quarta-feira, 1 de maio de 2024

ALBUM DE HARD ROCK/ROCK PSICODÉLICO

Miguel Abuelo & Nada - Miguel Abuelo & Nada (1973)

Muito antes de agitar a primavera alfonsinista da democracia recém-chegada com a segunda encarnação de Los Abuelos de la Nada, nos anos 80, a primeira versão deste grupo nasceu em França, dando origem também a um álbum amaldiçoado do qual pouco se sabia. lançados por esses lugares, e até a primeira edição para o mercado argentino deste álbum saiu há pouco tempo. Um álbum particular, onde há hard rock, psicodelia, experimentação, e também uma história muito rica onde acabam aparecendo muitas das maiores referências do rock argentino, e onde Miguel Abuelo, aquele garoto de rua que se tornou um poeta iluminado pela psicodelia e pelo Noroeste o folclore é o protagonista quase principal. Acabamos de apresentá-lo e agora revivemos este álbum tão particular. Um álbum cult que não pode ficar de fora 

Artista: Miguel Abuelo & Nada
Álbum: Miguel Abuelo & Nada
Ano: 1973
Gênero: Hard Rock / Rock Psicodélico
Duração: 60h10
Nacionalidade: Argentina


Aqui vamos nós com um álbum estranho, estranho. Um álbum cult que o músico gravou na França durante 1973 e é considerado um dos melhores trabalhos do artista.
Em primeiro lugar, vamos ao comentário que Bob nos traz e depois acrescentarei alguns outros comentários que encontrei na web. A primeira delas corresponde ao momento em que lançaram este álbum pela primeira vez na Argentina, já que Miguel Abuelo o gravou em França.
“Miguel Abuelo & Nada”, o álbum de culto que o recordado músico gravou em 1973 em França com um grupo também liderado pelo ex-Vírus Daniel Sbarra, e considerado um dos melhores trabalhos da carreira do líder dos Los Abuelos de la Nothing, foi publicado pela primeira vez no país em formato físico e digital.
Este é o único registo feito por Miguel Abuelo no seu longo exílio europeu, entre o início dos anos 70 e início dos anos 80, produzido pelo francês Moshe Naim, uma espécie de mecenas moderno, falecido há poucos anos, que financiou obras de Rafael Alberti, Pablo Neruda e Salvador Dalí, entre outros, e nesses anos ficou maravilhado com a arte do músico argentino.
O álbum chega pela primeira vez ao público local graças a uma edição feita pela RGS Music, empresa que lança artistas como Vox Dei, Willy Crook, La Cofradía del Flor Solar, Diego Frenkel e Generación Cero, entre muitos, e que tem uma loja de discos na Avenida Corrientes, no bairro portenho de Villa Crespo.
“Fico muito feliz por ter algo tão procurado, tão emblemático, no catálogo. É um álbum que aparece em todos os rankings como um dos melhores do rock argentino, mas não foi encontrado em lugar nenhum. Foi como um grande mito”, disse Andrés Galante, dono do selo.
Segundo a sua história, a possibilidade de publicar esta obra surgiu quando uma gravadora espanhola o contactou para comprar a licença que permitiria a publicação naquele país do álbum “Jeremías pies de lead” da Vox Dei.
“Quando comecei a investigar na Internet a quem vendia esta licença, descobri que tinham lançado em vinil esta cobiçada obra de Miguel Abuelo. Então me deram os dados de quem tinha os direitos, que era alguém próximo de Moshe Naim, entrei em contato com ele e em muito pouco tempo chegamos a um acordo”, explicou Galante.
A edição local de “Miguel Abuelo & Nada” respeita a foto original da capa, na qual se vê o líder dos Abuelos de la Nada com o filho Gato Azul ao colo; No seu interior contém a letra em espanhol e francês, como na versão inicial; e inclui a foto de todo o grupo, que inicialmente pretendia ilustrar o álbum.
Nele você pode ver os integrantes da banda, formada por Abuelo, nos vocais; Sbarra, nas guitarras e coros; Pinfo Garriga, no baixo e backing vocals; Diego Rodríguez, na bateria; e Carlos Bayris, no violoncelo e backing vocals, compactados em uma espécie de mala e um balão de ar quente com o nome do grupo.
“A qualidade do áudio me chamou a atenção. Não existe nenhum disco com essa qualidade no rock argentino daquela época”, observou Galante, referindo-se ao disco que combina o estilo particular de Abuelo com peças folk e rock pesado, marca com contribuição de Sbarra.
“É um álbum que adoro muito, por isso estou encantado com esta edição. Pareceu-me tremendo que nunca tivesse sido lançado aqui”, disse o próprio Sbarra a esta agência, que afirmou ter feito várias tentativas fracassadas de publicá-lo no país, e definiu o álbum como “um elo perdido” no rock argentino.
O ex-Vírus lembrou que o líder do Los Abuelos de la Nada o convocou para realizar alguns solos de guitarra no disco que estava gravando a pedido de Naim, porém a química musical entre os dois provocou uma mudança de planos.
“O Miguel ficou tão entusiasmado com o que estávamos a fazer que, no mesmo estúdio, disse ao Naim que todo aquele material ia para o lixo e que ia fazer um disco com um grupo liderado pelos dois. Foi assim que nasceu este trabalho de grupo, que é erroneamente considerado um trabalho a solo”, explicou Sbarra.
Acontece que passou mais de um ano entre a gravação do álbum e o seu lançamento, em que o grupo se dissolveu por divergências musicais, e como Naim pretendia continuar a trabalhar com Miguel Abuelo, lançou-o nas ruas com o título “Miguel Abuelo & Nada”.
No mesmo sentido, o produtor escolheu para a capa uma foto que mostrava apenas o líder de Los Abuelos de la Nada, ao invés de todo o grupo.
“A banda se chamava Nada porque adorei o nome Los Abuelos de la Nada, que foi o que Miguel usou no grupo com o qual gravou seus primeiros discos na Argentina, mas como queria deixar aquela fase para trás, optamos para este nome. Na verdade, primeiro éramos Filhos do Nada e depois reduzimos isso”, lembrou Sbarra.
Conclusão

