O pianista finlandês Aki Rissanen construiu uma discografia impressionante através de colaborações com artistas como Rick Margitza, Dave Liebman e Randy Brecker, contribuindo para 18 álbuns como líder ou co-líder. No entanto, ele é talvez mais conhecido por sua atuação à frente de um dos trios de piano mais distintos do jazz europeu, o Aki Rissanen Trio.
O álbum Imaginary Mountains , cujo título faz referência à influência de Personal Mountains (1989), de Keith Jarrett, apresenta jazz com influências clássicas da formação inicial de Rissanen e também reflete seu interesse por sons eletrônicos. Este é o quinto lançamento do trio, que conta com o baixista Antti Lotjonen e o baterista Teppo Mäkynen. A longa colaboração entre eles, tanto em estúdio quanto em turnê, se reflete em sua sonoridade...
…uma interação precisa e focada, misturada com seções de improvisação livre.
A identidade singular do trio torna-se imediatamente clara já na faixa de abertura, que dá título ao álbum. Embora o piano acústico seja a base do seu som, Rissanen expande a paleta sonora com um piano de cauda elétrico Yamaha CP-70 vintage da década de 1970, adicionando camadas texturais. Este instrumento clássico, um dos favoritos entre tecladistas renomados como George Duke, Billy Joel e Alicia Keys, proporciona a qualidade granulada que diferencia esta gravação de seus trabalhos anteriores. A abordagem ousada de Rissanen em relação à instrumentação não é novidade para ele, que já explorou o raro Omniwerk em um lançamento anterior.
“No Regretz” demonstra a interação precisa que é a marca registrada do trio, com cada músico tendo voz igual no fluxo musical. Mäkynen adiciona uma batida pulsante que oscila entre implacável e delicada; o criativo Lötjönen apoia Rissanen sem sobrecarregar suas breves frases de piano e improvisação reflexiva. Essa interação encontra uma forma mais melancólica na breve “1905”.
“For E”, uma homenagem a Erik Satie, destaca-se pelas suas frases rítmicas de piano, com interrupções que surgem e desaparecem em relação à melodia central, enquanto mudanças de andamento inventivas criam uma tensão crescente, reforçada pelas contribuições texturais do Yamaha. Lötjönen e Mäkynen demonstram contenção em “Withforest” e grooves envolventes em “Glitch In The Heavens”, enquanto a interação improvisacional atinge o seu auge em “High Expectations”. O álbum termina com “İki Keklik”, uma releitura suave de uma canção folclórica tradicional turca.
Este álbum dinâmico muda constantemente de direção, buscando sua atenção através de sua intensidade e virtuosismo na improvisação. Embora nem sempre seja uma audição fácil, as passagens criativas de Rissanen sobre a pulsação rítmica implacável escondem recantos de genuína beleza que se revelam com mais clareza a cada nova audição.
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