Há 17 anos, no dia 30 de outubro de 2008, José Mário Branco subia ao palco da Culturgest para apresentar 'Mudar de Vida – 2', um espetáculo concebido especialmente para o Grande Auditório, depois da estreia, no ano anterior, na Casa da Música, no Porto. Em 2007, o músico tentara trazer o concerto a Lisboa, sem sucesso; um ano depois, o convite da Culturgest concretizou esse desejo e permitiu-lhe apresentar finalmente a canção na capital. Por duas noites consecutivas — 30 e 31 de outubro —, José Mário Branco esgotou a lotação da Culturgest, tal como já o fizera na Casa da Música, a 30 de abril de 2007.
O concerto reuniu em palco alguns dos músicos que o acompanharam ao longo da vida — José Peixoto, Carlos Bica, Rui Júnior, Filipe Raposo e Guto Lucena —, um quarteto de cordas liderado por Luís Morais e, como convidados especiais, os Gaiteiros de Lisboa, grupo com o qual José Mário Branco colaborara na sua primeira fase, enquanto produtor e arranjador.
A canção daria mais tarde nome ao documentário 'Mudar de Vida – José Mário Branco, Vida e Obra', realizado por Nelson Guerreiro e Pedro Fidalgo. Finalizado em 2013, o filme só viria a estrear-se a 25 de abril de 2014, no festival IndieLisboa. A edição em DVD aconteceria apenas três anos depois, em 2016, por falta de apoios.
“O Mudar de Vida é apresentado em três partes”, referia José Mário Branco ao Diário de Notícias em 2008. “Ouve-se no início — apesar de começar com um tema inédito que escrevi para Lisboa, intitulado Vamos Embora —, depois, no meio, aparece outra vez, antes de fechar o espetáculo com o Mudar de Vida final.”
Pelo meio, soaram diversas canções retiradas de 'Resistir é Vencer' (2004), mas também de outros registos gravados desde a década de 1970, variando entre momentos abertamente políticos e outros mais intimistas.
José Mário Branco, que via na canção uma forma de ação e de consciência, lembrava então: “Se não gostamos da vida que temos, temos de a mudar — ela não muda sozinha.”
Sem comentários:
Enviar um comentário