terça-feira, 1 de novembro de 2022

DISCO PERDIDO

MORNING DEW - "Morning Dew" (us 1970)
Este é o primeiro álbum do grupo norte-americano do Kansas Morning Dew e só no final dos anos oitenta é lançado o seu segundo e definitivo trabalho intitulado "Cut The Chatter". A capa era ousada, embora pudesse ser uma imagem hippie usual da época, mas por outro lado em muitos países foi censurada e, portanto, o álbum ficou ainda mais desconhecido e difícil de obter.

     MAL ROBINSON...guitarra - BLAIR HONEYMAN...baixo e vocal - DON ANDERSON ...teclados   -    DON SLIGAR...bateria




                                                                      Sorriso das Cruzadas



                                                                                                                Algo que você diz



                                                                                 

                                                




Conversa Pra Boi Dormir: Roça Nova mostra lado visceral em novo single


Banda venceu o concurso de bandas do João Rock neste ano

Música caipira, rock e groove. Esse é o espírito da primeira canção inédita que a Roça Nova lança após vencer o concurso de bandas do João Rock e abrir o palco principal do festival. “Conversa Pra Boi Dormir” utiliza o surrealismo para narrar a distopia da manipulação em massa. Literalmente, um grito ácido em meio às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais. 


O lançamento chega às plataformas acompanhado de um videoclipe com ar de curta dirigido por Pedro Quíron. O audiovisual retrata a obscuridade a fim de ambientar o ser humano em sua forma mais bruta e animalesca. O material foi gravado no interior de Minas Gerais, na cidade de Liberdade. 

Segundo o vocalista da Roça Nova, Pedro Tasca, o grupo se inspirou nos mais diversos gêneros para encontrar a sua própria musicalidade. 

“Audioslave, Nana Vasconcellos, Chico Science & Nação Zumbi, Sepultura… Tudo isso inspirou a nossa banda. Na melodia, trazemos uma atmosfera onírica com as percussões enquanto os riffs travam um duelo progressivo, com timbres cortantes. Implicitamente, também satirizam o efeito manada, que transforma os homens em bois, ao decorrer dos versos”. 

Além de Pedro Tasca, a Roça Nova é formada pelos músicos Marco Maia (guitarra), João Manga (bateria), Hector Eiterer (baixo), Tiago Croce (viola e guitarra) e Bernardo Leitão (percussão e voz). O grupo gravou a faixa Conversa Pra Boi Dormir no Estúdio Nave, em Juiz de Fora (MG). A faixa é um lançamento independente e sucede o álbum Tramoia, de 2020. 

HENDRIX E FRUSCIANTE INSPIRAM NOVO (E POLITIZADO) SINGLE DE KAIO FILIPE BLUES BAND: PRA FAZER O QUE FOR


 Um blues rock autêntico, ácido e politizado. Nada descreveria melhor a faixa Pra Fazer O Que For, novo single do grupo Kaio Filipe Blues Band. A canção versa sobre a atual conjuntura política e social do Brasil enquanto frisa a importância da união da classe trabalhadora. 

Em termos musicais, o single é um prato cheio para quem gosta de Stevie Ray Vaughan, John Frusciante e Jimi Hendrix. Ou seja, “Pra Fazer O Que For” tem muitos riffs groovados, fuzz e visceralidade. O lançamento integra o catálogo do selo In The Box Records. 

O vocalista e guitarrista Kaio Filipe, destaca que a canção dá luz para uma questão importante dentro da sociedade brasileira.

“Todos os dias sangramos com perdas e dificuldades, mas não querem que a gente perceba. Digo, essa música descreve como o imediatismo ofusca a importância da união dos trabalhadores. Precisamos lutar e fazer a nossa própria revolução. Essa é a única forma de mudar a nossa realidade!”

A banda tem a cara e a voz de Kaio Filipe. No entanto, também conta com os músicos Bruno Rodrigues (Baixo), Diogo Silva (Bateria) e Daniel Iunes (teclado) em sua formação.

Anteriormente, o grupo lançou o single Filhos Bastardos (2020), além de um álbum ao vivo autointitulado. 

Sara Não Tem Nome lança single “Cidadão de bens”


 A multiartista brasileira Sara Não Tem Nome lançou a faixa Cidadão de bens. O single faz parte do álbum A situação, com patrocínio da Natura Musical, lançado pelo selo Grão Pixel.

