terça-feira, 15 de abril de 2025

UFO - UFO 2: Flying One Hour Space Rock




Continua exatamente onde o primeiro álbum parou. Esta é a banda de rock espacial UFO, e tenho que admitir que eles fazem rock espacial muito bem. No mínimo, esta é uma pequena melhoria em relação ao álbum de estreia, e um álbum que será lembrado como o último em que eles soariam assim novamente. Só por essa razão histórica é um item essencial na coleção de qualquer fã de OVNIs

As estrelas do seu bar local usam ácido para ganhar uma nova compreensão do tempo, estendendo suas músicas tradicionais aos confins do infinito, mantendo um senso de groove o tempo todo, porque neste mundo transitório, somente o que é eterno carrega algum significado.

UFO 2: Navegando entre tempestades estelares e blues cósmico

Quando a poeira da estreia ainda não tinha baixado, o UFO decidiu que era hora de ir mais longe. De cruzar a estratosfera rochosa e lançar-se sem paraquedas no mundo denso e caótico de Space Rock. Assim nasceu UFO 2 , um álbum que não pede licença nem dá explicações, apenas te agarra pelo pescoço e te joga em órbitas descontroladas em meio a atmosferas densas, efeitos inebriantes e riffs que soam como sinais de outro sistema solar.

Já na primeira audição percebe-se uma clara intenção de renovação. Há uma busca, um desejo de ir além, de experimentar novas formas e expandir sua performance sem abrir mão da força do hard rock que os define. Músicas como "Star Storm" e "Flying" se tornam exemplos vivos dessa ambição, peças onde a vertigem e a psicodelia se entrelaçam para oferecer uma experiência que transcende a simples canção: aqui falamos de viagens. De saltos interestelares. De catarse eletrificada. O resultado é um álbum com identidade própria, um corpo que vibra em outra frequência, mais alta, mais selvagem, mais cósmica. A voz de Phil Mogg se torna uma bússola e um grito xamânico, enquanto a guitarra de Mick Bolton corta as camadas do som com a ponta de um cometa. A banda não apenas toca, ela parece estar invocando. Cada efeito, cada eco, cada acorde prolongado tem a intenção de distorcer a realidade por um instante. E cara, ele consegue.

✦ Maturidade ou mutação? O segundo passo do disco voador

O que é apresentado aqui não é simplesmente uma continuação: é uma transfiguração. UFO 2 não só supera as expectativas do primeiro álbum; destrói-os e constrói um novo templo sônico sobre suas ruínas. A abordagem deles é versátil, como um navio que não tem medo de mudar de curso: há momentos de blues ofuscado pelas estrelas, outros em que o hard rock se veste de ácido e passagens em que o proto-metal nos saúda de um canto nebuloso. Está tudo lá. Tudo se funde.

O álbum soa como uma fórmula nova, mesmo em sua natureza desenfreada. É verdade que há passagens irregulares, momentos em que a performance parece oscilar como um satélite mal calibrado... mas mesmo aí, há beleza. Porque o que este álbum oferece é risco, e o risco — quando assumido honestamente e sem rede de segurança — sempre deixa sua marca. Alguns dirão que há excesso, que as jams são apenas fumaça e espelhos, que a proposta está transbordando pretensão. Mas não podemos esquecer que no coração da adoração muitas vezes bate o que é incompreendido. E UFO 2, para quem tem ouvidos com antenas alargadas, oferece uma experiência com “ciência”, com alma, com aquele gosto estranho que uma boa viagem deixa . Maturidade total? Ainda não. Decolagem gloriosa? Definitivamente. Este álbum não pousa: ele continua flutuando. Trabalho de culto? Bem, isso é com você, Starwalker. De minha parte, aprecio-o com toda a honra que merece. 

01.Silver Bird
02.Star Storm
03.Prince Kajuku
04.The Coming Of Prince Kajuku
05.Flying

CODIGO: @

MUSICA&SOM




Sem comentários:

Enviar um comentário

Destaque

Kevin Morby – Singing Saw (2016)

  E, ao terceiro disco, Kevin Morby ascende ao Olimpo. O caminho já estava a ser feito, para os que lhe prestavam atenção. Com dois discos ...