Há 49 anos, em meados de 1976, Jorge Ben lançava África Brasil, 14°. álbum de estúdio do artista fluminense. 
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Primeiro álbum desde Força Bruta (1970) que não conta com Paulinho Tapajós na produção, o trabalho representou um marco na carreira de Ben, sendo o disco no qual ele definitivamente trocou o violão acústico pela guitarra elétrica, movimento já iniciado no álbum anterior, e consolidou uma fusão de gêneros musicais e de técnicas composicionais entre a música afro-brasileira e a música pop negra estadunidense, algo no qual o compositor trabalhava desde o começo de sua trajetória.
Produzido por Marco Mazzola, o álbum fundia o samba com influências de funk e soul music, bem como acompanhava a guinada mais pop e dançante que o mercado fonográfico brasileiro da MPB assumiria na virada da décadas de 1970 para 1980. A obra marcava, portanto, outra mudança fundamental na carreira de Jorge Ben, quando o artista passava a se distanciar do estilo de composição que caracterizava a então MPB e se aproximar de vez de uma sonoridade mais pop, que lhe renderia maiores índices de vendas, um mercado mais amplo e seu espaço dentro do mainstream da música brasileira.
O álbum contém 11 canções de autoria de Jorge Ben, sendo algumas regravações. Os maiores destaques ficam por conta de "Ponta De Lança Africano (Umbabarauma)", "Xica Da Silva", "África Brasil (Zumbi)" e "Taj Mahal", essa última tendo se tornado uma das músicas de assinatura de Jorge Ben e sendo inspirada na história do mausoléu homônimo situado em Agra, na Índia, construído a mando do imperador Shah Jahan, como prova de amor a sua esposa favorita Aryumand Banu Begam, que havia falecido. "Taj Mahal" tornou-se um hit no Brasil e o artista britânico Rod Stewart, de férias no Brasil, a plagiou no seu hit "Da Ya Think I'm Sexy?" (1978), sendo processado por Ben, que desde 1979 recebe parte dos royalties de "Da Ya Think I'm Sexy?".
África Brasil foi lançado pela Philips Records em meados de 1976 e vendeu cerca de 60 mil cópias à época do lançamento, um número significativo para o mercado brasileiro à época. Embora não tenha sido o trabalho de maior sucesso de Ben, África Brasil tornou-se um dos álbuns da música popular brasileira mais celebrados pela crítica especializada, tanto nacional quanto internacional, baseada em suas características de produção, qualidade musical e ineditismo. Posteriormente, África Brasil foi eleito em #22 em lista dos 50 álbuns mais legais do mundo pela revista Rolling Stone e o #67 em uma lista dos 100 maiores discos da música brasileira, pela Rolling Stone Brasil.
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