sexta-feira, 3 de novembro de 2023

LUÍS SEVERO LANÇA NOVO SINGLE “CEDO OU TARDE” E CONFIRMA DATA EXTRA EM LISBOA

 

Luís Severo tem música nova. “Cedo Ou Tarde” é a primeira canção a ser desvendada do seu próximo álbum, a ser lançado até ao fim do ano. “Cedo Ou Tarde” é uma canção que reflete sobre o Tempo e a forma como a rotina nos embala sem nos dizer qual é a certa para desistir dos sonhos, às vezes é cedo, muitas vezes já é tarde, há sempre tempo para o trabalho, uma ânsia de se ser produtivo, mas pouco para se ser e para viver.

 

Há mensagens por ler, roupa por engomar, verões demasiado quentes, famílias a afastar-se, é no quotidiano de cada um que Severo continua a cantar as suas ânsias, num trabalho que além de íntimo do artista consegue ressoar junto de quem o ouve.

Esta canção surge numa altura em que estávamos fechados em casa. Passar por antigos colegas de escola nas redes sociais com vidas aparentemente bem mais resolvidas que a minha, fez-me entrar numa reflexão sobre o tempo, em que me apercebi que durante anos achei que era cedo para tudo, mas que cheguei a um momento em que já é tarde para muitas coisas. É estranho porque nem se percebe quando é que este sentimento vira.” Reflete o artista sobre a canção.

Cozinhado desde a pandemia em casa nos Olivais, com a co-produção da Catarina Branco, o novo disco está agora a sofrer os últimos retoques. Nele participam os amigos de palco Diogo Rodrigues e Bernardo Álvares, assim como velhos companheiros como o João Sarnadas.

Os concertos de apresentação do novo disco de Luís Severo acontecem a 10 de novembro no gnration em Braga e a 14 de dezembro na Culturgest em Lisboa, ambas as datas encontram-se já esgotadas.

Face à elevada procura para o concerto de Lisboa, é agora anunciada uma data extra ao concerto de apresentação de “Cedo Ou Tarde” na Culturgest, agora com bilhetes disponíveis para o dia 16 de dezembro.

JOÃO SÓ E NENA LANÇAM TEMA “QUALQUER DIA QUERES VOLTAR”

 

Qualquer dia queres voltar” é a primeira canção que junta João Só e Nena, e já se encontra disponível em todas as plataformas digitais.

“Não é segredo que há uma grande amizade e cumplicidade que nos une desde o primeiro dia em que a Nena foi ter comigo para me conhecer e mostrar as suas músicas. Estava mais que na hora de lançarmos uma canção juntos.”, partilha João Só.

Encomendaram-nos esta canção para uma telenovela, mas assim que a acabámos soubemos logo que íamos ter que a lançar em dueto.” partilha Nena.

 

Recorde-se que a estreia de João Só, em nome próprio, no Coliseu de Lisboa já está agendada e não poderia ser mais promissora. O cantor e compositor português vai celebrar dia 13 de abril, num concerto único, 15 anos de uma carreira que conta já com cinco álbuns e todo um leque de colaborações. Uma noite dedicada ao rock n’ roll, com as participações especiais de: Rui Veloso, Miguel Araújo e Os Quatro e Meia.

PEROLAS DO ROCK N´ROLL (PENTAGON - Die Vertreibung der bösen Geister aus dem Pentagon - 1970)

 

BLUES ROCK - PENTAGON - Die Vertreibung der bösen Geister aus dem Pentagon - 1970



Pérola vinda de Munique, na Alemanha. O trio surgiu no final dos anos 60 como os nomes de Carnabies e Wild City Brothers, até finalmente se chamar Pentagon, quando lançou um único e raríssimo LP em 1970, relançado apenas em 1999 pela Garden of Delights. Sem sucesso, logo se desfizeram e o guitarrista Hans-Peter Krohn formou o duo Krohn & Micus, novamente sem conseguir êxito.
O álbum Die Vertreibung der bösen Geister aus dem Pentagon (em português, "A expulsão de espíritos malignos do Pentágono") de 1970 traz apenas 7 faixas que misturam blues rock com pegada "garageira" e cru, variando entre o hard rock e momentos mais acústicos de folk e Krautrock/ prog (principalmente na faixa "A Sad Song"). A música é na maioria do tempo instrumental e os músicos executam um blues respeitável, com bom trabalho de guitarra e bateria, baixo pulsante e ainda algumas passagens de flauta, as letras são em inglês. Destaque para "Lazy Blues", "A Sad Song", "Bavarian Theme" e "Bohrer".
Blues rock com ótimos jams, pérola recomendada para fãs do estilo.


