quinta-feira, 10 de abril de 2025

Blue Cheer – Vincebus Eruptus [1968]

 



Medalhão ou subestimado? Mainstream ou underground?

Que tal a verdadeira gênese do heavy metal?

Pois resolvi raspar o fundo do baú e trazer um dos precursores do stoner rock e do heavy metal da história: Blue Cheer.

Direto de São Francisco, Califórnia, o Blue Cheer surgiu como mais uma daquelas bandas de garagem que nasceram para passar despercebidas pelo cenário musical. Não fosse um detalhe: o peso absurdo era incomum para a época dominada pela Beatlemania.

Quando falamos em power trio metendo peso em clássicos do blues as primeiras bandas que nos vêm à cabeça são Cream e The Jimi Hendrix Experience. O Blue Cheer veio antes, mas inicialmente com quatro integrantes.

No grande ano de 1966, Eric Albronda e Jerry Russel uniram forças a Dickie Peterson e formaram o Blue Cheer quando a cultura do paz e amor florescia a todo vapor. A base era o blues, mas com o foco no rockabilly dos então fantásticos anos 50. Leigh Stephens logo assumiu as guitarras e a formação clássica estava montada.

Quando conseguiram um contrato com a gravadora Phillips, a banda já se encontrava no formato power trio, com Dickie Peterson nos vocais e baixo, Leigh Stephens nas guitarras e Paul Whaley na bateria. Para completar a cena, o produtor dos shows do Blue Cheer nos anos 60 era um integrante dos Hell Angels que se chamava simplesmente Gut, e trabalhou em parceria com Abe “Voco” Kesh nesse primeiro full lenght.



O Blue Cheer se tornou a primeira banda de heavy metal da história, assim definida após a veiculação do termo pelo Steppenwolf em Born to be Wild. Essa informação aparece em Metal: A Headbanger's Journey, de Sam Dunn e Scott McFadyen. Por mais que Zeppelin e Sabbath sejam creditados como precursores do metal, eles sequer existiam em 1966.

O Hell Angels way of life associado ao crescimento da contracultura da costa oeste dos Estados Unidos fizeram surgir, em meio à psicodelia, um grito raivoso chamado Blue Cheer. Jim Morrison (The Doors) os classificou como a banda mais poderosa que ele já vira. E ele tinha razão.



O debut dos caras, postagem de hoje, abre a porta na base da pedrada: Summertime Blues em uma versão que só não é melhor que a original porque estamos falando de Eddie Cochran, um dos pais do rockabilly. Mas, sinceramente, traz tanta energia e criatividade que é impossível não tê-la entre os melhores covers da história do rock. Na sequência, um clássico do blues chamado Rock Me Baby que, para quem ainda não sabe, foi imortalizado na voz de Muddy Waters, termina a primeira fase do play.

Depois disso, apenas quatro músicas autorais completam o disco. Mas a força e a intensidade do power trio, aliados à crueza da gravação definem um estilo musical.


Grave bem a imagem da capa. Seguidamente é possível encontrar algum maluco vestindo camiseta com essa gravura.
Daqui pra frente, você saberá que estamos falando de algo único.

Track List

1. "Summertime Blues"
2. "Rock Me Baby"
3. "Doctor Please"
4. "Out of Focus"
5. "Parchman Farm"
6. "Second Time Around"

Dickie Peterson (vocais e baixo)
Leigh Stephens (guitarras)
Paul Whaley (bateria)



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