quinta-feira, 2 de maio de 2024

FADOS do FADO...letras de fados...

 



À partida

Letra de Manuel de Andrade
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível

Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado

Estava a cidade despida
Estavam meus braços caídos
Estava negra, negra a vida
Mais negros os meus sentidos

Perdido na multidão
Teu lenço branco acenava
E o meu pobre coração
Branco, mais branco, ficava

Teu riso, quase chorava
Teus olhos, esses não li
Teu olhar tão longe estava
Tão longe que nem o vi

À partida como à morte
Tudo se torna diferente
Já não há tempo que importe
Importa partir, somente

A pedra da calçada

Letra de Frederico de Brito
Desconheço se esta letra foi gravada.
Publico-a na esperança de obter informação credível
Letra publicada no livro de Fernando Cardoso *Poetas Populares* 
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado

Arrancada, desprezada
Uma pedra da calçada
Posta ao canto duma rua
Lembrou o mundo ruim
E pôs-se a contar assim
Os transes da vida sua

Eu sou de serras distantes
Onde as fontes, sussurrantes 
P’la noite velha adormecem
E vim p’ra cidade enorme
Onde nem a noite dorme 
E os homens não se conhecem

Sobre mim, passaram nobres
Sobre mim, dormiram pobres 
Vi risos maus; dores sublimes
Salpicaram-me, no entanto
Com tristes gotas de pranto 
E negro sangue de crimes

Eu vi riquezas mentidas
E vi misérias escondidas 
Vi honra e devassidão
Guardei-me dos homens falsos
Debaixo dos pés descalços 
Dos pobrezinhos sem pão

E aquela pedra sombria
Muito negra, muito fria 
Com um desgosto profundo
Deixou-se ficar ali
Não por vergonha de si 
Mas por vergonha do mundo

A pedra que caíu

Jerónimo Bragança / Nóbrega e Sousa
Repertório de Tony de Matos

Quando a pedra caiu  
O pântano ondulou
Não sei donde surgiu
A pedra que caiu
Nem quem a atirou

Não sei quem foi que viu 
Alguém nos apontou
Nenhum de nós pediu 
Silêncio a quem viu
Piedade a quem falou

Eu gosto de ti e tu gostas de mim
O mais, seja o que for, deixá-lo ser
Nós vamos a par, vocês podem falar
Não è crime nenhum viver


A pedra que caiu 
Alguém a atirou
Não sei quem foi que viu 
Mas não nos atingiu
Caiu e lá ficou

O pântano ondulou 
Não sei quem foi que viu
Alguém nos apontou 
Alguém nos atirou
A pedra que caiu




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