Formação clássica e atual do Europe: Ian Haughland, Joey Tempest, Mic Michaeli, John Norum e John Levén |
Aqui se plantava a primeira semente das bases do som do Europe, mostrando um hard rock bem primário, porém bem arranjado, calcado no som predominante na época, dando total ênfase ao trabalho de guitarra de John Norum, que apesar de ainda ser um novato, mostrou ao mundo que seria um dos guitarristas top de sua geração. Os riffs e solos são fantásticos e muito criativos, destacando a faixa “Seven Doors Hotel“, que ficou no Top 10 das paradas japonesas, resultando no lançamento do álbum nesse país, muito bem vendido por sinal.
Wings of Tomorrow |
No ano seguinte, mais um álbum, e com esse os primeiros indícios do sucesso que a banda logo conquistaria, pois foi através deste disco que o grupo conseguiu conquistar uma grande gravadora, a CBS Records, que iria promovê-los internacionalmente, visto que já possuíam uma boa base de fãs no Japão e na Escandinávia. O bom desempenho do disco foi empurrado pelo single “Open Your Heart”, o primeiro grande sucesso da banda. As boas faixas “Stormwind” e “Scream of Anger” também ajudaram a elevar o nível do lançamento. A turnê de Wings of Tomorrow marcou a estreia da formação clássica do Europe, com a entrada do tecladista Mic Michaeli, executando as linhas que até então eram tocadas pelo vocalista Joey Tempest, e a substituição do baterista Tony Reno por Ian Haughland. Não chega a ser um clássico, mas constitui um disco fundamental para a estabilidade musical da banda, mostrando maior maturidade e coesão.
The Final Countdown |
Out of This World |
Out of This World [1988]
Este disco marca a chegada do bom guitarrista Kee Marcello ao grupo. Muito querido pelos fãs, Marcello conseguiu seu espaço sem ficar à sombra de Norum. Com a banda em alta, conquistando o mundo todo, o Europe tinha uma missão quase tão dificil quanto galgar o estrelato: se manter no topo. Para isso, gravaram seu quarto álbum, que traz uma pegada e sonoridade muito mais AOR que o antecessor, diversificando as composições e mostrando versatilidade. Porém, aquele era o momento onde bandas como Guns n’ Roses e Skid Row, entre outras, quebravam a hegemonia das grupos mais melódicos, e mesmo vendendo milhões de cópias, na cola do sucesso de The Final Countdown, o sucesso foi considerado aquém da expectativa. Como nem tudo são espinhos, a turnê para esse álbum teve diversas apresentações junto a grupos do naipe de Def Leppard, Bon Jovi, Skid Row e Vixen. Aqui temos uma regravação de “Open Your Heart”, considerada pela maioria melhor e mais pesada do que a original do segundo álbum. Temos também o lindíssimo single “Superstitious”, que mostra um Joey cantando cada vez melhor, e Kee Marcelo até superando Norum em alguns momentos, sendo ele o maior destaque do álbum. Essa faixa atingiu grande sucesso nas paradas americanas, atingindo a 31ª posição na Billboard. “Let the Good Times Rock” e “More Than Meets the Eye” são outras grandes canções. A rapidez e o peso de “Ready or Not” e a maravilhosa “Sign of the Times” além das baladas “Tomorrow” e “Coast to Coast” também agradaram rádios e baladeiros profissionais.
Prisoners in Paradise |
Prisoners in Paradise [1991]
Depois de muitos problemas, saiu em 1991 este que é meu álbum favorito da banda, destacando a faixa-título, que além de ser, em minha opinião, a melhor música do grupo (superando qualquer faixa de The Final Countdown), conta com um dos mais belos videoclipes que eu já vi. Em Prisoners in Paradise a banda decidiu apostar em um estilo um pouco mais pesado e menos polido, sendo canções como “Seventh Sign”, “Bad Blood” e “Halfway to Heaven” belos exemplos dessa estética. O maior trunfo desse álbum está novamente em Kee Marcello que consegue soar fantástico, enquanto Joey Tempest “sujou” sua voz e passou a cantar com menos agudos limpos. Talvez “Girl from Lebanon” seja a mais bela e pesada do álbum. Um disco largadado de mão por conta do estouro do movimento grunge, mas sem dúvidas uma obra de arte.
Start From the Dark |
Start From the Dark [2004]
As brigas ficaram insustentáveis e a banda se dissolveu, rendendo belos álbuns solos com cada integrante seguindo seu rumo. Mas depois de propostas milionarias para uma turnê de reunião, o Europe voltou, e com John Norum nas guitarras, retornando ao estúdio após essa turnê. O grupo evoluiu sem perder sua essência, mas existem duas diferenças básicas do antigo para o novo Europe: o timbre das guitarras, muito mais pesado e grave, e a quase ausência de teclados, que outrora roubavam a cena em quase todas as canções. “Wake Up Call” é um bom exemplo disso. As músicas continuam grudentas e pegajosas, em destaques como “Hero”, “Flames”, “Reason” e “Roll With You”, além da faixa-título. “Spirit Of The Underdog” começa com um pianinho e se transforma numa canção muito forte, com um excelente trabalho de Norum, tanto nos riffs quanto nos solos. Ao final temos a acústica “Settle For Love”” que não é nenhuma “Open Your Heart”, mas não deixa de ser bela. Start From the Dark mostra que os suecos do Europe voltaram com vontade de retomar seu espaço na cena, e que não seria difícil conseguir seu intento.
Secret Society |
Secret Society [2006]
Aqui temos o primeiro álbum do Europe para o qual os antigos fãs torceram o nariz, pois com a boa recepção do anterior, o grupo embarcou na onda da nova sonoridade, e depois de lançar um DVD, apareceram com esse modernoso disco que constitui praticamente uma continuação piorada dos novos tempos da banda. Embora não se possa dizer que eles estão se segurando graças ao passado glorioso, este álbum passou um tanto despercebido pela critica e pelos fãs, nem chegando perto do que a banda já foi. Obtiveram algum destaque as faixas “Let the Children Play”, com um coral de crianças, “The Gateway Plan” e o primeiro single, “Always the Pretenders”. E, como não poderia faltar em um álbum do Europe, a balada “A Mother’s Son” cumpre seu papel no disco. Um fiasco.
Last Look at Eden |
Last Look at Eden [2009]
Que me perdoem os fãs, mas como autor desta discografia comentada, não posso deixar de expressar meu repúdio e asco em relação a este horrível trabalho mais recente do Europe. Aqui, a piada foi de muito mau gosto para os fãs antigos, e um fracasso ao tentar angariar novos fãs com as tendencias do momento. Nada do antigo Europe aparece aqui, a não ser a sempre bela voz de Tempest, infelizmente utilizada em função de músicas mal compostas, sem identidade, com pitadas de tudo de ruim que faz sucesso na atualidade, um peso e uma aura dark irritante, e o maior pecado: para onde foi o talento de John Norum, será que ele gastou todo nos trabalhos com Don Dokken? Meu Deus, o homem se tornou previsível e comum, não impôs uma marca nesse álbum. Como não destaco absolutamente nada nesse disco pífio, citarei como exemplo as canções que obtiveram mais êxito, a faixa-título e “New Love in Town”, com um título mais previsível que andar pra frente.
Encerro esta crítica a respeito do Europe, sob meu ponto de vista, desejando agradar aos fãs e não fãs do grupo e torcendo para que a inspiração retorne a seus corações, e que voltem a compor classicos supremos do melodic rock, pois talento não falta para os cinco membros. Prova disso foi o incrível show que oferecido aos fãs Brasileiros no final de 2010
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