Herbert Strickner (baixo)
Axel Wellhoener (bateria)
Hans-Peter Krohn (guitarra, flauta, vocal)

Michael Wätjen (violão)

01 Lazy Blues 5:29
02 A Sad Song 5:13
03 Bavarian Theme 11:21
04 Old Folk Blues 2:10
05 Osiris 9:03
06 Bohrer 6:16
07 Dawn 1:29



quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Parliament – Osmium – 1970

 

parliament-osmium

Track listing

Side One

  1. “I Call My Baby Pussycat” (George ClintonEddie HazelBilly “Bass” Nelson) – 4:24 (released as a single-Invictus 9077 under the name “A Parliament Thang”)
  2. “Put Love in Your Life” (Clinton, Vivian Lewis) – 5:07
  3. “Little Ole Country Boy” (Ruth Copeland) – 3:58
  4. “Moonshine Heather” (Clinton) – 4:05
  5. “Oh Lord, Why Lord/Prayer” (Copeland, P. Trim, based on Pachelbel’s Canon) – 5:00

Side Two

  1. “My Automobile” (Clinton, Clarence “Fuzzy” Haskins) – 4:45
  2. “Nothing Before Me But Thang” (Clinton, Bobby Harris, Hazel, Bernie Worrell) – 3:56
  3. “Funky Woman” (Clinton, Worrell) – 2:56
  4. “Livin’ the Life” (Clinton, Nelson, Worrell) – 5:57
  5. “The Silent Boatman” (Copeland) – 5:45

Reissue Bonus Tracks

11. “Red Hot Mama”
12. “Breakdown”
13. “Come In Out Of The Rain”
14. “Fantasy is Reality”
15. “Unfinished Instrumental”
16. “Loose Booty”
17. “Breakdown (mono 45 version)”

Personnel

  • George Clinton: lead vocals in “Fantasy Is Reality”, “Loose Booty”, “Moonshine Heather”, “Red Hot Mama”, “My Automobile”, “Funky Woman”
  • Fuzzy Haskins: lead vocals in “I Call My Baby Pussycat”, “Little Old Country Boy”, “My Automobile”
  • Calvin Simon: lead vocals in “I Call My Baby Pussycat”, “Oh Lord Why Lord”, “Livin’ the Life”
  • Ray Davis: lead vocals in “I Call My Baby Pussycat”, “Put Love in Your Life”
  • Grady Thomas: lead vocals in “I Call My Baby Pussycat”
  • Ruth Copeland: vocals
  • Eddie Hazel: guitar
  • Tawl Ross: guitar
  • Billy Bass Nelson: bass guitar
  • Mickey Atkins: Hammond organ, piano
  • Tiki Fulwood: drums

Note: Personnel as listed in the album credits. Note that some songs also featured session personnel. Garry Shider (guitar), Bernie Worrell (keyboards), and Tyrone Lampkin(drums) also appeared on some non-album tracks that were included in later CD reissues of the album.

Discaço da trupe de George Clinton  aqui numa pegada mais parecida com os primeiros discos do Funkadelic numa pegada funk rockeira psicodélica cheia de guitarras fuzz e  wha wha (Eddie Hazzel quebrando tudo) e cozinha grooveada monstra.

Depois o grupo foi pro lado mais groove mesmo sem tantas experimentações que ficaram mais com o Funkadelic mesmo (eram praticamente a mesma banda)

parliament back

MUSICA&SOM


Júpiter Maçã – Uma tarde na fruteira – 2008

 Postando esse disco que considero o melhor dele como homenagem ao grande artista que faleceu dia 21/12/2015  vítima de um infarto agudo do miocárdio durante o banho.