A música reflete sobre o momento atual de disputa no cenário político brasileiro, em que valores éticos e morais têm sido discutidos e questionados.

As gravações musicais do single foram realizadas nos estúdios Quarto Intergaláctico, Garaginha e no estúdio Frango no Bafo.

A produção musical é assinada por Sara Não Tem Nome e assistência de produção de Desirée Marantes e Victor Galvão. A mixagem e masterização é assinada por Alejandra Luciani.

A canção conta ainda com Juventino Dias e João Paulo Buchecha nos sopros.

Forfun mata a saudade dos fãs com álbum visual Ao Vivo na Fundição

Para quem está com saudades do Forfun, o álbum visual Ao Vivo na Fundição é um prato cheio. Em resumo, é um emocionante registro da turnê de despedida da banda.

Gravado dia 12 de dezembro de 2015, na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro, o show traz toda a força e o carisma da banda. Aliás, o show na capital carioca é uma dos últimos do grupo.

Danilo Cutrim (guitarra e voz), Vitor Isensee (teclados e voz), Rodrigo Costa (baixo e voz) e Nicolas Fassano (bateria) tocam sucessos de todas as fases da banda, entre eles História de VerãoHidropônicaMoradaSol ou Chuva e Alegria Compartilhada.

Uma das novas vozes da MPB, Andréia Zanella lança single

 

A cantora e compositora Andréia Zanella lançou o single Amor Compartilhado, parte da trilogia de canções que teve início em setembro, com a música Feito Nó. O projeto teve início quando Beatriz Schmidt, compositora e companheira de Andréia, decidiu transformar o amor entre elas em uma série de músicas.

O novo passo na carreira da cantora também é acompanhado de arranjos que evocam a bossa nova de Tom Jobim, e o samba de Maria Rita.

“É especial porque as letras são de cunho pessoal, trazem à tona a vontade de expressar um amor livre de preconceitos e amarras. Em Amor Compartilhado, o samba traz a identidade da música, com elementos percussivos que aparecem aos poucos, criando camadas que formam o ritmo como um todo”, explica Andréia Zanella.

O projeto das três canções é o primeiro trabalho inédito da cantora, e traz como diferencial os arranjos, pensados exclusivamente para a voz da cantora, de modo a valorizar o que ela tem de melhor a entregar em cada estilo.

“A canção é um olhar cuidadoso sobre o dia a dia, a tentativa de descrever um sentimento, a sorte de encontrar um par, lembrar o mundo mais uma vez que amor vale a pena, seja qual for, para quem for”, define a compositora Beatriz Schmidt.

Pensado para unir estética e sonoridade, o projeto traz um conceito artístico que passa pelas flores e pelas cores: o single Feito Nó, evocou os tons de azul; em Amor Compartilhado, a tonalidade escolhida é o amarelo; A próxima canção de trabalho, Direção, contará com o vermelho.

“A criação das composições foi inspirada no cotidiano, com a ideia de falar o simples através da poesia, para que o público também possa se identificar com a música. As flores fazem parte da identidade do projeto, e representam a generosidade da Beatriz em oferecer três canções para mim, traduzindo a parceria em vida e na profissão”, define Andréia.

POEMAS CANTADOS DE SÉRGIO GODINHO

Na Rua António Maria

Sérgio Godinho

 

