Puro jazz-rock espanhol do Demo Rumudo, um quinteto formado em 2019 que funde rock progressivo com jazz e metal, buscando definir seu próprio paradigma — um som que transcende gêneros. Eles exploram os padrões intrincados de King Crimson e Tigran Hamasyan, produzindo melodias que homenageiam Chick Corea, Wayne Shorter e Yes. É uma jornada sonora onde a complexidade rítmica do rock progressivo colide com a introspecção e a liberdade do jazz fusion, além de ecos da cena de Canterbury. Este, seu álbum de estreia, é uma consagração do jazz fusion contemporâneo, uma paisagem sonora multidimensional que também abre espaço para o metal e o math rock. Com um nível de quase perfeição, esta obra se posiciona como uma obra-prima do jazz-rock desta década e um dos melhores lançamentos de 2025, que agora chega ao fim.
Artista: Demo Rumudo Álbum:Second Nature Ano: 2025 Gênero: Jazz rock Duração: 39:49 Referência: Discogs Nacionalidade: Espanha
Do noroeste da Espanha vem Demo Rumudo, uma banda cujo álbum de estreia, "Second Nature", conquistou a atenção dos fãs de prog rock no mundo todo. O álbum, com quase 40 minutos de duração distribuídos em cinco faixas, é mais do que uma simples coleção de músicas; é uma declaração de intenções onde a complexidade técnica se torna instintiva, justificando plenamente o título: uma "segunda natureza". A música atinge um equilíbrio incomum, refinada e acessível, porém profundamente técnica, com uma seção de metais excepcional que atua não como solista ocasional, mas como uma voz harmônica essencial, tecendo contrapontos com a guitarra, que adiciona peso e textura com um gosto requintado. A seção rítmica de baixo e bateria fornece uma base sólida e dinâmica, permitindo que a banda explore desde o math rock até o fusion metal.
A faixa de abertura ("Buratos") é uma incursão disciplinada no jazz-rock melódico. Começa de forma calorosa e fluida, permitindo que você relaxe antes de introduzir variações experimentais, culminando em uma seção final onde uma força metálica emerge, elevando a intensidade da música. "Flavours of Failure" vem a seguir, onde o piano conduz com uma melodia de inspiração clássica que estabelece a estrutura, mas deriva de tonalidades com uma influência flamenca calorosa e efusiva. Arranjos de sintetizador e o trabalho do saxofone se destacam. Em "Helix", o grupo revela seu lado mais poderoso e sombrio, com uma densidade pesada que lembra King Crimson . A música brilha com seus ritmos sincopados e arestas afiadas e frenéticas, onde o piano atua como uma luz guia através de uma baía enevoada. Em seguida, vem "Second Nature", a faixa-título e talvez a mais controversa, possuindo um toque de sutileza e seu próprio charme único, mas com um som de smooth jazz ou uma vibe dos anos 70 que lembra Spyro Gyra . Embora pareça moderno, suas raízes estão na densidade dos anos 70 e na sofisticação da vanguarda europeia. Seja como for, é uma faixa relaxante que proporciona um respiro antes do grande final. "Methods of Expression", com 10 minutos, é a joia da coroa, começando com um piano elétrico que evolui para uma composição que lembra o brilhantismo de Hiromi Uehara . A faixa cresce lentamente até uma conclusão épica, porém contida. É uma obra emocional que convida à reflexão profunda.
E você pode começar a ouvi-la daqui... para que eu possa parar de divagar sobre tanta bobagem.
"Second Nature" é um álbum honesto, humano e intimista que evita o exibicionismo desnecessário para se concentrar na conexão entre cinco músicos em perfeita harmonia. Outra obra que apresentamos no blog que não busca imediatismo, mas sim uma conexão duradoura que recompensa cada nova audição, como certamente acontece com todos aqueles álbuns que você ama e curte ouvir sempre que pode, porque fazem parte da sua playlist favorita.
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