domingo, 20 de abril de 2025

Socrates Drank the Conium - Same

 



Este prato é um ótimo hard rock psicodélico de um grupo de bons músicos. É um pouco difícil acreditar que isso tenha saído da Grécia naquela época. Guitarra excepcional e vocais com toque de blues fazem com que seja uma ótima audição. Ajuste sua mente, coloque fones de ouvido e curta o rock.
Power trio estranhamente produzido, com muito pouco baixo e o vocalista parece um fracote. Mas a capa é ótima, o nome da banda é fenomenal, e letras bem pensadas como "Todas as pessoas me odeiam porque estou feliz / Todo mundo quer que eu fique triste" carregam uma certa universalidade poética.

Sócrates bebeu o cônio (1972): A alquimia do rock grego

Na encruzilhada entre tradição e revolução, a Grécia ardia em incerteza. A ditadura dos coronéis lançava sombras sobre as ruas, mas a música — sempre irreverente, sempre livre — continuava a encontrar brechas para escapar. Nos bares enfumaçados e clubes underground de Atenas, um trovão elétrico começou a rugir.

Socrates Drank the Conium, um trio que parecia ter destilado a essência do hard rock britânico em um copo de ouzo, surgiu com uma proposta que desafiava as normas. Em um país onde o rock ainda era uma criatura jovem e os sons progressivos eram pouco conhecidos, eles chegaram com guitarras afiadas, ritmos incandescentes e uma presença que não pedia permissão. Seu álbum autointitulado de 1972 não era apenas um punhado de músicas; Foi um desafio, uma declaração de princípios. Um turbilhão de blues elétrico, psicodelia e poder bruto que conectou a Grécia ao pulso de bandas como Cream, Led Zeppelin e Ten Years After, mas com um caráter indomável e uma identidade que não poderia ser confundida. Foi um álbum que nasceu da necessidade de expressão, do choque entre a opressão e a liberdade que só o rock pode proporcionar. Assim, no meio de um país em tensão, Sócrates Bebeu o Cônio construiu seu altar elétrico. Um monumento de riffs e ritmos que, décadas depois, ainda soa como um raio capturado em vinil.

Impressões Pessoais: O Eco Elétrico de Atenas

Em 1972, enquanto o rock progressivo dominava o firmamento musical e os gigantes da psicodelia evoluíam para estruturas mais complexas, um som eletrizante surgiu na Grécia, um eco distorcido de influências britânicas e americanas, mas com uma identidade que estava se formando em suas próprias bases. Socrates Drank the Conium, o álbum homônimo da banda ateniense, não é apenas uma amostra da ebulição musical da época, mas também uma prova de como ecos de blues, psicodelia e progressivo primitivo podiam encontrar um ponto de intersecção em um lugar tão inesperado quanto a Grécia.

Este não é um disco que segue completamente um rótulo. Não é estritamente progressivo, mas tem elementos daquele germe protoprogressivo que estava começando a florescer: mudanças de tempo imprevisíveis, uma execução técnica que beira o experimental e uma veia artística que o separa do hard rock simples de sua época. O caso dele é mais relacionado ao prog, um trabalho que absorve influências progressivas sem se render totalmente a elas. É um rock psicodélico com arestas afiadas, uma entidade que transita entre a eletricidade do blues pesado e a sofisticação tonal do progressivo, sem perder um pingo de autenticidade. O que torna este disco especial não é apenas o seu som, mas o seu contexto. Em um ano em que King Crimson, Yes, Genesis e Emerson, Lake & Palmer já moldavam o futuro do rock progressivo, Socrates Drank the Conium parecia chegar a essa corrente com um ligeiro atraso, mas com uma convicção inabalável. Eles não buscavam imitar, mas sim adaptar-se, evoluir. É essencialmente um álbum de transição: um ponto de virada em que a banda ajusta sua bússola sonora, antecipando o que viria a seguir. O próximo álbum seria a confirmação dessa virada, mas é aqui que a centelha inicial brilha intensamente.

O interessante em revisitar este álbum é como a percepção muda ao longo do tempo. Na época, a memória o guardava como uma obra crua, pesada e visceral, mas agora, ao ser ouvido novamente, ele se revela como uma viagem ácida, com psicodelia bem dosada e uma estrutura que, embora robusta, parece mais fluida e exploratória. O peso ainda está lá, mas não de uma forma pesada, mas sim com uma espécie de gravidade sonora que o torna intenso sem se tornar avassalador. Os riffs afiados, as seções de blues elétrico e a tensão instrumental inevitavelmente lembram referências como Cream, The Jimi Hendrix Experience, Led Zeppelin e até mesmo os primeiros experimentos do Black Sabbath e do Spirit. Essa alquimia sonora — a combinação de hard rock/blues com tons progressivos e execução visceral — é o que torna Socrates Drank the Conium um álbum único na cena grega e um marco em sua história musical.

Mais de cinco décadas após seu lançamento, o álbum continua sendo um testemunho de uma banda que soube ler a época e transformá-la em algo próprio. Um álbum que, embora não tenha sido o epicentro de um movimento, deixou uma marca indelével na memória do rock cult. Até mais.

01.Live in the Country
02.Something in the Air
03.Bad Conditions
04.It's a Digusting World
05.Close the Door and Lay Down
06.Blind Illusion
07.Hoo Yeah!
08.Underground
09.Starvation

CODIGO: B-4

MUSICA&SOM





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