Na Rua António Maria

Da primaz instituição

Vive a maior confraria

Desta válida nação


E muita matula brava

Ainda teimava

Que havia de vir

Um dia assim de repente

Para toda a gente

Voltar a sorrir


Mas eles Conceição vão

Lamber as botas

Comer à mão

Dum novo Pina Manique

Com outra lábia

Com outro tique


Tem quatro letras pequenas

Mas outro nome não dão

Nesta fortaleza antiga

Só não muda a guarnição


E muita matula ufana

Cuidando que a mana

Morrera de vez

Deu graças

À D. Urraca

Ao som da ressaca

Que o pagode fez


Mas eles Conceição vão

Lamber as botas

Comer à mão

Dum novo Pina Manique

Com outra lábia

Com outro tique

Na Rua António Maria

Convenha a todos saber

A patriótica espia

Sabe bem onde morder

Vela p'la nossa morada

No vão de uma escada


Sem se anunciar

E oferece a quem bem destina

Um quarto de esquina

Com vistas pró mar


Mas eles Conceição vão

Lamber as botas

Comer à mão

Dum novo Pina Manique

Com outra lábia

Com outro tique


Aldeia da roupa branca

Suja de já não corar

O Zé Povo foi pra França

Não se cansa de esperar


O capataz da fazenda

Pôs a quinta à venda

Para quem mais der

E os donos marcaram tentos

Com novos intentos

Doa a quem doer


Mas eles Conceição vão

Lamber as botas

Comer à mão

Dum novo Pina Manique

Com outra lábia

Com outro tique

Nação Valente

Sérgio Godinho

 

Não quero por-te

Numa gaiola

De mão estendida por esmola

Não quero ter-te

Acorrentada

Sofrendo por tudo e por nada

Quero-te viva

Afirmativa

Não quero ter-te

Endividada

Com só promessas por morada

Não quero ver-te

Assim carente

Perdão pedindo pra sua gente

Há de haver outra solução

Para esta tão valente nação

Há que ir em frente (Há que ir em frente)

Nação valente

Fronteiras antigas, fronteiras abertas

Quero um país de ideias libertas

As mágoas da vida e da vida as ofertas

Fronteiras antigas, fronteiras abertas

Não quero ver-te

Assim cobrada

Na contramão dessa autoestrada

Não quero ter-te

Adormecida

Nos braços do que chamas vida

Quero-te viva

Afirmativa

Não quero ter-te

Ziguezagueando

Por que e como? Perguntando

Assume a parte que já te coube

Esquece e lembra o que ontem houve

Há de haver outra perspectiva

Para usarmos a alegria em vida

Há de haver outra solução

Para esta tão valente nação

Há que ir em frente (Há que ir em frente)

Nação valente

Fronteiras antigas, fronteiras abertas

Quero um país de ideias libertas

As mágoas da vida e da vida as ofertas

Fronteiras antigas, fronteiras abertas

Quero um país de ideias libertas

As mágoas da vida e da vida as ofertas

Fronteiras antigas, fronteiras abertas

VALE A PENA OUVIR DE NOVO


Cass Elliot - "Bubblegum, lemonade &... something for Mama" [1969]

Revisão do álbum - A-tota-so - 'Lights Out' (2021)

A-tota-so - 'Lights Out'
(11 de março de 2022, BUTTONpUSHER)



1. Choke Ft. Jake O'Driscoll 03:17
2. Far Enough Ft. Damien Sayell 03:36
3. I Am... Ft. Aisling Whiting 03:57
4. Squirrel Bait Ft. Kieran Hayes 05:15
5. Footprints on the Ceiling Ft. Brian Scally 03:35
6. Spicy Nights Ft. Jack Gordon 05:04
7. Sad Lamps Ft. Ellie Godwin 05:01
8. When the waves come Ft. Ashley Tubb 05:50

a-tota-so é um trio musical que permaneceu inalterado desde sua estreia em 2018, com seu álbum auto-intitulado composto por Marty Toner (guitarra), Jamie Cattermole (bateria) e Chris Marsh (baixo). Em 11 de março de 2022, o grupo lançou seu segundo álbum 'Lights Out', que possui diferenças muito óbvias em relação ao álbum anterior.

Em 2018 o a-tota-so apresentou um rock matemático impetuoso com mudanças de ritmo e batidas irregulares. Com habilidade para executar intrincadas peças instrumentais, melodias equilibradas com facilidade e facilidade de adaptação ao que a composição precisa.

E o que encontramos em 2022? Uma banda que continua a criar habilmente canções complexas mas que se aproximam de sons agressivos como o post-hardcore ou mesmo o punk, mantendo as características essenciais do math rock que se perde.

Mas outra diferença fundamental foi que cada música do álbum teve um vocalista convidado, então não há músicas instrumentais, ao contrário do trabalho de 2018 em que não havia cantores. Claro que, para além do facto de existir uma certa coerência entre a sonoridade de cada faixa, claramente 'Lights Out' é uma proposta que perde um pouco de inovação face ao que foi apresentado no trabalho de estreia do grupo.

