domingo, 20 de abril de 2025

Frijid Pink - Same

 



Sou muito criança quando se trata de música para me importar com blues-rock. Essa merda é para adultos. Eu só gosto se for vulgar e barulhento, e esse é o tipo de barulho que Frijid Pink faz, então estou tranquilo com isso...

Incrível do começo ao fim, blues psicodélico/acid pesado com fuzz no estilo de Detroit e um forte estilo de produção raw garage dos anos 60. Junte isso a Stone Garden, Negative Space, Stonewall, Cream, Steppenwolf e The Damnation of Adam Blessing e você terá um paraíso psicodélico pesado.
Homem-mariposa rosa.
Tor Hershman

Uma estreia que dispensa disfarces: Frijid Pink e a crueza oscilante

Que desperdício de energia esse álbum tem. Há uma entrega versátil, calibrada e poderosa que é sentida desde o primeiro acorde. A banda faz um ótimo trabalho em sua estreia, sim, mesmo sabendo que sua proposta não quebra moldes nem reinventa a roda. Mas cuidado com isso: a qualidade é avassaladora e isso muda tudo. Porque quando uma banda tem “o dom”, as limitações não atrapalham… elas se tornam uma virtude. Não há desequilíbrio, nem fraqueza: algo mais forte, mais honesto, mais ressonante emerge. Em outras palavras: quando uma banda é boa, ELA É BOA. E torna o simples, algo memorável. Isso é claro.

O que Frijid Pink coloca em nossas mãos é uma obra compacta, digna e ardente. Uma peça cult, um álbum que se deixa levar com intensidade: é rítmico, é pesado e, acima de tudo, tem personalidade. Basta ouvir a versão incendiária de "House of the Rising" Sun para capturar toda a sua magia, toda a sua fome, aquele desejo indomável de fazer as coisas do jeito que Deus e Detroit ordenam. A verdade é que esse álbum não traz nada que já não tenha sido ouvido antes. Mas ele também não quer imitar, e esse é seu grande sucesso. Frijid Pink não se enquadra no cinza ou no genérico. Muito pelo contrário: ela é plantada com simplicidade e paixão, e isso a torna diferente. Quando você ouve do começo ao fim, você encontra algo novo, com swing, com personalidade. Cada groove vibra com sua própria faísca, como se a banda estivesse conjurando fogo da humildade.

A fórmula é clara e precisa. Você pode sentir as influências de Cream, Steppenwolf, Hendrix Experience ou The Damnation of Adam Blessing, mas há algo mais aqui. Algo azedo, algo selvagem, algo que cheire a Detroit. Aquela cena deixou sua marca e Frijid Pink a homenageia sem pedir permissão. O som é cru, direto, com aquela lisergia do começo dos anos 70. A execução instrumental é pesada, bem embasada, com aquele efeito esmagador que tanto amamos. As guitarras rugem, a base rítmica impulsiona e a voz, sem ser prodigiosa, se encaixa com a química certa. Funciona. Ela tem aquilo que não pode ser estudado: tem alma. Músicas como "I Want To Be Your Lover", " Drivin' Blues" e "End of the Line" confirmam: há atitude, há eletricidade, há substância. O álbum transita entre acid rock, blues e boogie rock com toques de puro rock and roll, sem nunca perder o ritmo ou a intenção. 

É um único álbum? Sim.

É um álbum com carisma? Completamente.

Este é um álbum que merece um lugar na sua estante cult? Sem dúvida.

Não há muito mais a dizer, exceto…

Obrigado, Frijid Pink!


01.God Gave Me You
02.Crying Shame
03.I'm On My Way
04.Drivin' Blues
05Tell Me Why
06.End Of The Line
07.House of the Rising Sun
08.I Want To Be Your Lover
09.Boozin' Blues

CODIGO: L-28

MUSICA&SOM





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