segunda-feira, 8 de julho de 2024

Peter Baumann – Trans Harmonic Nights (1979/ Virgin)

 

 "Froese-Franke-Baumann." Qualquer fã de prog-tronics ficará de olhos bem abertos ao mencionar este tridente imortal.  Para muitos, a melhor formação do Tangerine Dream.


Peter Baumann esteve em silêncio solo por dois anos desde sua esplêndida estreia, "Romance 76". Exceto pela colaboração no álbum da cantora Leda, "Welcome to Joyland" (1978).  Entre o verão de 78 e janeiro de 79 trancou-se em seus estúdios Paragon em Berlim, para dar forma a este segundo trabalho, "Trans Harmonic Nights".  Ainda um grande álbum "cosa nostra", embora mais direto e menos experimental que o primeiro.

Houve bateria de verdade fornecida por Wolfgang Thierfeld da excepcional Release Music Orchestra. "Horns" também foram creditados por um certo B. Jobski. Honestamente, não consigo encontrá-los no álbum inteiro. Se estiverem lá, fazem-no muito bem camuflados. E o próprio Peter Baumann estava presente para produzir, tão bom nessas artes quanto em sintetizadores.

“This Day” embarcou nessas “Noites Trans Harmônicas” em cinco minutos de pureza sequencial feita em “Stratosfear”. Tendo o Vocoder como mais um instrumento eletrônico (algo que vai se repetir, lembre-se que era uma grande novidade naquela época). Em cumplicidade com o uso hábil das placas de Thierfeld. Bem como emulação de guitarra pelo sintetizador principal.

Very Vangelis é apresentada em sua melodia principal, "White Bench and Black Beach" (8'50), a música mais longa do álbum. Combinei muito bem a eletrônica com a percussão. Sem que isso prejudique o trabalho de Baumann. É uma arte saber combiná-lo e fazer a mistura resultar.

"Chasing the Dream" (4'34) regressa à vertente "tangerina" (o título fala por si). Com um certo sabor de futurista medieval. Uma jóia de sequenciamento analógico bem aplicada. Do qual Baumann é um mestre.  E mais uma joia que poderia estar em “Stratosfear”, placidamente. 

O Vocoder retorna em uma música bem Kraftwerk - Harmonia, "Biking up the Strand" (2'26). Exemplo minimalista e de sucesso da melhor corrente de Dusseldorf.

De volta ao vinil para tocar "Phaseday" (5'50). Quase ingênuo, ao ponto dos pioneiros da Era Espacial. Mas é aí que reside a sua simplicidade mágica. Novamente mais perto de Harmonia do que de TD. Embora isso seja rapidamente resolvido com o próximo, "Meridian Moorland" (4'34), com cruzetas sequenciais e bateria orgânica, conseguindo um duo de química brilhante em seu som. Talvez o mais arriscado de todo o álbum. 

No espírito de “The Third Site” (5'10), aquela escuridão que este sintetizador gosta ainda prevalece na hora de compor. E isso contribuiu muito para o mais clássico Tangerine Dream. Este corte, sem ir mais longe, condensa todo aquele estilo único dos pais da Escola de Berlim.

O final “Dance at Dawn” (4'02), no seu carácter cinematográfico, mais uma vez recorda Vangelis, passou pelo crivo pessoal de Peter Baumann.



......O homem que logo depois caiu no pote da "modernidade", lançando dois questionáveis ​​álbuns de synth-pop: "Repeat Repeat" (81) e "Strangers in the Night" (83). Com o tempo, aceitei-os pelo que são, um sinal dos tempos. Embora estejam longe de atingir o nível de qualidade de seus dois primeiros trabalhos.

        

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