Cuidado, isso também responde ao fato de que para a criação do álbum todas as músicas foram gravadas sem vozes e uma música foi enviada para cada vocalista convidado, que modificou o material recebido à vontade. É por isso que os temas têm uma identidade muito marcada em relação ao cantor que nele aparece.

Isso é evidenciado pelo fato de termos duas vocalistas da cena indie e rock alternativo do Reino Unido: Aisling Whiting do grupo Sang Froid e Ellie Godwin do No Violet . Enquanto os demais fazem parte da cena post-hardcore e metalcore nesse mesmo país. Jake O'Driscoll de God Alone ; Damien Sayell de The St Pierre Snake Invasion e Mclusky ; Kieran Hayes de We Come In Pieces ; Brian Scally de Ganglions ; Jack Gordon de Irk eRainha da Plataforma ; Ashley Tubb de Sugar Horse .

É assim que são oito músicas em que se ouvem alguns riffs agressivos e vozes de partir o coração. Enquanto por outro lado temos faixas suaves com vocais dóceis. Portanto, temos duas facetas neste álbum que parecem responder mais aos perfis de cada cantor convidado do que à própria criatividade do grupo.

Nesse sentido, parece-me que este segundo álbum do a-tota-so não soa mal, é um álbum que tem boas canções, bem produzidas mas que dilui a identidade da banda acima apresentada. Sim, há um pouco de math rock, mas à medida que avançamos no álbum, torna-se cada vez mais difícil encontrar os elementos que os enchiam de elogios em seu álbum de estréia.

Mas isso nos convida a questionar qual é a verdadeira identidade do grupo? Aquele que vimos em 2018 com um set que nos convidava a mergulhar no math rock? Ou este é mais próximo do punk e do post-hardcore? Essa pergunta só será respondida pela banda em lançamentos futuros.

Revisão do álbum - Toundra - 'Hex' (2022)

Toundra - 'Hex'
(14 de janeiro de 2022, Century Media/InsideOut)

Toundra - HEX

Hoje focamos em “Hex”, o sétimo álbum de estúdio da banda de post-metal progressivo de Madrid TOUNDRAEste quarteto formado por Alberto Tocados [baixo e sintetizador], Álex Pérez [bateria e piano], David López “Macón” [guitarra e sintetizador] e Esteban Jiménez Girón [guitarra] publicou este álbum que agora estamos analisando em 14 de janeiro, 2022, tanto em CD quanto em vinil (em preto e lilás), além de uma edição conjunta em CD e vinil pelo selo Inside Out Music, em aliança com a Sony Music Entertainment. Para esta ocasião, o povo de TOUNDRA contou com as ocasionais colaborações do saxofonista Adrià Bauzo e do percussionista Marc Clos. Ultramarinos Costa Brava, estúdio localizado na cidade de Sant Feliu de Guíxols, Girona, foi o local onde “Hex” foi gravado, mixado e masterizado. Prevemos que este álbum sirva principalmente para que o grupo recupere e remodele abordagens estéticas anteriormente exploradas em “IV” e “Vortex” (datados dos anos de 2015 e 2018, respetivamente), ao mesmo tempo que explora novos recursos de sumptuosidade artística. Dado que o grupo sempre demonstrou afinidade pelas artes visuais e audiovisuais, é sintomático que a suite tripartida com que este novo álbum se inicia tenha a sua expansão numa curta-metragem realizada por Jorge Carbajales. Bem, vamos agora aos detalhes do repertório contido em “Hex”, certo? é sintomático que a suite tripartida com que este novo álbum se inicia tenha a sua expansão numa curta-metragem de Jorge Carbajales. Bem, vamos agora aos detalhes do repertório contido em “Hex”, certo? é sintomático que a suite tripartida com que este novo álbum se inicia tenha a sua expansão numa curta-metragem de Jorge Carbajales. Bem, vamos agora aos detalhes do repertório contido em “Hex”, certo?

