quarta-feira, 26 de março de 2025

Groundhogs - Blues Obituary

 




Aqui os porcos começam sua jornada rumo à grandeza, saindo do blues e rumo a águas novas e diferentes. Mas a ênfase aqui ainda está na inspiração deles, e só no próximo disco eles realmente se soltariam. Ouça isso e ouça uma banda prestes a brilhar.

Uau - McPhee tocou muito bem, sua guitarra aqui é absolutamente arrasadora e sua seção rítmica também não brinca. Este é um blues rock muito saboroso e muito mais agradável do que o mais saboroso 'split'.

Blues Obituary: Uma jornada ao coração do Sonic Abyss

O blues morreu naquela noite, mas não silenciosamente. Ele se contorceu, gritou e se transformou em outra coisa. Algo mais sombrio, mais cru, mais elétrico. Em algum lugar entre o pântano e a tempestade, Marmota pegou a pá e cavou sua cova, mas em vez de enterrá-lo, ele o reanimou com um novo rosto. Blues Obituary não é um simples adeus, é um feitiço elétrico, um epitáfio que bate com a força de um coração que se recusa a parar. Tony McPhee e companhia não apenas se despediram do blues tradicional, como o arrastaram para uma dimensão onde as guitarras são extremamente afiadas e a seção rítmica avança como um trem em chamas. Cada nota é um eco de algo antigo que renasce transformado. Este não é apenas um álbum: é o som da ressurreição.

A letargia psicodélica de uma besta

Blues Obituary é, por muitas razões, uma obra cult no círculo do Blues Branco Britânico. Sua performance consegue conceber um blues ácido e ardente com toques de psicodelia de uma forma versátil e penetrante. Neste segundo lançamento, os Groundhogs demonstram carisma e personalidade, levando o blues a um território mais lascivo e "pernicioso", onde o ouvinte é atraído para uma visão mais macabra. Aqui, a banda não toca apenas blues: eles o distorcem, deturpam e reconfiguram em um Blues & Rock sujo, denso e cortante, com um inconfundível sabor psicodélico em suas melodias. Sem dúvida, uma obra fundamental para qualquer verdadeiro amante do blues com conotações experimentais. Este é um trabalho que mergulha nos aspectos mais crus e viscerais do White Blues. Posso estar errado ao dizer que esse é o ponto mais difícil, mas Blues Obituary tem muito a seu favor. Aqui, a fúria do blues encontra as explosões estrondosas da psicodelia. É um álbum ardente, que evoca a tradição em seus grooves, mas — cuidado! — as novas posturas experimentais herdadas daquela explosão sonora que foi Electric Mud também são pronunciadas. De certa forma, ele segue os passos de Muddy Waters, nos levando por caminhos interligados com a visão do "novo blues".

Li em algum lugar que este álbum foi uma forma de nos dizer que o blues havia acabado e, ao mesmo tempo, um manifesto de seu ressurgimento em novas formas. A capa é a declaração mais clara do conceito da banda: uma espécie de adeus ao blues britânico de antigamente, mas sem cair na nostalgia vazia. Seja como for, esta obra é uma fera à solta, uma homenagem incendiária ao blues e uma maneira magnífica de celebrá-lo. Groundhogs aqui se compromete a renovar o tradicional, gerando uma criatura brutal que deixa um gosto amargo nos lábios. Cada peça é intensa, enérgica e pesada, com uma aura de nostalgia, mas também de provocação. A experimentação psicodélica, como em  "Light Was the Day" , é pura dinamite: transgressiva, desafiadora e explosiva. Os tempos estão mudando, e Groundhogs  sabe disso. Seus próximos lançamentos profanariam os fundamentos do Rock & Boogie, e Split se tornaria a verdadeira face da mudança. Mas Blues Obituary é um álbum cult por três razões principais: performance, conceito e arte da capa. Não há mais nada a dizer. Até mais.


01. B.D.D.
02. Daze of the Weak
03. Times
04. Mistreated
05. Express Man
06. Natchez Burning
07. Light Was the Day

CODIGO: D-50

MUSICA&SOM






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