Formado em Boulder, Colorado, o Firefall nasceu em 1974 do encontro entre o vocalista Rick Roberts (ex-parceiro de Chris Hillman - ex Byrds - e Bernie Leadon - futuros Eagles - no The Flying Burrito) e o guitarrista Jock Bartley (ex Zephyr). Mais tarde chegarão o baixista Mark Andes (futuro Heart), o guitarrista e vocalista Larry Burnett e o baterista Michael Clarke (ex-Byrds e Flying Burrito). Sua primeira demo foi produzida por Chris Hillman, que na época contratou três membros para acompanhá-lo no palco. Notado pela Atlantic, o grupo assinou contrato em 1975 e fez uma rápida passagem pelo estúdio para gravar seu primeiro álbum no final do ano.
O soberbo “It Doesn’t Matter” abre este disco da melhor forma. Gravada pela primeira vez em 1972 por Manassas, projeto de curta duração de Stephen Stills e Chris Hillman, a peça foi regravada por Firefall em uma versão mais polida, onde os arranjos e harmonias vocais são revisados e até notavelmente trabalhados. Este título, Rick Roberts sem dúvida fez questão de refiná-lo, pois foi o infeliz co-autor, não creditado no disco de Manassas embora o tenha composto com Chris Hillman na versão aqui gravada, isto é, com a letra do primeira versão, e não aquelas que Stephen Stills reescreveu completamente. Ir atrás de um vocalista do nível de Stills não é fácil, mas Rick Roberts, ajudado pelo admirável trabalho de Jock Bartley na guitarra, supera aqui a versão anterior.
A balada country rock “Love Isn't All”, de Larry Burnett, nos remete ao clima dos primeiros Eagles. Muito agradável com seus toques de slide guitar e flauta. No single “Livin' Ain't Livin'”, às vezes nos inclinamos mais para Stephen Stills. Esta faixa de country rock que não falta fôlego poderia ter encontrado seu lugar no álbum de retorno de Crosby, Stills & Nash no ano seguinte. “No Way Out” é certamente a música mais rock do álbum. Com seu ritmo balançante bem contagiante, flertamos com o Southern Rock, e mais uma vez, Bartley entrega uma interpretação de primeira, com sua guitarra impregnada de blues. O primeiro lado termina com uma linda balada de Rick Roberts, “Dolphin's Lullaby”, toda sutilmente.
Em “Cinderella”, mid-tempo numa base essencialmente acústica, Larry Burnett traz-nos de volta ao country rock, com algumas bem-vindas intervenções de flauta e gaita do multi-instrumentista David Muse, que será integrado como sexto membro do próximo álbum. Burnett nos oferece uma bela balada country em “Sad Ol' Love Song”, onde sons de pedal steel e saxofone se misturam. “You Are A Woman” é o título que tornou o grupo popular nos Estados Unidos, com um honroso nono lugar na Billboard Hot 100. Porém, não é, na minha opinião, o título mais marcante do álbum, longe a partir dele. Rick Roberts oferece-nos uma melodia muito mais cativante em "Mexico", notavelmente servida pela sua voz vibrante e pela intervenção moderada de trombetas perfeitamente adequadas ao tema desta canção. E já o álbum termina com “Do What You Want”, um rhythm & blues de belo efeito de Burnett, no qual Bartley se faz, e nos deixa, muito felizes.
O disco foi certificado como ouro nos Estados Unidos poucos meses após seu lançamento, e até ganhou disco de platina em 2004, com um milhão de cópias vendidas pacientemente. Um sinal de música que resistiu ao teste do tempo.
Títulos:
01. It Doesn’t Matter
02. Love Isn’t All
03. Livin’ Ain’t Livin’
04. No Way Out
05. Dolphin’s Lullaby
06. Cinderella
07. Sad Ol’ Love Song
08. You Are The Woman
09. Mexico
10. Do What You Want
Músicos:
Rick Roberts: vocais, violão, backing vocals
Larry Burnett: vocais, guitarra, backing vocals
Jock Bartley: guitarra (solista), slide guitar, palm pedal, backing vocals
Mark Andes: baixo
Michael Clarke: bateria
+
David Muse: piano , clavinete, sintetizador, flauta, saxofone, gaita
Joe Lala: congas, percussão
Peter Graves: trombone
Whit Sidener: saxofone
Ken Faulk: trompete
Produzido por: Jim Mason
Rótulo: Atlântico
Sem comentários:
Enviar um comentário