Este é um álbum incrivelmente bom... gostaria que esses caras tivessem ficado por aqui por uma década e gravado mais algumas dessas músicas.
Sem roteiro, sem ensaio, sem misericórdia: Cosmic Travelers Live
No início da década de 1970, a cena do rock ao vivo estava a todo vapor. Concertos de massa, festivais ao ar livre e apresentações improvisadas eram a ordem do dia. Nessa atmosfera de selvageria e liberdade musical, nasceu uma das gravações ao vivo mais cruas e eletrizantes da época: Live! No The Spring Crater Celebration, o único registro de áudio de uma banda que mal existia, mas deixou uma marca indelével no culto do rock underground.
A história deste álbum remonta a 1º de abril de 1972, na ilha de Oahu, Havaí, durante o Spring Crater Celebration, um festival realizado na cratera do extinto vulcão Diamond Head. Este evento pouco documentado, mas lendário, reuniu uma multidão de espíritos livres, surfistas, hippies e fãs de música em busca de uma experiência mística sob o sol do Pacífico. Em meio a esse clima, um grupo de músicos de estúdio, até então desconhecidos e sem carreira conjunta, subiu ao palco sem ensaio prévio e desencadeou uma tempestade sonora.
Esses músicos formaram o que viria a ser conhecido como Cosmic Travelers , uma banda de curta duração composta por verdadeiros pesos pesados:
O que era para ser uma simples jam session se transformou em um set incendiário, onde a química entre os músicos se manifestou de forma quase telepática. A banda se movia com uma facilidade impressionante, criando passagens instrumentais que flutuavam entre o blues pesado, o funk elétrico e a energia do hard rock. A gravação do show foi feita sem truques de estúdio ou retoques de pós-produção, capturando a essência pura do momento: um som direto, abrasivo e intransigente. Com produção mínima, o álbum reflete a crueza da performance, onde cada batida de bateria e riff de guitarra parecem prestes a sair do controle, mas nunca perdem o fio da meada. O resultado foi um álbum ao vivo explosivo e vibrante, com uma sonoridade que lembra Grand Funk Railroad, Mountain e Sly & The Family Stone, mas com uma identidade única, fruto de total improvisação. A partir de hoje, ao vivo! At The Spring Crater Celebration continua sendo um álbum raro e pouco conhecido, mas para aqueles que o conheceram, ele representa um dos melhores exemplos da energia sem limites que uma banda sem outro plano além de seguir o fluxo do momento pode gerar.
Impressões Pessoais: O Ritual Único dos Viajantes Cósmicos
Depois de muito tempo, finalmente tive o luxo de retornar a um álbum que eu queria muito. Fazia tanto tempo que não ouvia essa música que, quando apertei o play, foi como encontrar um velho amigo que nunca perdeu a chama. E cara, ele ainda tem isso. Não me lembrava de quão dinâmica era essa gravação ou de quão altas eram as guitarras. A banda soa como uma explosão ao vivo, uma mistura incendiária de Grand Funk Railroad, Mountain e Sly & The Family Stone. Louco.
A energia que ele emite é eletricidade pura. Assim que as cordas são dedilhadas, você sente um choque, como se alguém o tivesse conectado diretamente a um amplificador no máximo. É um som cru e vibrante, daqueles que fazem você franzir a testa e concordar involuntariamente. Se eu tivesse que descrevê-lo em poucas palavras, diria que é um show ao vivo sangrento: um concerto onde a paixão transborda, onde os músicos dão tudo de si, e o que resta é pura magia. E o mais impressionante é que o Cosmic Travelers era uma banda "improvisada". Eles não tinham nenhuma história juntos, não houve ensaios anteriores, nada. Eles se juntaram da noite para o dia e gravaram este álbum sem nenhuma rede de segurança. E que maneira de fazer isso! Não há nenhum registro deles além deste álbum, o que o torna ainda mais especial, como um lampejo fugaz que foi capturado na história do rock.
Ouvir esse álbum é como entrar em uma vibração enorme. Você aperta "PLAY" e em segundos você é pego naquele turbilhão de sons. Os músicos são feras, cada um completamente dedicado, cada nota tocada com a intensidade de alguém que sabe que não há uma segunda chance. Músicas como "Look At You Look At Me" e "Soul" carregam aquela carga emocional e poder bruto que só podem emergir de uma gravação ao vivo, sem retoques, sem segundas tomadas. E um fato extra que completa a epopeia: o baterista, Dale Loyola, é peruano. Vou deixar isso aqui! Se este não é um álbum cult, então não sei o que é. Até mais.
01. Farther On Up The Road
02. Move Your Hands
03. Jungle Juice
04. Look At You Look At Me
05. Soul
06. Soul Reprise
CODIGO: A-23
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