Na arte da capa você pode ver os integrantes da banda, formada por Abuelo, nos vocais; Sbarra, nas guitarras e coros; Pinfo Garriga, no baixo e backing vocals; Diego Rodríguez, na bateria; e Carlos Bayris, no violoncelo e coros, embalados numa espécie de mala e num balão de ar quente com o nome do grupo. E há tanta coisa escrita sobre esta obra que a única coisa que me ocorre é trazer alguns dos muitos comentários que foram escritos aqui e ali, mas se você pesquisar encontrará mais, muito mais...

Et Nada (Nothing) é um álbum interessante e uma daquelas obras perdidas no tempo que conseguem surpreender pela sua performance, portanto um álbum a considerar e a ter em conta visto que possui elementos progressivos que conseguem adquirir um gosto musical especial. Abuelo, portanto encontramos um álbum bastante camaleônico; uma espécie de Hard Prog com elementos psicodélicos e breves incursões Folk que de uma forma ou de outra se torna uma espécie de pastiche sonoro muito eclético, realmente um trabalho interessante e muito original que assume uma postura ART-ROCK já que é composto por arranjos refinados, elegantes passagens, mudanças de tempo, incursões sinfônicas, elementos psicodélicos, letras poéticas, cenários pastorais e atmosferas ecléticas. Sem dúvida um trabalho verdadeiramente sublime e delicado.
Minidados:
*Em 1973 Miguel formou uma banda com músicos argentinos e uruguaios exilados como ele e formou Miguel Abuelo Et Nada. O álbum foi gravado com esse nome, mas só seria lançado em 1975, quando o grupo deixou de existir devido a desentendimentos entre seus integrantes. Foi assim que foi publicado como Et Nada. O álbum nunca foi lançado na Argentina ou na América do Sul.
O homem-mariposa

