A maioria dos artistas que entregam um segundo disco tão instável quanto Noah desiste no terceiro álbum. Não Bob Seger. Ele reafirmou o controle do Sistema, consignando Tom Neme a uma nota de rodapé de fanboy e devolvendo o grupo ao rock pileddriver que era sua marca registrada. Tudo isso ficou evidente com seu terceiro álbum, o soberbo Mongrel. Nunca antes, e nunca depois, Seger balançou tão imprudente e cruelmente como fez aqui -- depois de um período no deserto, ele encontrou sua voz.
Ele está tão seguro que eleva seus personagens de Ramblin' Gamblin' Man, Lucy Blue e Chicago Green, ao status mítico na pulverizadora "Lucifer", talvez a melhor música deste disco magro e musculoso. Essa segurança não se estende apenas aos roqueiros ferozes que dominam o álbum — "Evil Edna", "Highway Child", "Leanin on My Dream" e "Song to Rufus", todos mais fortes do que o MC5 atual — mas também a momentos mais calmos como "Big River", onde ele primeiro atinge o estilo de balada melancólica e apaixonada, mais tarde popularizado com "Night Moves". O fato de o System se conectar em ambos ilustra que Seger não está apenas liderando uma banda excelente, mas que está se tornando um compositor de primeira classe. Colocando desta forma: o único momento em que o System parece pouco à vontade é quando eles tocam "River Deep - Mountain High", e isso não é porque eles não são adequados para o épico, mas porque eles encontram uma mentira nas pretensões artificiais da música e fazem uma performance que eclipsa a música em si.
Esse golpe de dois punhos de performances e músicas incríveis é inesperado, especialmente depois de um álbum tão conflituoso quanto Noah, mas o mais notável é que Mongrel apresenta uma banda tão poderosa e um compositor tão distinto, que ainda soa incandescente décadas após seu lançamento.
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