domingo, 19 de janeiro de 2025

Lard Free - Gilbert Artman's Lard Free

 



Estreia impressionante e atmosférica. A maioria das faixas apresenta uma mistura de sax urbano e sintetizadores taciturnos sobre um baixo lento. No final, porém, a fórmula está ficando um pouco obsoleta e a faixa final evapora no nada de baixa frequência. Talvez esse fosse o ponto?

O lado A é realmente um bom avant-prog, mas o lado B é uma mistura chata, mas intrigante, entre jazz e eletrônica.

Lard Free 's Debut é um Jazz experimental com incursões eletrônicas e atmosferas Krautrock, portanto a sonoridade deste álbum é cerebral e extremamente "penetrante". O caos e a improvisação são governados como bases centrais e como resultado o Jazz caminha livremente enquanto a eletrônica primitiva é acoplada ao fundo e consegue produzir uma atmosfera Krautrock bem clássica. Sem dúvida uma atuação bizarra para um trabalho ainda mais bizarro, o que posso dizer: franceses fazendo krautrock. O álbum tem um selo especial e consegue adquirir elementos retirados de Can, Eno& Fripp e/ou Soft Machine, não posso dizer mais, este é um trabalho para “EARS OPEN MIND”.

Minhas impressões são altas, o álbum cumpre seu propósito e sua visão é bastante ampla dentro do que quer nos oferecer. Um trabalho cerebral, intenso e complexo. Experimental e cheio de lisergia eletrônica, mas OJO não é para todos, os Nobelistas que ainda não mergulharam no terreno mais aguçado da eletrônica arcaica podem ficar sufocados pela experiência. Este é um álbum para os mais experientes e aventureiros, aqueles que mergulham nos mares mais profundos do krautrock eletronicamente consciente e nas posturas do Avant Jazz vão achá-lo delicioso. No começo foi difícil digerir essa proposta de iluminação, mas o tempo valeu a pena. Hoje em dia, esta estreia de Lard Free parece-me uma obra à frente do seu tempo e uma proposta magnífica. Álbum CULT em todos os 4 lados. Até nos vermos novamente.

Minifatos:
*LARD FREE foi uma espécie de projeto de Gilbert Hartman da mesma forma que HELDON foi um projeto de Richard Pinhas. Ambos os grupos têm muitos pontos em comum, a sua música é altamente experimental mas acessível visto que pode ser comparada ao Krautrock, por si só é um bom entendimento da música minimalista.

*Depois de estrear numa orquestra de Jazz em Le Havre, o baterista Gilbert Artman frequenta o famoso clube parisiense Le Chat qui Pêche onde tem a oportunidade de tocar com Don Cherry e Steve Lacy. Em dezembro de 1970, Gilbert Artman formou o Lard Free, ao lado de François Mativet (guitarra), Jean-Jacques Miette (baixo, contrabaixo), Dominique Triloff (teclados), Philippe Bolliet (saxofones, clarinete) e Jacky Chantrier no som.

01. Warindbaril
02. 12 ou 13 juillet que je sais d'elle:
a)Part One
b)Part Two
03. Honfleur écarlate
04. Acide framboise
05. Livarot respiration
06. Culturez-vous vous-mêmes






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