Flávio Basso, também conhecido como Júpiter Maçã ou Jupiter Apple (Porto Alegre26 de janeiro de 1968 — 21 de dezembro de 2015 ), foi um cantorcompositor e cineasta. Foi fundador das bandas TNT e Os Cascavelletes, que influenciaram toda uma nova geração de bandas gaúchas dos anos 90 em diante.

jupitermaca-umatardenafruteira

  1. A Marchinha Psicótica de Dr. Soup” – 4:39
  2. “Tema de Júpiter Maçã” – 3:53
  3. “Base Primitiva Revisitada” – 3:48
  4. “As Mesmas Coisas” – 5:39
  5. “Little Raver” – 2:58
  6. “A menina super Brasil” – 4:21
  7. “Plataforma 6” – 4:22
  8. Síndrome do Pânico” – 4:26
  9. “Casa de Mamãe” – 6:10
  10. Beatle George” – 3:37
  11. Mademoiselle Marchand” – 4:04
  12. “Carvão Sobre Tela” – 4:07
  13. “Viola de Aço” – 6:17
  14. “Um Sorvete com Vocês” – 4:23
  15. “A Marchinha (Reprise)” – 1:48

Créditos

A ordem das faixas no arquivo está um pouco diferente e coloquei umas bônus tracks como a faixa as tortas e as cucas na versão ao vivo do antigo programa Lado B onde eu vi o Man pela primeira vez, numa época que pouco se falava em psicodelia, isso no final dos anos 90.

Esse disco é um mix de todas as fases dele pois tem psicodelia, bossa nova, futurismo e tropicalismo, gosto muito da sonoridade e dos timbres do disco.

Não sou dos que endeusam o Flávio Basso nem dos que tiravam o cara pra um maluquinho qualquer, sou apenas fã da música e principalmente desse álbum.

Capa da versão Espanhola que saiu em 2006,.antes daqui que saiu em 2008.

jupiter maça tarde 2

MUSICA&SOM

Fiquem com um bom momento do man ao vivo e o hit desse álbum

ROCK ART

 


Crítica ao disco de Dominique Vantomme - 'Vegir' (2018)

 Dominique Vantomme - 'Vegir'

(5 de janeiro de 2018, MoonJune Records)

Dominique Vantomme

Nesta ocasião é a vez de apresentar o mestre tecladista belga DOMINIQUE VANTOMME , ou simplesmente VANTOMME, que no início de janeiro deste ano de 2018 nos entrega seu fabuloso álbum “Vegir” pelo selo MoonJune Records. VANTOMME exibe suas habilidades performáticas no piano acústico e no piano elétrico Fender Rhodes, bem como no sintetizador Mini-Moog e no Mellotron, sendo acompanhado pelo maestro Michel Delville na guitarra, Tony Levin no baixo e Chapman Stick, e Maxime Lenssens na bateria. . Conhecemos o homem que hoje ocupa a nossa atenção a partir do QUARTET MAHIEU-VANTOMME e do projeto ROOT, importantes referências do jazz-rock contemporâneo. Agora, sozinho e com o apoio de outros luminares, VANTOMME dá liberdade aos seus instintos jazzísticos progressivos. VANTOMME é um estudioso de jazz que trabalha como professor no Conservatório de Música da cidade belga de Kortrijk e, nesse processo, está se preparando para uma carreira fonográfica à qual aludimos anteriormente. A história deste álbum começou com uma viagem que nosso amigo fez à Holanda em 2016 para assistir a um show do STICK MEN: quase instantaneamente ele se tornou amigo de Tony Levin e do guru da MoonJune Records, Leonardo Pavkovic, então foi natural que a ideia de fazer um surgiu um álbum sob o patrocínio desta gravadora. A chamada para Levin e os outros dois músicos foi um procedimento razoavelmente fácil. Todas as composições contidas no álbum que agora temos em mãos são de DOMINIQUE VANTOMME mas, apesar de os teclados ocuparem continuamente um papel importante no quadro sonoro, este homem nunca consegue dominá-lo com a sua presença; Pelo contrário, os seus companheiros de viagem proporcionam vibrações, abordagens e padrões que são imensamente relevantes para o esquema sonoro geral que é apresentado do início ao fim em “Vegir”. Tudo isso foi gravado no Studio Jezuz, na cidade belga de Hoboken, em 29 de outubro de 2016... e finalmente vem à tona: vamos agora revisar os detalhes do álbum em questão.