Los Abuelos de la Nada em sua primeira formação lançaram apenas um single com as músicas "Diana Divaga" e "Tema en Flu sobre el Planeta". Também aparecem em "La Estación" da coletânea "Mandioca Underground". Abuelo (Miguel Angel Peralta) como solista também publica dois singles: "Oye Niño"/"Você já olhou para você de frente?" e “Hoje seremos camponeses” / “Borboletas de madeira”. Sem ter gravado um disco, Miguel Abuelo emigrou para a Europa, e foi em França, durante 1974, que com um grupo denominado Hijos de Nada gravou o seu primeiro LP. Participam Daniel Sbarra na guitarra, Carlos Beyris no violoncelo, Pinfo Garriga no baixo, Diego Rodríguez na bateria, Gustavo Kerestachi no sintetizador e Juan Dalera na flauta e quena. As primeiras quatro composições pertencem a Miguel Abuelo. “Atirando pedras no rio” combina a energia rock da guitarra e o delicado classicismo do violoncelo, (co-instrumentos principais do álbum), que complementam a excelente voz de Miguel que vai da sua potência máxima a vários exemplos de subtileza. Como em outras músicas, não faltam abordagens ao Led Zeppelin. “The long day of living”, mais uma linda música imersa em um clima hippie. O violão se une ao violoncelo e à flauta, oferecendo um enquadramento encantador para a voz do Abuelo. “Estou aqui de pé, sentado e deitado” um clássico, com seu clima onírico, aqui são as percussões que se entrelaçam com o violoncelo e o violão no início da música, que desenvolve uma intensidade crescente. "The Dock", contendo fragmentos de poesia de Rumi, um poeta do século XIII, continua o devaneio, e agora acompanhado por sons de cravo, uma passagem de pesadelo precede o final dramático. As três últimas músicas pertencem ao guitarrista Sbarra. "Señor Carnicero" é uma canção de hard rock ornamentada com um arranjo viciante de violoncelo. "Recala Sabido Forastero" é uma música tranquila com toques barrocos e acompanhamento de Moog. Por fim “Octavo Sendero” mais um exemplo de rock ornamentado com excelente acoplamento, novamente, entre o violão e o violoncelo com um agradável arranjo de vozes. Álbum absolutamente recomendado. Entendo que existe uma edição em CD, embora não seja fácil de obter.

Progresiva anos 70

Em princípio, não tinha classificado este álbum como progressivo, mas lendo a referência da Musea Records vejo que o consideram um álbum progressivo... e quem sou eu para não aceitar o que a Musea Records diz, precisamente?:


Temas:
1. Tirando Piedras Al Rio 7.22
2. El Largo Dia De Vivir 4.25
3. Estoy Aqui Parado , Sentado Y Acostado 9.23
4. El Muelle 6.43
5. Secor Carnicero 4.41
6. Recala Sabido Forastero 4.09
7. Octavo Sendro 4.48
Bonus
8 Diana Divaga 3:20
9 Tema En Flu Sobre El Planeta 2:16
10 Pipo La Serpiente 2:32
11 Llovera 4:09
12 Oye Nino 3:40
13 Mariposas De Madera 2:55

Tópicos:
1. Atirando pedras no rio 7,22
2. O longo dia de vida 4,25
3. Estou parado aqui, sentado e deitado 9,23
4. A doca 6,43
5. Secor Carnicero 4,41
6. Terras estranhas conhecidas 4,09
7. Oitavo Caminho 4.48
Bônus
8 Diana Rambles 3:20
9 Tema de Flu sobre o planeta 2:16
10 Pipo, a cobra 2:32
11 Vai chover 4:09
12 Oye Nino 3:40
13 Borboletas de madeira 2:55

Formação:
- Miguel Abuelo / vocal principal e backing vocal, violão
- Daniel Sbarra / guitarra elétrica e backing vocal
- Pinfo Garriga / baixo e backing vocal
- Diego Rodríguez / bateria
Músicos convidados:
    Carlos Beyris - violoncelo e backing vocal
    Juan Dalera - quena en 2
    Luis Montero - bateria em 2
    Edgardo Canton - sintetizador em 1
    Gustavo Kerestesachi - sintetizador em 3

 Teca & Verónica - backing vocals em 2 e 3 

   


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