sexta-feira, 8 de novembro de 2024

FADOS do FADO...letras de fados...

 



A tarde já morreu nesta varanda

Diogo Clemente / Fernando Freitas *fado pena*
Repertório de Raquel Tavares

A tarde já morreu nesta varanda
As sombras que se alongam, vão morrer
Depois da tarde, surge a noite branda
Ao certo, tudo surge sem se ver

Tal como a madrugada me surgia
Surgiste como um beijo arrematado
Por alguém que chegou e que partiu
De mim p'ra mim, e em mim ficou parado

Alguém que certamente me adivinha
No ante dos dizeres que nunca digo
Que trás o mar nos braços á noitinha
E tem-me o corpo inteiro como abrigo

Por ver em cada noite uma viagem
Como água que a saudade me alivia
Eu quero estar contigo nesta margem
E fico na varanda até ser dia


A tasca da Marinela

Letra e música de Manuel Alcobia
Repertório de António Pinto Basto

Na tasca da Marinela 
Canta-se o fado vadio
E eu canto ás vezes com ela 
Fadinhos ao desafio

Serve ás mesas com tal proa 
Mas nunca vai na cantiga
Muitos dizem que ela é boa 
Que ela é boa rapariga

Um caldo verde 
E uma rodela de chouriço
Venha lá isso, venha lá isso
Mais um pastel de bacalhau
Mas bem quentinho
Venha lá isso
Venha lá isso
Venha de lá o canjirão 
Desse bom vinho
Venha lá isso
Venha lá isso
E enquanto o vinho escorrega
E o caldo verde fumega
Vai um fado trinadinho 
Que hoje a malta é do castiço
Venha lá isso
Venha lá isso

Sózinha, a Marinela 
Nunca se vê namorar
Se alguém se mete com ela 
Diz que sim, mas a brincar

Se há conversas atrevidas 
Ela não acha piada
E ali, sem meias medidas 
Corre com tudo á estalada


A tasca do Florindo

Letra de Artur Soares Pereira
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível

Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado


A tasca do Florindo
Na Rua do Sol a Chelas
É tasca com tradições
Entro lá, fico sorrindo
Sempre que remiro aquelas
Velhinhas recordações

Duas mulheres ao balcão
A Tia Inácia e a Maria 
Sempre prontas a atender
Com a maior prontidão
Toda aquela freguesia 
Que vai jogar e beber

Ao sábado, é já fatal
Há sempre uma almoçarada 
Menu farto e variado
A tasca vira arraial
Aonde a rapaziada 
Come, bebe e canta o fado

Depois de cantar e rir
Bem comidos, bem bebidos 
Gargantas limpas, sem pó
Uns vão p’ra casa curtir
Outros ficam entretidos 
A jogar o dominó

E quando a tasca fechar
O dia ninguém o sabe 
Porque ninguém adivinha
Quase que posso jurar
Vamos ter muita saudade 
Daquela tasca velhinha


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