À partida
Letra de Manuel de Andrade
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do FadoDesconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Estava a cidade despida
Estavam meus braços caídos
Estava negra, negra a vida
Mais negros os meus sentidos
Perdido na multidão
Teu lenço branco acenava
E o meu pobre coração
Branco, mais branco, ficava
Teu riso, quase chorava
Teus olhos, esses não li
Teu olhar tão longe estava
Tão longe que nem o vi
À partida como à morte
Tudo se torna diferente
Já não há tempo que importe
Importa partir, somente
Estavam meus braços caídos
Estava negra, negra a vida
Mais negros os meus sentidos
Perdido na multidão
Teu lenço branco acenava
E o meu pobre coração
Branco, mais branco, ficava
Teu riso, quase chorava
Teus olhos, esses não li
Teu olhar tão longe estava
Tão longe que nem o vi
À partida como à morte
Tudo se torna diferente
Já não há tempo que importe
Importa partir, somente
A pedra da calçada
Letra de Frederico de Brito
Desconheço se esta letra foi gravada.
Publico-a na esperança de obter informação credível
Desconheço se esta letra foi gravada.
Publico-a na esperança de obter informação credível
Letra publicada no livro de Fernando Cardoso *Poetas Populares*
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Arrancada, desprezada
Uma pedra da calçada
Posta ao canto duma rua
Lembrou o mundo ruim
E pôs-se a contar assim
Os transes da vida sua
Eu sou de serras distantes
Onde as fontes, sussurrantes
Uma pedra da calçada
Posta ao canto duma rua
Lembrou o mundo ruim
E pôs-se a contar assim
Os transes da vida sua
Eu sou de serras distantes
Onde as fontes, sussurrantes
P’la noite velha adormecem
Sobre mim, passaram nobres
Sobre mim, dormiram pobres
Eu vi riquezas mentidas
E vi misérias escondidas
E vim p’ra cidade enorme
Onde nem a noite dorme
Onde nem a noite dorme
E os homens não se conhecem
Sobre mim, passaram nobres
Sobre mim, dormiram pobres
Vi risos maus; dores sublimes
Salpicaram-me, no entanto
Com tristes gotas de pranto
Com tristes gotas de pranto
E negro sangue de crimes
Eu vi riquezas mentidas
E vi misérias escondidas
Vi honra e devassidão
Guardei-me dos homens falsos
Debaixo dos pés descalços
Debaixo dos pés descalços
Dos pobrezinhos sem pão
E aquela pedra sombria
Muito negra, muito fria
E aquela pedra sombria
Muito negra, muito fria
Com um desgosto profundo
Deixou-se ficar ali
Não por vergonha de si
Deixou-se ficar ali
Não por vergonha de si
Mas por vergonha do mundo
A pedra que caíu
Jerónimo Bragança / Nóbrega e Sousa
Repertório de Tony de Matos
Quando a pedra caiu
O pântano ondulou
Não sei donde surgiu
A pedra que caiu
Nem quem a atirou
Não sei quem foi que viu
Não sei quem foi que viu
Alguém nos apontou
Nenhum de nós pediu
Nenhum de nós pediu
Silêncio a quem viu
Piedade a quem falou
Eu gosto de ti e tu gostas de mim
O mais, seja o que for, deixá-lo ser
Nós vamos a par, vocês podem falar
Não è crime nenhum viver
A pedra que caiu
Piedade a quem falou
Eu gosto de ti e tu gostas de mim
O mais, seja o que for, deixá-lo ser
Nós vamos a par, vocês podem falar
Não è crime nenhum viver
A pedra que caiu
Alguém a atirou
Não sei quem foi que viu
Não sei quem foi que viu
Mas não nos atingiu
Caiu e lá ficou
O pântano ondulou
Caiu e lá ficou
O pântano ondulou
Não sei quem foi que viu
Alguém nos apontou
Alguém nos apontou
Alguém nos atirou
A pedra que caiu
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