Ano: 7 de agosto de 1969 (CD 2002)
Gravadora: Analogue Productions (EUA), CAPJ 8393 SA
Estilo: Country Rock
País: El Cerrito, Califórnia, EUA
Duração: 29:25
Posições nas paradas: EUA #1, CAN #2, FIN #11, ALE #11, ITA #16, JPN #46, NOR #5, REINO UNIDO #20. EUA: 3x Platina.Como o Creedence Clearwater Revival ascendeu à fama com hits como "Suzy Q" e alcançou imensa popularidade entre o público adolescente, muitas pessoas (eu inclusive) se recusaram, até então, a levá-los a sério. Mas "Proud Mary" deveria ter nos alertado. Era mais do que uma simples boa música para os padrões do Top 40; era uma música magnífica em qualquer padrão. O novo álbum do Creedence, Green River, demonstra de forma convincente que "Proud Mary" não foi um acaso. Não se engane: o Creedence Clearwater Revival, apesar de algumas limitações evidentes, é uma das bandas mais empolgantes e gratificantes da atualidade.Quando ouvi "Green River", a primeira faixa do álbum, pensei: "Puxa, mais uma música do Creedence sobre o pântano!". Mas a guitarra crua de John Fogerty me conquistou rapidamente. O riff pulsante que introduz a canção sinaliza que o retorno do Creedence ao pântano será um deleite completo. E é mesmo. A voz rouca e intensa de Fogerty infunde a letra ("caminhando pela estrada do rio à noite/garotas descalças dançando ao luar") com uma sensação maravilhosamente evocativa."Wrote a Song for Everyone", a única faixa do álbum em andamento lento, cria uma atmosfera melancólica, um tanto semelhante à de "The Weight". Apresenta um breve e gracioso solo de guitarra country de Fogerty. A letra é realmente estranha; pelo que pude perceber, sua mensagem central é o fracasso das canções com mensagens.“Bad Moon Rising” foi o single seguinte a “Proud Mary”; ao contrário da maioria dos singles seguintes, esta música gera tanta empolgação quanto sua antecessora. Assim como “Daytripper”, dos Beatles, ela é marcada por uma curiosa ambivalência. A música é alegremente cinética; é difícil ouvi-la sem sentir vontade de se levantar e dançar. A letra é outra história. Aqui está a paranoia, ao estilo de 1969: “espero que você tenha se organizado/espero que esteja bem preparado para morrer”. “Bad Moon Rising” mede com precisão a distância que percorremos desde os tumultos da Sunset Strip em “For What It's Worth”.Mas o verdadeiro destaque do álbum é “Lodi”. Essa história melancólica de um músico preso em uma cidadezinha perdida tem tudo para se tornar um clássico. A voz magistral de John Fogerty faz de “Lodi” uma das histórias de azar mais convincentes que ouvi em muito tempo. Ele nunca comete o erro de se esforçar para ser “poético”; ele escolhe palavras e imagens comuns que sempre conseguem ser incisivas. Com um apurado senso de concisão, ele retrata uma paisagem americana que é, de alguma forma, mais antiga e mais nova do que a descrição clássica da América feita por Chuck Berry no rock — mais antiga em suas visões nostálgicas e mais nova em seus perigos e armadilhas de pesadelo. De “Proud Mary” e “Green River” a “Bad Moon Rising” e “Lodi”, esse círculo americano de beleza e feiura, que parte o coração, é traçado. Eu gostaria que John Fogerty tivesse composto a trilha sonora de Easy Rider.As deficiências do Creedence são facilmente perceptíveis. Sua música tende a carecer de variedade (às vezes dando a sensação de que se pode prever o próximo riff de guitarra) e, ocasionalmente, de sutileza. Mas seu som característico e pulsante, quando fundido com os vocais de Fogerty, resulta em algo tão refinado que torna essas críticas irrelevantes. Green River, apesar de suas falhas, é um ótimo álbum. O Creedence Clearwater Revival percorreu um longo caminho desde "Suzy Q"; agora eles estão criando o rock americano mais vibrante desde Music from Big Pink.(rollingstone.com/music/music-album-reviews/green-river-249393/) Resenha de Bruce Miroff. 19 de outubro de 1973
01. Green River (02:36)02. Commotion (02:44)03. Tombstone Shadow (03:39)04. Wrote A Song For Everyone (04:57)05. Bad Moon Rising (02:21)06. Lodi (03:13)07. Cross-Tie Walker (03:20)08. Sinister Purpose (03:22)09. The Night Time Is The Right Time (03:08)
Gravadora: Analogue Productions (EUA), CAPJ 8393 SA
Estilo: Country Rock
País: El Cerrito, Califórnia, EUA
Duração: 29:25
Posições nas paradas: EUA #1, CAN #2, FIN #11, ALE #11, ITA #16, JPN #46, NOR #5, REINO UNIDO #20. EUA: 3x Platina.
