Grupo Um é grupo Brasileiro de música instrumental, criado pelos irmãos Lelo Nazário (piano) e Zé Eduardo Nazário (bateria) em 1976 , quando os mesmo faziam parte do grupo de Hermeto Pascoal. Criaram um grupo com identidade própria, bem diferente da concepção do trabalho de Hermeto, onde o uso dos conceitos de música eletrônica e música eletroacústica eram utilizados.
Completavam o grupo Zeca Assumpção (baixo) , Mauro Senise (sax) e Carlinhos Gonçalves na percussão.
Hoje os irmãos Nazário se dedicam as suas carreiras individuais e com outros grupos, além de relançaram pelo selo Editio Princeps todos os seus trabalhos com o grupo na década de 70 e 80.
Integrantes:
- Zé Eduardo Nazário – Bateria e Percussão.
- Lelo Nazário – Piano, Teclados.
- Zeca Assumpção- Contrabaixo.
- Com participação dos músicos
- Rodolfo Stroeter – Contrabaixo
- Teco Cardoso – Sax
- Roberto Sion, Teco Cardoso, Mauro Senise: Sax e Flauta
- Marcio Montarroyos – Trumpete
- Felix Wagner – Sax, Piccolo e Flauta
- Carlinhos Gonçalves – Percussão
Discografia
- Marcha Sobre a Cidade (1979)
- Reflexão Sobre a Crise do Desejo (1981)
- Flor de Plástico Incinerada (1982)
Marcha sobre a Cidade – 1979
1. | [B(2)/1O-O.75-K.78]-P(2)-[O(4)/8-O.75-K77] | 7’25 | ||||
(Lelo Nazario) | ||||||
2. | Sangue de Negro | 4’33 | ||||
(Zé Eduardo Nazario) | ||||||
3. | Marcha Sobre a Cidade (dedicada a Zeca Assumpção) | 10’23 | ||||
(Lelo Nazario) | ||||||
4. | A Porta do “Sem Nexo” | 9’52 | ||||
(Lelo Nazario) | ||||||
5. | 54754-P(4)-D(3)-O | 3’06 | ||||
(Lelo Nazario) | ||||||
6. | Dala | 4’00 | ||||
(Zeca Assumpção) | ||||||
faixas bônus no CD | ||||||
7. | N’daê | 5’52 | ||||
(Zé Eduardo Nazario) | ||||||
8a. | Festa dos Pássaros | 2’50 | ||||
(Zé Eduardo Nazario) | ||||||
8b. | C(2)/9-O.74-K.76 | 11’10 | ||||
(Lelo Nazario) |
faixas 1 a 6: | ||
Lelo Nazario | piano eletrônico | |
Zeca Assumpção | baixo eletrônico, piano acústico | |
Zé Eduardo Nazario | bateria, percussão | |
Carlinhos Gonçalves | percussão | |
Mauro Senise | sax soprano, sax alto, flauta | |
faixa 7: | ||
Lelo Nazario | percussão | |
Zeca Assumpção | percussão | |
Zé Eduardo Nazario | tabla, khena do Laos | |
Carlinhos Gonçalves | percussão | |
Mauro Senise | flauta | |
faixa 8: | ||
Lelo Nazario | piano eletrônico, gerador de sinais (efeito), percussão | |
Zeca Assumpção | baixo eletrônico | |
Zé Eduardo Nazario | bateria, percussão | |
Carlinhos Gonçalves | percussão | |
Roberto Sion | sax soprano |
Gravado e mixado no Estúdio Vice-Versa B em 26 e 27/9/79 (faixas 1 a 7). Faixa 8 gravada e mixada no Estúdio Vice-Versa B em 1977. |
Produtor | Grupo Um | |
Operador de áudio | Wagner | |
Assistente de estúdio | Arquimedes | |
Corte | Joaquim Gonçalves (Vice-Versa) | |
Capa original | Luiz Manini | |
Desenho | Zico Priester | |
Capa da edição Francesa | Claude Goareguer e Thierry Lesage | |
Foto da contra-capa original | Marcos Santilli | |
Masterização digital para a reedição em CD: | Lelo Nazario no Utopia Studio |
LP lançado de forma independente em 1979, com segunda edição pelo selo Lira Paulistana. Lançado na França pelo selo Syracuse em 1983. Reeditado em CD pela Editio Princeps em 2002.
