Lado A: “Life In Tokyo (Short Version)”
Lado B: “Life In Tokyo (Part 2)”
Produção: Giorgio Moroder
(Hansa, 1979)
Apesar de terem encontrado em “Tin Drum” (em 1981) um dos mais perfeitos álbuns da história da música pop, os Japan viveram dias difíceis até terem compreendido qual era o seu caminho. Depois de dois álbuns (ambos editados em 1978) algo perdidos entre referências do rock e diálogos com o disco, o funk e outros espaços começaram a experimentaram por isso as mais diversas ideias, uma delas tendo-os juntado em estúdio com Giorgio Moroder, em 1979.
O desafio na verdade partira de uma sugestão do management (ou da editora, não há unanimidade nas memórias citadas na biografia “” Foreign Place”) dado não apenas o sucesso que o ‘disco’ então vivia mas também o papel “visionário” que era reconhecido a Moroder depois de “I Feel Love”, que criara em 1977 com Donna Summer.
Giorgio Moroder aceitou o desafio mas mediante apenas uma condição: que a canção fosse um inédito de autoria partilhada entre ele e a banda. E assim, em março de 1979, depois de uma bem sucedida digressão no Japão (onde, ao contrário do resto do mundo, eram um fenómeno de sucesso a ponto de esgotar a mítica sala do Budokan), rumaram a Los Angeles para trabalhar com o produtor.
E assim nasceu “Life In Tokyo”, canção que revelava uma mais evidente presença das eletrónicas na música dos Japan e uma clara presença das visões ‘disco’ de Moroder. As sessões foram mais um jogo de cedência e aceitação, acabando o single por não se afastar muito do que era o som então habitual nas criações de Giorgio Moroder, sendo a voz de Sylvian a única clara marca de diferença (e identidade)
“Life In Tokyo”, em clima ‘disco’ não trouxe resultados imediatos, sobretudo no plano das vendas (que manteve uma tremenda indiferença pelos Japan). Mas a colaboração semeou ideias que, uma vez depuradas, lhes abriram o caminho a um novo patamar que, pouco depois, lhes daria, em apenas dois anos, três álbuns inesquecíveis. De resto, logo em “Quiet Life”, lançado ainda em 1979, encontramos já ecos do impacte desta inesperada parceria na música que começa a definir, então, a real identidade dos Japan.
Só encontrei este single, na sua versão original (que entretanto houve várias reedições) lá para os noventas, numa loja de vinil em segunda mão por Londres.
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