Como o Creedence Clearwater Revival ascendeu à fama com hits como "Suzy Q" e alcançou imensa popularidade entre o público adolescente, muitas pessoas (eu inclusive) se recusaram, até então, a levá-los a sério. Mas "Proud Mary" deveria ter nos alertado. Era mais do que uma simples boa música para os padrões do Top 40; era uma música magnífica em qualquer padrão. O novo álbum do Creedence, Green River, demonstra de forma convincente que "Proud Mary" não foi um acaso. Não se engane: o Creedence Clearwater Revival, apesar de algumas limitações evidentes, é uma das bandas mais empolgantes e gratificantes da atualidade.
Quando ouvi "Green River", a primeira faixa do álbum, pensei: "Puxa, mais uma música do Creedence sobre o pântano!". Mas a guitarra crua de John Fogerty me conquistou rapidamente. O riff pulsante que introduz a canção sinaliza que o retorno do Creedence ao pântano será um deleite completo. E é mesmo. A voz rouca e intensa de Fogerty infunde a letra ("caminhando pela estrada do rio à noite/garotas descalças dançando ao luar") com uma sensação maravilhosamente evocativa.
"Wrote a Song for Everyone", a única faixa do álbum em andamento lento, cria uma atmosfera melancólica, um tanto semelhante à de "The Weight". Apresenta um breve e gracioso solo de guitarra country de Fogerty. A letra é realmente estranha; pelo que pude perceber, sua mensagem central é o fracasso das canções com mensagens.
“Bad Moon Rising” foi o single seguinte a “Proud Mary”; ao contrário da maioria dos singles seguintes, esta música gera tanta empolgação quanto sua antecessora. Assim como “Daytripper”, dos Beatles, ela é marcada por uma curiosa ambivalência. A música é alegremente cinética; é difícil ouvi-la sem sentir vontade de se levantar e dançar. A letra é outra história. Aqui está a paranoia, ao estilo de 1969: “espero que você tenha se organizado/espero que esteja bem preparado para morrer”. “Bad Moon Rising” mede com precisão a distância que percorremos desde os tumultos da Sunset Strip em “For What It's Worth”.
Mas o verdadeiro destaque do álbum é “Lodi”. Essa história melancólica de um músico preso em uma cidadezinha perdida tem tudo para se tornar um clássico. A voz magistral de John Fogerty faz de “Lodi” uma das histórias de azar mais convincentes que ouvi em muito tempo. Ele nunca comete o erro de se esforçar para ser “poético”; ele escolhe palavras e imagens comuns que sempre conseguem ser incisivas. Com um apurado senso de concisão, ele retrata uma paisagem americana que é, de alguma forma, mais antiga e mais nova do que a descrição clássica da América feita por Chuck Berry no rock — mais antiga em suas visões nostálgicas e mais nova em seus perigos e armadilhas de pesadelo. De “Proud Mary” e “Green River” a “Bad Moon Rising” e “Lodi”, esse círculo americano de beleza e feiura, que parte o coração, é traçado. Eu gostaria que John Fogerty tivesse composto a trilha sonora de Easy Rider.
As deficiências do Creedence são facilmente perceptíveis. Sua música tende a carecer de variedade (às vezes dando a sensação de que se pode prever o próximo riff de guitarra) e, ocasionalmente, de sutileza. Mas seu som característico e pulsante, quando fundido com os vocais de Fogerty, resulta em algo tão refinado que torna essas críticas irrelevantes. Green River, apesar de suas falhas, é um ótimo álbum. O Creedence Clearwater Revival percorreu um longo caminho desde "Suzy Q"; agora eles estão criando o rock americano mais vibrante desde Music from Big Pink.
(rollingstone.com/music/music-album-reviews/green-river-249393/) Resenha de Bruce Miroff. 19 de outubro de 1973
01. Green River (02:36)
02. Commotion (02:44)
03. Tombstone Shadow (03:39)
04. Wrote A Song For Everyone (04:57)
05. Bad Moon Rising (02:21)
06. Lodi (03:13)
07. Cross-Tie Walker (03:20)
08. Sinister Purpose (03:22)
09. The Night Time Is The Right Time (03:08)
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