sábado, 5 de abril de 2025

Samurai - Green Tea

 




Folk psicodélico proto-proggish mediano que não cai em pontos baixos nem atinge picos fantásticos. Isso não é ruim, mas as ideias estão muito presas ao tempo para soarem críveis nos modelos modernos. A composição de músicas parece carecer de uma certa centelha para gerar mais criatividade do que a média do grupo que segue estes

Um prog inicial bacana e inventivo. Basta conferir o longo "Five Tone Blues" ou a faixa-título. Mas prefiro o acompanhamento.

Chá Verde: Uma Viagem Sonora Através do Tempo e da Cultura

Em 1974, o jazz-rock estava a todo vapor, fundindo as estruturas do rock progressivo com a improvisação das melhores tradições do jazz. Nesse contexto, Green Tea, único álbum da banda Samurai, se apresenta como uma obra intrigante e que carrega consigo um ar de mistério e exploração. Samurai, formado por músicos de diversas influências, cria uma atmosfera única com este álbum, cheio de complexidade e sutileza. Ao longo de seus grooves, Green Tea se torna uma viagem fascinante por paisagens sonoras exóticas e experimentais, que se desenrolam entre a arte do jazz e a coragem do rock progressivo, deixando uma marca sonora que permanece na memória do ouvinte. Este álbum, agora considerado um clássico cult, representa o momento perfeito onde dois mundos musicais se encontram em equilíbrio quase perfeito.

Impressões pessoais: Uma viagem de harmonias e nuances

Este é um daqueles álbuns que te deixam com uma sensação estranha, como se você tivesse cruzado o limiar de uma nova dimensão musical, mas sem atingir o que esperava. O álbum de estreia do Samurai, uma combinação interracial (inglês/japonês), tem algo que te prende, mas não consegue atingir o nível que muitos esperavam. No entanto, não é um álbum ruim. Não. Há algo nele que ressoa com aquela vibração única dos anos 70, aquela atmosfera crua, mas cheia de algo que te chama, como um sussurro através do tempo. É uma obra com limitações, claro, e às vezes lhe falta aquela centelha que a faz brilhar verdadeiramente. Às vezes sinto que o disco se torna apenas mais um na multidão, mas ele ainda tem seu valor. Ah, e o melhor ainda está por vir, porque com Kappa (1971) tudo muda, mas isso, bem... falaremos sobre isso no devido tempo. Agora, é hora de "devorar" esse álbum, deixar que ele nos envolva e nos carregue em seu próprio ritmo.

Samurai, para muitos, se move no reino do que poderíamos chamar de soft prog, com certos toques de jazz, algumas progressões interessantes e algumas incursões folk que fazem você pensar que eles estão procurando por algo maior. É um trabalho decente, mas não me deixou sem palavras, como algumas pessoas dizem. É um pouco como aquele amigo que tem muitas boas ideias, mas às vezes não é totalmente convincente. No entanto, reconheço a essência aqui. Green Tea é um daqueles álbuns que se aproxima do “Early Prog”, aquela sensação de prog incipiente, ainda em busca de sua forma. O som, apesar de um tanto áspero e cru, tem aquela qualidade harmônica que o torna um trabalho crossover interessante, cheio daqueles pequenos momentos que surpreendem. A terceira faixa, Boy With A Gun, por exemplo, é uma jornada por si só. Uma peça que captura a marca única da banda, algo que você não encontra em nenhum outro lugar.

A banda, apesar de suas deficiências, tem uma performance que cativa. É limpo, elegante e dinâmico. Cada instrumento parece ter seu lugar, cada nota parece pensada. E embora o álbum tenha seus momentos de fraqueza, as passagens são elegantes e sofisticadas o suficiente para manter você interessado. A incursão do jazz-prog é sutil, mas presente, e há um toque daquele peso ácido que sempre é necessário para dar um toque diferente ao que poderia ter sido apenas mais um álbum.

A verdade é que Chá Verde é uma obra com mais alma do que muitos acreditam, embora não consiga ascender tão alto quanto poderia. Às vezes sinto que estou ouvindo uma banda que nunca atingiu seu verdadeiro potencial, que ficou no limiar do que era bom, sem atingir o que era ótimo. Mas isso não significa que não valha a pena. Pelo contrário, é um álbum que merece uma chance. Pode não mudar sua vida, mas tem algo que te toca, algo que fica com você. Bom, é só isso por enquanto. O restante pode ser facilmente encontrado em blogs especializados ou em qualquer lugar da web. Mas, por favor, não se esqueça de dar uma chance a este álbum, porque há algo especial nele, mesmo que nem todo mundo veja. Até mais.

01.Green Tea
02.Eagle's Eye
03.Boy With A Gun
04.18th Century
05.Four Seasons
06.Mandalay
07.Daffy Drake

CODIGO: B.1-16





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