Estreia desse super grupo instrumental que acompanhava os geniais Hermeto Pascoal e Egberto Gismonti e também a cantora Marlui Miranda e seu disco de estreia de 1979 (já postado aqui) com uma sonoridade entre o Jazz fusion e o Free jazz com ritmos brasileiros.
O som vai da calmaria ao completo caos na mesma música, do virtuosismo ao groove, da melodia ao atonalismo.
Um dos melhores e mais importantes discos instrumentais da história da nossa música.
Texto de Lelo Nazario para a reedição em CD de “Marcha Sobre a Cidade”. Marcha Sobre a Cidade foi gravado em um pequeno estudio de 4 canais, num espaço suficiente apenas para acomodar os músicos e seus respectivos instrumentos. Nessas condições, as músicas (algumas bastante longas) eram registradas sem interrupções nem overdubs, já que todos os músicos tocavam ao mesmo tempo neste espaço e os microfones captavam todo tipo de vazamento. Já tínhamos gravado em outras ocasiões uma trilha de documentário e todo um material anterior neste mesmo estúdio, de forma que conhecíamos bem as suas limitações. Em compensação, contávamos com um engenheiro de som rápido e competente, além de equipamentos de alto padrão (gravadores AMPEX) e todos os microfones Neumann (valvulados), o que explica a boa qualidade sonora do resultado final. As músicas do disco original representavam apenas parte do material que tocávamos nos concertos. A faixa-título Marcha Sobre a Cidade, originalmente escrita em 6/8, foi se tornando mais livre à medida em que era tocada e aperfeiçoada. Na versão final, registrada neste CD, já não se pode definir com certeza onde estão os tempos fortes e fracos, já que alguns tempos fracos são também acentuados. Embora a melodia apresente fluidez e naturalidade, ela nos dá a sensação de estar “flutuando” sobre a base rítmica. Os nomes das músicas em formato de “fórmula” descrevem, na realidade, um breve histórico da composição, em quantas partes ela foi dividida, as pontes entre dois trechos e quais as fórmulas de compasso adotada em cada parte. Foram concebidas como um pequeno lembrete da seqüência das partes durante os primeiros ensaios, e acabaram se tornando os próprios nomes das composições. Em 5(4)-P(4)-D(3)-O o andamento é extremamente rápido, as trocas de acordes acontecem praticamente em cada tempo do compasso, com a parte central da composição aberta ao improviso livre (mas com tempo curto e definido). [B(2)/1O-O.75-K.78]-P(2)-[O(4)/B-O.75-K77] e Sangue de Negro trazem a influência dos ritmos africanos puros, melodias construídas sobre escalas pentatônicas e um caminho harmônico sofisticado. A Porta do “Sem Nexo” tem uma seção improvisada, mas com seus caminhos definidos previamente. O título é uma brincadeira com os críticos da época, que não viam sentido na improvisação livre e, portanto, não percebiam a riqueza dos mecanismos criativos inventados para executar e dar embasamento a esse tipo de música (continuam não percebendo até hoje…). O álbum original se encerra com Dala, de Zeca Assumpção, uma composição com traços fortes de harmonia impressionista, tendo Mauro Senise como solista – que dá ao sax soprano uma sonoridade mais próxima da música erudita do que do jazz. Esta edição em CD traz ainda dois bonus tracks inéditos: N’daê, onde todo o grupo toca percussão, acompanhando os caminhos da flauta, e C(2)/9-O.74-K.76, que traz a base rítmica afro-brasileira somada à construção harmônica e melódica contemporânea. Esta última faixa é um registro da formação inicial do grupo, enquanto contava ainda com a participação do grande saxofonista Roberto Sion, substituído por Mauro Senise antes da gravação efetiva do primeiro LP.Lelo Nazario, maio de 2002 | |
Todas as informações foram tiradas do site oficial do mestre Zé Eduardo nazário:
Se gostarem do disco, comprem que vale a pena, eu comprei os 3 discos na livraria cultura pelo site, é só procurar que se acha, prestigiem os artistas geniais.
Foto do Grupo Um com a cantora Marlui Miranda.
Fiquem com uma apresentação da banda ao vivo em 1980 na Tv Cultura:
TV Cultura, 1980
A PORTA DO SEM NEXO
(Lelo Nazario)
Zé Eduardo Nazario – bateria
Lelo Nazario – piano
Rodolfo Stroeter – baixo elétrico
Mauro Senise – flauta e sax soprano
Felix Wagner – clarinete
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