A tendinha
José Galhardo / Raul Ferrão
Repertório de Hermínia SilvaJunto ao Arco do Bandeira
Há uma loja, a Tendinha
De aspeto rasca e banal
Na história da bebedeira
Aquela casa velhinha
É um padrão imortal
Velha taberna
Há uma loja, a Tendinha
De aspeto rasca e banal
Na história da bebedeira
Aquela casa velhinha
É um padrão imortal
Velha taberna
Nesta Lisboa moderna
És a tasca humilde e terna
És a tasca humilde e terna
Que manténs a tradição
Velha Tendinha
Velha Tendinha
És o templo da pinguinha
Dos dois brancos, da gimbrinha
Dos dois brancos, da gimbrinha
Da boémia e do pifão
Noutros tempos, os fadistas
Vinham já grossos das horas
P'ró seu balcão, caturrar
Os fidalgos e os artistas
Iam p'ra ali horas mortas
Ouvir o fado e cantar
Noutros tempos, os fadistas
Vinham já grossos das horas
P'ró seu balcão, caturrar
Os fidalgos e os artistas
Iam p'ra ali horas mortas
Ouvir o fado e cantar
A todos o que é de todos
Fernando Farinha / Carlos da Maia *fado perseguição*
Repertório de Fernando Farinha
Sempre que me vou deitar
Antes do sono me dar
Trago o mundo à minha mente
E sem sabê-lo entender
Sofro por ele não ser
Igual para toda a gente
E perante tal visão
Repertório de Fernando Farinha
Sempre que me vou deitar
Antes do sono me dar
Trago o mundo à minha mente
E sem sabê-lo entender
Sofro por ele não ser
Igual para toda a gente
E perante tal visão
Que me aperta o coração
Choro quem, por mal estranho
Cumpre uma sina daninha
Choro quem, por mal estranho
Cumpre uma sina daninha
Sem ter cama como a minha
E uma casa como eu tenho
Sempre que à mesa me sento
E uma casa como eu tenho
Sempre que à mesa me sento
Na hora em que me alimento
Logo a ideia me salta
Que embora simples manjar
Logo a ideia me salta
Que embora simples manjar
Estou eu a saborear
Aquilo que a muitos falta
Neste mundo sem sentir
Aquilo que a muitos falta
Neste mundo sem sentir
Não deviam existir
Situações tão desiguais
Nem grandes nem tão pequenos
Situações tão desiguais
Nem grandes nem tão pequenos
Nem tantos terem de menos
Nem outros terem demais
Onde está o nosso Deus
Nem outros terem demais
Onde está o nosso Deus
Que é p’lo bem dos filhos seus
Que não quer fome nem guerra
Porque andará Deus assim
Que não quer fome nem guerra
Porque andará Deus assim
Tão esquecido, sem pôr fim
Às desgraças que há na terra
Ó Deus se és tão milagroso
Ó Deus se és tão milagroso
Põe no mundo ambicioso
A tua divina mão
Traz à terra o doce bem
A tua divina mão
Traz à terra o doce bem
De não faltar a ninguém
Casa, paz, amor e pão
Casa, paz, amor e pão
A tristeza do Roberto
João Dias / Joaquim Campos *fado rosita*
Repertório de Manuel Domingos
Gravado por Rodrigo com o título *Epigramas*
Gravado por Rodrigo com o título *Epigramas*
A verdade é como o pão
Conquista de quem de esforça
Quem faz da força razão
Nunca tem razão de força
Mil dias me julguei certo
Quem faz da força razão
Nunca tem razão de força
Mil dias me julguei certo
De ser livre um certo dia
A tristeza do Roberto
A tristeza do Roberto
No meio da feira vazia
Meu corpo de grão de areia
Meu corpo de grão de areia
Que de montanhas sonhaste
Prometeram-te uma ceia
Prometeram-te uma ceia
E nem migalha agregaste
Ai está raiva de ter
Ai está raiva de ter
Apenas cinco sentidos
Num corpo que quer viver
Num corpo que quer viver
Sem sentidos proibidos
Já fui arado na terra
Já fui arado na terra
No mar fui rede vazia
Só não fui arma de guerra
Só não fui arma de guerra
Nem mesmo de guerra fria
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