quero conservar eternamente

A marca do meu fado é a saudade
Que tenho, dos momentos que vivi
O fogo dum amor já muito tarde
É chama que só arde para ti

A marca do meu fado é a tristeza
Que sinto, porque estás longe de mim
Agora, meu amor, tenho a certeza
Que tudo tem princípio meio e fim

Agora neste fado em solidão
Procuro a redenção do meu pecado
Na dor deste poema de paixão
Encontro sempre a marca do teu fado


A marca do tempo

José Fernandes Castro / Raul ferrão *fado carriche* 
Repertório de Nano Vieira 

No rosto, a marca do tempo 
Determinando a idade 
Na força do pensamento 
O pulsar da mocidade 

Sou verso que se não lê 
Sou alma no esquecimento 
Olhando p'ra mim, se vê 
No rosto a marca do tempo 

Tenho nos cinco sentidos 
A cor da minha verdade 
Tenho sonhos proibidos 
Determinando a idade 

Tenho mil paixões floridas 
Soprando a alma do vento 
Tenho força de mil vidas
Na força do pensamento 

Ao tempo que vai surgir 
Imponho a minha saudade 
Quero de novo sentir 
O pulsar da mocidade


A marcha da Bica

Frederico de Brito / Alves Coelho
Repertório de Fernando Farinha


Hoje a marcha sai, mas que reinação
Vem o bairro inteiro que eu já sei
Olha como vai cá o meu balão
Belo companheiro que arranjei

Quando a Bica tem que mostrar quem é
Tem sempre alegria até ao fim
À rua não vem quem lhe bata o pé
Onde ela chegar é sempre assim

Que rica que vai a Bica
Vai com tal graça 
E tem um certo não sei quê
Que linda que ela é ainda
Por onde passa 
Até alegra quem a vê

Lisboa, hoje enfeitou-a
Fez dela agora 
Um arraial de amor e fé
Foi posta naquela encosta
Só quem lá mora 
É que conhece o que ela é

Rosas aos montões, arcos e balões
Ai como ela ficou, ai Jesus
Eu ia apostar que o próprio luar
Até cá na Bica tem mais luz

Quem tem mal d'amor, seja lá qual for
Vá até á Bica devagar
Mas cuidado sim, que a Bica é assim
Pode qualquer dia lá ficar



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