Tool - Lateralus (2001)

Lateralus (2001)

Tool

Perdi o interesse pelo Tool mais ou menos na época em que este foi lançado. Embora eu tenha adorado seus primeiros lançamentos e considerasse Ænima uma obra-prima, nunca tive tempo de ouvir Lateralus . O que é uma pena. Tive que passar por uma fase de crescimento musical, analisando meus interesses e como poderia incorporar certas coisas à minha identidade (eu tinha 20 anos na época), e em retrospecto tudo estava em seu lugar, então não me arrependo. Mas tendo sempre sido um fã do estilo mais experimental e vanguardista de composição de metal, além de ser particularmente entusiasmado naquela época pela psicologia de Carl Jung, pelos psicodélicos, pela magia e pelas tradições xamânicas, espirituais e místicas, eu sei que teria adorado. Quem sabe, talvez se eu tivesse descoberto isso naquela época, eu teria me levado por um caminho extremo demais para voltar com a psique intacta.

Apenas revisitando Ænima em 2015 em uma viagem à Bay Area, e apreciando todo o seu brilho, peguei Lateralus e entrei em um período constante de algumas semanas de obsessão por ele, esse “novo” disco do Tool. Embora não esteja no nível de seu antecessor, este mostrou que a banda não estava interessada na estagnação. No espírito da psicologia junguiana e fiel às motivações por trás dos psicodélicos e da meditação, Tool continuou explorando, encontrando novas e ricas profundidades contidas no modelo musical bruto que eles haviam desenvolvido até aquele ponto. Um indicador de boa arte, para mim, é uma qualidade atemporal - embora tenha apenas quinze anos, ela retém apenas um pouco, mas não muito, das armadilhas das modas musicais da época. A música era, e continua sendo até hoje, interessante, cuidadosa e precisa: um equilíbrio maravilhoso entre o cérebro analítico (lógica, habilidades técnicas, precisão) e o cérebro sensível (paixão, expressão, exploração interior). CG Jung ficaria orgulhoso.