sábado, 6 de julho de 2024

FADOS do FADO...letras de fados...

 



A Rosa da madrugada

Letra de Henrique Rego
Desconheço se esta letra foi gravada
Publico-a na esperança de obter informação credí
vel
Letra transcrita do livro editado pela 
Academia da Guitarra e do Fado

A Rosa que há muito andava
Fazendo da noite dia
Numa vida desolada
No bairro onde morava
Toda a gente a conhecia
P’la Rosa da Madrugada

Uma noite em que as estrelas
No céu, a pátria da luz 
Lembravam gotas de mel
A rosa, pelas vielas
Arrastava a sua cruz 
Feita de pranto e de fel

Já exausta, então, parou
Junto ao portal, muito velho 
Duma taberna qualquer
E, embevecida, escutou
O mais salutar conselho 
P’ra vida duma mulher

Revestida de amargura
Com a sua carne viva 
Presa à sorte que a abastarda
Seguiu p’la viela escura
Cabisbaixa, pensativa 
Direita à sua mansarda

E ao surgir a luz da aurora
Jurou, por alma dos pais 
Tornar-se mulher honrada
Saiu do bairro p’ra fora
E nem sombra se viu mais 
Da Rosa da Madrugada

A Rosa da Mouraria

Frederico de Brito / Martinho d'Assunção
Repertório de Carlos Ramos

Constou pela Mouraria
Que a Rosa ao sair de casa 
Ia quase como louca
E a mostrar como sofria
Tinha os olhos numa brasa 
E espuma ao canto da boca

Há quem diga que o rapaz
Ainda lhe pediu à porta 
Que pensasse o que fazia
Ela nem olhou p'ra trás
Parecia que estava morta 
Por sair da Mouraria

Altas horas
Lá dentro uma luz enorme
Mostra bem que ele nem dorme
Que nem descansar consegue
Até a porta 
Que dantes estava trancada
Fica apenas encostada
À espera que a Rosa chegue

Os que ali passam, reparam
Na falta que a Rosa faz 
Vendo os vasos na parede
As sardinheiras secaram
E até um cravo lilás 
Caiu, mortinho de sede

Mas naquele triste dia
Em que ocorreu esta cena 
Contaram tudo em voz alta
E agora na Mouraria
Fala-se à boca pequena 
Que a Rosa faz muita falta


A Rosa e o Chico

Letra e música de Joaquim Pimentel
Repertório de Tezesinha Alves

Ali naquela janela
Daquele primeiro andar
Lá está a Rosa atrás dela
P’ra ver o Chico passar

O Chico, que sabe disso
Numa atitude engraçada
Atira um ar de derriço
Que deixa a Rosa corada

E lá na Lapa, a ninguém escapa 
Aquele namorico
O bairro deseja levar à igreja
A Rosa e o Chico
E vê-los depois, unidos os dois 
Em amor e graças
Naquela janela, naquela janela 
Da rua da Praças

Não mais atrás da vidraça
A Rosa vem p'rá janela
Porque o Chico quando passa
Não passa, fica ao pé dela

E no meu canto isolado
Fico de longe a olhar
Aquele amor sem pecado
Que tanto dá que falar



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