O repertório começa com 'Double Down', uma música que nos leva a um cruzamento perfeito entre o WEATHER REPORT dos primeiros anos, o vitalismo modernista de alguns MACHINE MASS e o modelo Crimsonian. Ao longo dos pouco mais de 7 minutos e meio que dura esta peça, VANTOMME e os seus seguidores trabalham uma jam centrada num motivo muito simples e com um vigor agudo que transmite o equilíbrio perfeito entre a energia neurótica e a distinção majestosa. Um ótimo começo de álbum, sem dúvida. Seguem-se as longas peças 'Equal Minds' e 'Sizzurp' (uma com duração superior a 10 ¼ minutos, a outra 10 ¾ minutos). 'Equal Minds' apresenta-nos inicialmente uma dimensão mais etérea e descontraída do modus operandi do conjunto numa moldura sonora onde os instrumentistas se medem com atenção milimétrica e uma pulsação impecável, garantindo assim que a atmosfera flutuante que se impõe ao longo do desenvolvimento temático, preserva devidamente a sua coesão interna. O solo de sintetizador inicial carrega um refúgio mágico e um brilho misterioso ao mesmo tempo. Num segundo momento, o conjunto pára e cria uma ponte sóbria e aleatória que pretende criar uma aura expectante, momento que os músicos aproveitam para recarregar energias e criar uma secção um pouco mais robusta que de alguma forma rompe com a anterior, mas sem dizer isso, disse que a separação é chocante. Na verdade, o esquema rítmico permanece contido e cerimonioso, embora seja claro que o conjunto se sente confortável criando uma atmosfera de inquietação psicodélica em meio a uma parcimônia que flerta abertamente com o sombrio. Por seu lado, 'Sizzurp' ostenta uma vitalidade requintada onde o carácter essencialmente neurótico do motivo criado para a ocasião é manejado com uma facilidade muito eficaz e uma musculatura muito marcante. O motivo é tratado numa sábia alternância de momentos exaltados e outros mais sutis, e na maioria das vezes a engenharia flui sob a triangulação energética de guitarra e bateria. O trabalho do Sr. Lenssens nesta música é especialmente excelente, uma das mais atraentes do álbum, não temos dúvidas disso.

'Playing Chess With Barney Ruble' é outra música particularmente sofisticada e, portanto, notável no repertório do álbum. Tem uma sensação de Canterbury devido à seleção de vibrações que VANTOMME escolheu para o solo de órgão inicial (a la David Stewart), que lamentamos não durar um pouco mais, mas por outro lado, beneficiamos de um som eléctrico fabuloso e mais longo. solo de piano que surge em contraponto à madeira vigorosa e graciosa criada por Delville, Levin e Lenssens. Quando chega a hora do solo de guitarra nos deparamos com um dos momentos mais brilhantes de Delville em todo o álbum. Nos últimos minutos, o conjunto decide guiar-se pelo seu próprio ritmo reinante para que se construa um recurso de calma crescente, que é subtilmente alimentado por ornamentos cósmicos. Sim, é claro que essas terceira e quarta peças juntas formam um apogeu inapelável do álbum. O item mais longo do álbum é 'The Self Leaking Ice-Cream Cone' (um título muito estranho, na verdade). Dura pouco mais de 13 minutos e a sua energia expressionista desenvolve-se num primeiro momento, sob a orientação do piano eléctrico num solo extenso e intensivo, com uma vivacidade típica da mais pura tradição jazz-fusion dos anos 70 (um pouco de WEATHER REPORT aqui, outro pouco de RETURN TO FOREVER aí). O vigor então diminui um pouco para abrir as portas para a densidade majestosa da guitarra, que exorciza meticulosamente a eficiência eletrizante de Delville para criar uma tensão inabalável com tons psicodélicos tortuosos. É uma ótima ideia que nesta passagem a dupla rítmica opte por criar um swing extremamente sutil. Com a dupla ‘Plutocracy’ e ‘Agent Orange’, o conjunto continua a expandir sua paleta sonora. No caso da primeira música temos um intenso free-jazz jam apresentado sob um regime prog-psicadélico enquanto na segunda desfrutamos de uma viagem por uma atmosfera outonal num groove sedutor onde o misterioso e o tom se unem. Neste último caso, o apoio vigoroso que Levin fornece do baixo é vital.