A tríade de 'El Odio, Parte I', 'El Odio, Parte II' e 'El Odio, Parte III' abre o disco ocupando um espaço de 21 minutos e um quarto. A parte I, que dura pouco mais de 8 minutos, estabelece uma atmosfera solene e ritmada onde passagens contidas alternam fluidamente com outras mais notoriamente explosivas, sendo estas últimas as que abrem caminho para um momento muito relevante e impulsionado por um ímpeto feroz e uma incandescência voraz. É aqui que a energia expressiva do quarteto atinge níveis genuinamente explosivos, preservando a magia solene com que a peça começou. O vigor em andamento leva seu tempo para preencher espaços por toda parte através de vários motivos focados em seus respectivos riffs. O epílogo muda bruscamente para vibrações razoavelmente introspectivas, que gestam um crescendo que abre o caminho para o florescimento da Parte II. Este apresenta uma agilidade peculiar que, de várias maneiras, dá ares graciosos ao esquema sonoro do grupo, não apenas em relação ao enquadramento rítmico, mas também aos tilintar líricos que emanam do primeiro violão. A gestão dos vários níveis de vitalidade que se expandem ao longo da engenharia elástica desta Parte II serve para que a TOUNDRA conquiste um território majestoso para a sua mecânica pós-metal. O epílogo dos últimos dois minutos fornece um resumo oportuno de tudo o que aconteceu aqui. Em suma, a Parte III começa com uma cerimónia nebulosa com um certo humor lisérgico (à maneira de um cruzamento entre MOGWAI e ASH RA TEMPEL) e depois se instala em uma arquitetura sofisticada contundente e contundente. Todo esse peso palaciano fica em uma mistura de stoner e post-rock com seus inevitáveis ​​chocalhos de metal. Esta suíte está pronta para terminar com flashes de magia, a julgar pela aura sonhadora que prevalece nos últimos casos. Um dos melhores do álbum, e definitivamente um dos melhores que o TOUNDRA já gravou até agora. 'Ruinas' segue em seguida, começando com um prólogo com ligeiras conotações abstratas, para depois cimentar um groove endurecido pela batalha para os vários conjuntos de guitarras que entram para esculpir uma e outra vez. Já na seção de epílogo, a atmosfera geral torna-se mais calorosa e graciosa, uma variante bastante eficaz na hora de explorar e enquadrar várias atmosferas dentro de uma narrativa instrumental sólida. Um grande exercício de peso progressivo em comunhão com o padrão pós-metal.

Quando chega a vez de 'La Larga Marcha', o grupo se prepara inicialmente para enfatizar mais uma vez a faceta cerimoniosa de sua abordagem musical, mas logo chega o momento em que os arranjos sofisticados propostos pela dupla rítmica estimulam as guitarras a se expandirem em múltiplas cores sonoras . Aqui está um resumo da Parte I de 'El Odio' e 'Ruinas' cheios de nobreza requintada. 'Watt' engloba uma exibição de poder de rock sofisticado, o mesmo que fica muito confortavelmente em uma encruzilhada de metal, stoner e space-rock. A imponência emanada pelos solos e os ornamentos psicodélicos adicionados em algumas passagens estratégicas ajudam a atiçar as chamas desta fogueira ritualística do rock. No meio do caminho, o groove básico torna-se mais destemido e intenso. Mais uma vez, o grupo recorre a um epílogo caloroso e moderadamente calmo para completar a tarefa. O final do repertório vem da mão da peça justamente intitulada 'FIN', a mesma que dura pouco menos de 5 minutos. A sua abordagem é claramente pós-rock, antecipada por um prólogo nebuloso e minimalista; o corpo central exibe uma compostura introspectiva, languidamente envolto em um manto onírico que, aos poucos, ganha texturas (por exemplo, a adição do piano). A percussão cibernética, que mantém um perfil discreto dentro do tecido global, acrescenta sólidas nuances futuristas à matéria. Tudo isso foi “Hex”, o novo trabalho do sublime ensemble TOUNDRA que mais uma vez o eleva ao seu lugar de grande ancestralidade no cenário do rock experimental espanhol e mundial. Parece-nos, de facto, parte do melhor que este quarteto fez em toda a sua carreira, que é muito extensa e também muito ambiciosa. Um álbum tão bom quanto esse nos deixa muito curiosos sobre lançamentos futuros, mas por enquanto, vamos nos contentar em dizer que “Hex” é um ótimo complemento para qualquer boa biblioteca de discos de art rock. Totalmente recomendado.

 - Amostras 'hexadecimais':

Destaque

Electric Mud - Electric Mud 1971

  Poderia começar a falar sobre minha relação com essa obscura banda alemã do início dos anos 70. Lançado pela gravadora Lost Pipe Dreams , ...