A minha padeirinha
Letra e música de Fernando Farinha
Repertório do autor
Padeirinha, padeirinha
Que me dás pão tão quentinho
Não me dês apenas pão
Dá-me também teu carinho
Não é com pão que alivias
As mágoas que me consomem
Repara bem, que na vida
Repara bem, que na vida
Nem só de pão vive o homem
Ai padeirinha
Pãozinho quente a estalar
Cara linda cor do trigo
E grão centeio no olhar
Duas cerejas
São teus lábios de carmim
E teus seios mais parecem
Duas bolas de Berlim
Se aos olhos meus
És por graça ou simpatia
O pãozinho mais gostoso
Que existe na padaria
Mata-me a fome
Tem pena da vida minha
Dá-me ao menos uma bucha
Do teu amor, padeirinha
Padeirinha, padeirinha
Por ti, o meu coração
Está mais em brasa que o forno
Onde tu cozes o pão
Quem me dera, quem me dera
Como sou também Farinha
Um dia, ser amassado
Um dia, ser amassado
Um dia, ser amassado
Por tuas mãos, padeirinha
A minha pronúncia
Alberto Rodrigues / Alfredo Duarte *fado marceneiro*
Intérprete: Argentina Santos
Tenho visto muito bem
Quando canto, alguém sorrir
Duma forma que afinal
Mostra não saber porém
Que a pronúncia é o sentir
Da nossa terra natal
Sem R não se escrevia
A palavra coração
Intérprete: Argentina Santos
Tenho visto muito bem
Quando canto, alguém sorrir
Duma forma que afinal
Mostra não saber porém
Que a pronúncia é o sentir
Da nossa terra natal
Sem R não se escrevia
A palavra coração
Onde vibra, tantas vezes
A tristeza e a alegria
Ternas virtudes que são
A tristeza e a alegria
Ternas virtudes que são
Bem próprias dos portugueses
Sem R nem a guitarra
Teria o nome que tem
Sem R nem a guitarra
Teria o nome que tem
Nem se escrevia o valor
De Portugal, nossa amarra
Onde se sente também
De Portugal, nossa amarra
Onde se sente também
A terna palavra amor
Há muita gente que ri
E tem no riso a denúncia
Há muita gente que ri
E tem no riso a denúncia
Da sua grande fraqueza
Pode crer, ri-se de si
Quem ri da minha pronúncia
Pode crer, ri-se de si
Quem ri da minha pronúncia
Porque ela é bem portuguesa
A minha rica filhinha
Letra de Silva Tavares
Desconheço se esta letra foi gravada.
Desconheço se esta letra foi gravada.
Transcrevo-a na esperança de obter informação credivel.
A minha rica filhinha
Co’a sua saia de roda
Parece uma vassourinha
Varrendo-me a casa toda
Sou pobre por condição
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Tradicional*
Livro *Poetas Populares do Fado-Tradicional*
Co’a sua saia de roda
Parece uma vassourinha
Varrendo-me a casa toda
Sou pobre por condição
Mas tenho um grande tesouro
Que não dou por nenhum oiro
Que não dou por nenhum oiro
Lançado em circulação
Fiz cofre do coração
Fiz cofre do coração
Porque outra coisa não tinha
E essa riqueza, que é minha
E essa riqueza, que é minha
Tão bem, lá dentro, me coube
Que d’ali não há quem roube
A minha rica filhinha
Nunca senti tanto enleio
Que d’ali não há quem roube
A minha rica filhinha
Nunca senti tanto enleio
Como olhando a minha filha
Fala e pensa à maravilha
Fala e pensa à maravilha
Apenas com palmo e meio
Já mostra certo receio
Já mostra certo receio
De que a não vistam à moda
E ninguém julgue que engoda
E ninguém julgue que engoda
Essa migalha de gente
Toda inchada de contente
Co’a sua saia de roda
A cada passo tropeça
Toda inchada de contente
Co’a sua saia de roda
A cada passo tropeça
Por ser a saia comprida
Mas não chora e, de seguida
Mas não chora e, de seguida
Levanta-se e recomeça
Não há nada que não peça
Não há nada que não peça
Pois tudo quer, coitadinha
Deita-se logo à noitinha
Deita-se logo à noitinha
Mas, de manhã até lá
Sempre d’aqui p’ra acolá
Parece uma vassourinha
Ela só, tão pequenina
Sempre d’aqui p’ra acolá
Parece uma vassourinha
Ela só, tão pequenina
Enche-me a vida de luz
E o peso da minha cruz
E o peso da minha cruz
Resulta coisa divina
Ladina, muito ladina
Ladina, muito ladina
Não pára nem se acomoda
A tudo e todos apoda
A tudo e todos apoda
Numa estranha algaravia
E assim passa o santo dia
Varrendo-me a casa toda
E assim passa o santo dia
Varrendo-me a casa toda
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