De qualquer forma, os últimos nove minutos do repertório são ocupados por 'Emetropia', outro exercício inspirado na confluência entre a psicodelia progressiva e o free-jazz com um tom outonal e acinzentado, talvez não tão beirando o sombrio como foi 'Equal Minds'. mas claramente orientado para o perturbador. A densidade que prevalece no motivo central beneficia de um sulco penetrante através da sua imponente inescrutabilidade. Tudo isto foi “Vegir”, um catálogo de uma hora e um quarto de brilhante jazz progressivo onde força e elegância se fundem numa única força expressiva. É uma bênção para os amantes da música descobrir DOMINIQUE VANTOMME com este álbum, que serve como um forte estímulo para investigar o que ele fez antes e alimenta um desejo mais forte de receber novos trabalhos dele num futuro próximo.


- Amostras de 'Vegir':


Crítica ao disco de David Cross & David Jackson - 'Another Day' (2018)

David Cross e David Jackson - 'Another Day'
(9 de março de 2018, Imports Records)

David Cross David Jackson - Outro Dia

Hoje temos o enorme prazer de apresentar uma obra de rock cujo calibre musical vale seu peso em ouro: é o álbum da dupla DAVID CROSS e DAVID JACKSON (sim, o mesmo violinista-tecladista de uma das formações mais lendárias do KING CRIMSON e o mesmo tocador de sopro do clássico quarteto GENERATOR de VAN DER GRAAF ), intitulado 'Another Day'.

O álbum em questão foi publicado pela gravadora independente fundada pelos dois golias sob o nome pouco original de Cross & Jackson Music em meados de março e representa, para começar, uma das mais excelentes surpresas concebidas por veteranos infinitamente consagrados pela tradição do rock progressivo. O álbum também é distribuído em redes de Internet e também acontece que a gravadora Cherry Red Records ajuda na sua distribuição. Esta dupla master recebeu apoio adicional do baixista Mick Paul e do baterista Craig Blundell (membros recorrentes da DAVID CROSS BAND) ao longo do catálogo de 12 peças que compõe “Another Day”. Esta camaradagem musical dos dois Davides é o resultado natural das poucas ocasiões em que JACKSON tocou como convidado especial nos concertos da DAVID CROSS BAND: pura e simplesmente, nos bastidores, nos intervalos dos ensaios ou nos encontros que realizam durante partilhados. almoços e lanches, tem que surgir a ideia de fazermos música nova juntos. Pois bem, agora passamos aos detalhes do repertório deste álbum em questão, que ocupa mais de 56 minutos de duração.

