quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Socrates - Phos

 




Se você se considera um "conhecedor de heavy prog dos anos 70", pare de elogiar bandas superestimadas e cansativas como Uriah Heep ou Atomic Rooster e grave uma cópia desta obra-prima!... Uma verdadeira obra-prima do rock clássico!!!!...

Se eu tivesse que escolher um disco para representar a cena de rock grega dos anos 70, esse disco seria "Phos"... Isso é o que eu chamo de "art rock"...

Hoje abordamos um álbum CULT que tem um peso histórico na Grécia, já que o "trinômio do poder" formado por Antonis Tourkogiorgis, John Spathas e George Tradalidi se une ao mítico Vangelis para dar vida a uma criatura chamada Phos (terceiro álbum de "Socrates Drank the Conium", também conhecido naquela época como Sócrates), o que é uma produção muito marcante. Vangelis participou aqui como um apoio importante dentro das estruturas do álbum. Ele se torna produtor, percussionista, tecladista e compositor da música "Every Dream Comes To An End", portanto a presença do músico consegue produzir um plus interessante dentro da performance do álbum. O Sócrates já vinha fazendo seus "truques" desde os tempos do "germe psicodélico" então a banda tinha um conceito muito amplo dentro das posturas ácidas, das abordagens lançadas em direção ao Rock/Blues e também transitava por muitos terrenos, mas com o Phos a nova proposta consegue ser uma aproximação a um tipo de rock progressivo muito efetivo ainda que às vezes um tanto simplista, porém as contribuições de Vangelis e a efetividade da banda conseguem fazer uma boa alquimia e nela se pode apreciar uma aura muito positiva. O álbum faz muito bem o seu trabalho, e te envolve com o que oferece e de certa forma se torna uma boa experiência. Talvez ele erre em algumas coisas e não se projete de forma mais radical ou pesada, mas sua performance tem algo de mágico.

Na minha opinião, é um álbum delicado que traz sonoridades muito próximas do folk, da música eletrônica antiga e da música sinfônica, por isso o ecletismo é absoluto e o álbum se torna uma obra de caráter camaleônico que de certa forma é eficaz com sua proposta. Sem ir muito longe e sem ser uma obra-prima, ela alcança um bom status, por isso quem escuta Phos poderá ter uma boa viagem, já que ela não fica lenta, nem piegas ou cafona. É uma obra de boa qualidade que captura paisagens sonoras e melancolia. Os arranjos estão à altura e a performance instrumental é perfeita. Vangelis se projeta muito bem com o que toca, cada instrumento vibra com ele e de alguma forma consegue dar personalidade ao álbum. Sem dúvidas, este é um daqueles álbuns "estranhos e obscuros" que merecem ser ouvidos com a devida atenção de vez em quando. Não é uma obra para todos, mas aqueles que conseguirem chegar perto de Phos terão algo para lembrar em suas mãos. Até mais.

Minidados:
*Socrates, assim como Aphrodite's Child, gravou para Vertigo e Polygram, e foi provavelmente lá que a banda entrou em contato com Vangelis. Mais tarde, devido ao destino, ambos se tornariam parte de Phos.

*Naqueles anos (75/76) o estúdio de gravação de Vangelis ainda estava sendo construído, então o músico reservou um tempo no Orange Studios, o estúdio era pequeno, mas tinha uma localização central. Foi lá que ele conheceu Keith Spencer-Allen, um engenheiro de som no Orange Studios que mais tarde se tornaria seu assistente no Nemo Studios (centro de gravação de Vangelis). Vangelis não só produziu este álbum no Orange Studios, mas também um álbum com a cantora grega Mariangela intitulado simplesmente Mariangela.

*Embora o álbum tenha sido gravado em 1975, o LP foi lançado pela primeira vez em 1976 na Grécia e nos EUA. A capa dos EUA tinha uma capa amarela com uma imagem da cabeça de uma estátua, enquanto a grega tinha uma capa diferente e simples, era uma colagem de fotos dos três membros da banda. Nenhum single foi lançado. O primeiro CD foi lançado na Grécia em 1993 pela Vertigo e mais tarde relançado na Coreia do Sul pela Si-Wan Records. Ambos têm a capa de colagem. Em 1998, a Vertigo relançou uma edição remasterizada do álbum, apresentando a arte da capa da estátua. Um single do álbum aparentemente também foi lançado na Grécia.


01. Starvation
02. Queen of the universe
03. Every dream comes to an end
04. The bride
05. Killer
06. A day in heaven
07. Time of pain
08. Mountains





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