sábado, 6 de dezembro de 2025

Robert Fripp e Peter Gabriel : uma aliança que definiu uma nova linguagem sonora

Robert Fripp e Peter Gabriel : uma aliança que definiu uma nova linguagem sonora
Quando Peter Gabriel deixou Genesis em 1975, ele procurava uma identidade própria longe do rock sinfônico. Seu caminho cruzou-se com Robert Fripp, então mergulhado nas explorações texturais que tinha desenvolvido com King Crimson e nas paisagens de fita que ensaiava junto com Brian Eno. A colaboração tomou forma nos dois primeiros álbuns solo de Gabriel, editados em 1977 e 1978, onde Fripp não só trouxe guitarras, mas também direção criativa: produziu Scratch e aplicou seus sistemas de loops – os Frippertronics – para criar atmosferas tensas e fragmentadas.
As sessões revelaram um diálogo artístico raro. Gabriel construía camadas rítmicas e vocais com uma abordagem quase teatral; Fripp respondia com linhas de guitarra que evitavam a pirotecnia, privilegiando textura e contenção. Em várias apresentações ao vivo do final dos anos 70, Fripp apareceu sob o pseudônimo “Dusty Rhodes”, uma manobra necessária para contornar compromissos contratuais e manter a liberdade criativa.
O resultado desta aliança não foi apenas um som inconfundível, mas um ponto de partida para a evolução posterior de Gabriel: um terreno onde o experimental, o ambiental e a narrativa podiam viver juntos. Ao mesmo tempo, Fripp consolidou uma faceta produtiva que ampliava sua influência além do King Crimson. Uma colaboração breve mas decisiva que ficou registrada em discos, sessões e na pegada que ambos os artistas deixaram na música do final dos anos 70.



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