O álbum abre com 'Predator', uma peça que ao longo do seu espaço de quase 5 minutos estabelece um magnífico desenvolvimento de motivos exóticos e primorosamente extravagantes sobre um groove cerimonioso de inspiração oriental. Um toque agressivo é notado em diversas intervenções dos múltiplos saxofones e do violino elétrico no que parece ser uma combinação de diálogo e desafio, mas toda essa agressividade é usada não para fazer o nervo sonoro ostentar sua própria chama, mas para deixar o musical a faísca ilumina os cantos mais corajosos do ego. Um começo mais que interessante. Segue-se 'Bushido', uma canção que não chega a um minuto e meio de duração: o seu esquema de trabalho é de pura expressão livre partilhada pela flauta e pelo violino, pelo que cada nota que ambos os instrumentos desenham são como manchas sóbrias cujas cores Eles aspiram provisoriamente a desenhar uma paisagem misteriosa em uma chave abstrata. Com a dupla ‘Last Ride’ e ‘Going Nowhere’, a dupla se prepara para expandir sua paleta estilística com a força e a inteligência que os caracterizam como os veteranos estabelecidos que são. A primeira destas canções conduz-nos por um exercício de sonoridades progressivas-psicodélicas e ambientes de inspiração meso-oriental: é percetível que o sax de Jackson assume um papel um pouco mais protagonista do que o seu companheiro de cordas. Há também espaço para algumas reviravoltas na bateria antes de chegar à retomada do motivo central na seção final. Por seu lado, 'Going Nowhere' aposta num swing mais contido para desenvolver uma viagem sinfónica onde se abre agora um amplo campo para a engenharia de um lirismo bem definido: a clareza melódica do motivo central, cuja linha de trabalho passou a ter grande repercussão no violino, é manejado com nervosismo impecável. 'Trane To Kiev' funciona como um relativo contraste com o que imediatamente o precedeu porque, apesar de não ser uma peça realmente chocante ou caótica, impõe uma aura de neurose acinzentada, claro, revestida de uma elegância outonal impecável. Os eflúvios dos saxofones e as camadas firmes do violino associam-se num dinamismo muscular que nunca sai do regime da suavidade.

A primeira metade do repertório termina com 'Millennium Toll' e a outra metade começa com 'Arrival', duas peças que juntas ocupam um espaço de 13 minutos e meio e que podem ser apreciadas e degustadas como duas exposições mutuamente complementares do espectro de possibilidades, empresas criativas que dirigem esses dois Golias. 'Millennium Toll' expande confortavelmente o lirismo sereno e contemplativo, aproveitando apropriadamente a bela base melódica que foi criada para a ocasião. Enquanto o sax de Jackson opera como um cúmplice próximo do violino, a flauta serve como contraponto ao manto do violino durante o breve interlúdio etéreo; Terminada esta peça, a peça completa-se com um brilho majestoso sob a recuperação do diálogo entre violino e sax, embora desta vez se note um maior ímpeto expressivo no primeiro. Por seu lado, 'Arrival' orienta-se mais propriamente pelos caminhos da fusão e do jazz contemporâneo através da criação de uma atmosfera etérea que se situa a meio caminho entre o perturbador e o angelical. Durante o seu longo e furtivo prelúdio, o nome do jogo é subtileza e os dois monarcas decidem utilizar os respetivos instrumentos não tanto para sustentar um diálogo, mas para lançar evocações da ordem do universo desde o mais íntimo dos seus corações. Uma vez instalada uma ranhura bem definida e agradavelmente parcimoniosa, um novo diálogo adequado pode ocorrer entre o vôo dos ventos e os restos das cordas. Podemos muito bem designar estas duas peças como destaques do álbum mas é verdade que ainda existem algumas mais agradáveis ​​para desfrutar. 'Come Again' é basicamente uma jam mid-tempo que atua como base para outro quadro de diálogo intenso entre Cross e Jackson: um primo não muito distante de 'Predator'. Quando chega a vez de 'Breaking Bad', as coisas aceleram visivelmente numa base jazz-rock que os atores da dupla rítmica manejam e manipulam com eficiência brilhante e extravagante. A vitalidade predominante atinge níveis enormes quando Cross se deixa levar pelo seu próprio poder; É, sem dúvida, a coisa mais extrovertida do álbum. 'Senhor. Morose' muda drasticamente para o introvertido dentro de uma atmosfera lânguida com bordas claramente evocativas: os dois líderes desta estrutura sonora voltam-se mais uma vez para a faceta mais sutil de sua missão musical compartilhada.

Com o surgimento de 'Anthem For Another Day' começamos a aproveitar o momento mais caloroso do repertório através de um lirismo graciosamente imponente. Além da inserção de um breve interlúdio de claro tenor sinfônico sob a orientação da flauta, a abordagem utilizada pelo conjunto é circular em torno do motivo central simples e cativante. O extenso clímax final da peça coloca a estratégia no posicionamento de Jackson para o aprimoramento das bases harmônicas e de Cross para a expansão de um solo tão eletrizante quanto sublime (alguma herança de 'Trane To Kiev' é perceptível aqui, diga-se por falar nisso). Tão peculiarmente apropriado quanto sarcasticamente preciso é o título da peça destinada a encerrar o repertório: 'Time Gentlemen, Please', um pequeno exercício de experimentação aleatória onde o amorfo impõe a sua lógica propulsora de caos controlado. Este exercício de tensões concisas designado por um cartaz humorístico acaba por ser o encerramento ideal para um álbum que vale o peso de ouro de cada uma das suas notas: “Another Day” não é apenas mais um álbum de rock progressivo entre outros, mas é , acima de tudo, o glorioso e alegre manifesto da comunhão das mentes gigantescas de DAVID CROSS e DAVID JACKSON. Diante do Golias da mediocridade sistemática do mainstream, é sempre bom para um David cheio de sonhos artísticos que surja o rock para enfrentá-lo: neste álbum temos dois.


- Amostras de 'Another Day':

 

Classic Rock - Curiosidades (Em 1992: Neil Young lança o álbum Harvest Moon)


 Em 02/11/1992: Neil Young lança o álbum Harvest Moon

Harvest Moon é o 19º álbum de estúdio do músico canadense Neil Young, lançado em 2 de novembro de 1992.
Muitos de seus músicos de apoio também apareceram no álbum Harvest de Young, de 1972. O site de música Classic Rock Review nomeou Harvest Moon seu álbum do ano em 1992. Ele ganhou o prêmio Juno de 1994 de álbum do ano. A canção "Harvest Moon" liderou a lista de "16 canções que todos com mais de 50 anos devem possuir" da AARP.
Lista de faixas :
Todas as faixas escritas por Neil Young .
1. "Unknown Legend": 4:32
2. "From Hank to Hendrix": 5:12
3. "You and Me": 3:45
4. "Harvest Moon": 5:03
5. "War of Man": 5:41
6. "One of These Days": 4:55
7. "Such a Woman": 4:36
8. "Old King": 2:57
9. "Dreamin' Man": 4:36
10. "Natural Beauty" (gravado ao vivo no
The Civic Auditorium, Portland, Oregon l,
23 de janeiro de 1992): 10:22
Pessoal
Neil Young - vocais , guitarras , gaita , violão banjo , piano , órgão de bomba , vibrafone
The Stray Gators
Ben Keith - pedal steel guitar , Dobro , marimba de baixo , vocais de apoio
Spooner Oldham - piano, órgão de bomba, teclados
Tim Drummond - baixo , marimba, vassoura
Kenny Buttrey - bateria
Pessoal adicional
Larry Cragg - vocais de apoio em "War of Man"
Nicolette Larson - vocais de apoio em
"You and Me", "War of Man", "Such a Woman", "Old King", "Dreamin 'Man" e "Natural Beauty"
Linda Ronstadt - vocais de apoio em
"Unknown Legend", "From Hank to Hendrix", "Harvest Moon", "War of Man" e
"One of These Days"
James Taylor - vocais de apoio em
"From Hank to Hendrix", "War of Man" e
"One of These Days"
Astrid Young - vocais de apoio em
"War of Man", "Such a Woman" e
"Dreamin 'Man"
Jack Nitzsche - arranjo de cordas em
"Such a Woman"
Suzie Katayama - regente de "Such a Woman"
Maria Newman - maestrina de "Such a Woman"
Maria Newman, Israel Baker , Betty Byers, Berg Garabedian, Harris Goldman, Robin Lorentz, Cindy McGurty, Haim Shtrum - violinos em "Such a Woman"
Valerie Dimond, Matt Funes, Rick Gerding, Carrie Prescott, David Stenske, Adriana Zoppo - violas em "Such a Woman"
Larry Corbett, Ericka Duke, Greg Gottlieb, David Shamban - violoncelos em "Such a Woman".



Destaque

Síntesis - Ancestros (1990)

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