quarta-feira, 3 de setembro de 2025
Billy Fury – The Sound Of Fury (LP 1960)
Billy Fury – Billy Fury (LP 1960)
Jethro Tull - 25-07-1975 Seattle Center Coliseum, WA (USA)
Jethro Tull - 30-08-1975 Lakeland Civic Center Florida (USA)
PROG/JAZZ - KIMIO MIZUTANI - A Path Through Haze - 1971
A Path Through Haze, de 1971, conta com a participação de muitos músicos e traz uma interessante mistura de vários estilos musicais com predominância do rock progressivo, contanto com passagens de free jazz, space, hard rock e psicodélico. Tendo, portanto, passagens mais pesadas e outras mais calmas.
Boa pérola experimental, ouçam e tirem suas conclusões!
- Kimio Mizutani / guitars
- Takeshi Inomata / drums
- Hiromasa Suzuki / electric piano
- Masahiko Satoh / electric piano
- Hideaki Takebe / bass
- Masaoki Terakawa / bass
- Hiro Yanagida / Hammond organ
01. A Path Through The Haze
02. Sail In The Sky
03. Turning Point
04. Tell Me What You Saw
05. One For Janis
06. Sabbath Day's Sable
07. A Bottle Of Codeine
08. Way Out
PSYCHEDELIC ROCK - BRUSH - Brush!? - 1971
O som do único álbum da banda tem predomínio do rock psicodélico (influenciado por grupos da costa oeste americana) contando ainda com algumas pitadas de progressivo, folk e até experimental. Ouvimos boas passagens de guitarra distorcida e também de teclados/piano.
Pérola legal para se conhecer, recomendado!
Michio Ara (vocal, guitarra)
Toru Hatano (guitarra, teclados, órgão, bateria, vocal)
Keizo Ishiyama (baixo, vocal)
Hitoki Goto (guitarra rítmica, baixo)
Hoko Ide (orgão, piano)
Donand Dog III (vocal, piano)
Akira Asami (piano)
Takefumi Yoshida (sitar)
Kenichi Sato (tambura)
Oshine e Humio Mori (bateria)
The People of Glass
Foolish Guy
Mother Nature's Sun
To Reiko
Day Break (Bridge Is Drumming)
Tears of Child
Die a Dog's Death (In Vain)
Tomb Stone
Tilanga (Including Sprite)
Grey Hound Bus
All Most Cut Your Hair (Including I Did Cut My Hair)
terça-feira, 2 de setembro de 2025
smartini – Liquid Peace [EP] (2016)

Há coisas do caraças. Anda um gajo a abrir horizontes, a curtir um kraut ou a ouvir música indiana, para limpar o palato de excesso de pop e de rock, e depois…depois aparece uma guitarra, uns acordes, uma energia. E o velho bicho acorda.
Aconteceu-me isto com Liquid Peace, o novo EP dos portugueses smartini. Os quatro homens de Caldas das Taipas já andam nisto há muito tempo, ainda que de forma intermitente e muito rarefeita em termos de edições discográficas. Para todos os efeitos, este é apenas o segundo tomo que dão a conhecer ao mundo em formato físico, e nenhum deles é realmente um álbum. Será falta de tempo, perfeccionismo mórbido ou outra coisa qualquer. Não importa. Estão de volta, têm um EP novo e vão andar na estrada (começando já a 12 de Novembro, em Braga).
Liquid Peace é uma pequena mas poderosa bomba. Quatro temas, pouco mais de 20 minutos de um bom e velho rock sónico a tresandar aos anos 90 (é um elogio). A sonoridade remete-nos para os já costumeiros Sonic Youth, naquele seu registo sujo mas melódico, mas ouvimos aqui também Placebo da melhor colheita (e sem a voz enjoativa do Molko) e boas coisas tugas como os Tina and the Top Ten ou os Pinhead Society.
Dentro do grande livro do rock, há para todos os gostos e feitios. Há o rock motoqueiro, há a onda jangly, e há uma angústia urbana que certas bandas conseguem passar no seu som. Os smartini são este último caso. Um carácter poderoso mas com sentimento lá dentro, uma ânsia, uma frustração, uma tensão quase juvenil quando sentimos ou queremos sentir que o mundo está contra nós.
Aqui há rock para inadaptação adolescente feito por adultos que sabem o que estão a fazer. Que nos dá vontade de conduzir rápido à noite ou de apanhar uma bela tosga (não simultaneamente, claro).
Bem hajam, rapazes.
The Last Shadow Puppets – The Dream Synopsis [EP] (2016)

O EP dos The Last Shadow Puppets traz duas versões do álbum Everything You’ve Come do Expect e quatro covers.
Seis simples faixas, duas versões do disco deste ano Everything You’ve Come to Expect e quatro covers. É a totalidade do disco que os Last Shadow Puppets apresentam com este The Dream Synopsis.
“Aviation” é uma das versões e é o que habitualmente esperamos dos Last Shadow Puppets: uma guitarra que fica no ouvido, crescendos ligeiros de cordas a engordar a música, que vai aumentando em densidade e dramatismo. A outra versão dá nome ao EP e fecha o álbum, vai pedir emprestadas as sonoridades ao blues e faz lembrar o trabalho a solo de Turner em “Submarine”.
“Les Cactus”, música original de Jacques Dutronc, torna-se uma experiência bizarra – mas não desagradável – devido ao francês de Alex Turner. O disco traz ainda “Totally Wired”, original de The Fall, “This is Your Life”, dos Glaxo Babies e a cereja no topo do bolo (e a primeira faixa a ser divulgada): “This is What You Wanted”, de Leonard Cohen, bem conseguida embora seja, naturalmente, difícil equiparar-se ao original.
O disco pode bem ter sido uma brincadeira de Alex Turner e Miles Kane para passar o tempo mas ainda bem que o fizeram. O resultado final não é disruptivo nem brilhante mas não deixa de ser interessante.
Anoushka Shankar – Land of Gold (2016)

Vivemos tempos difíceis e perigosos. O Brexit e a vitória do inenarrável Trump são sinais de desagregação social e vitórias do medo. A Rússia invade e anexa territórios alheios e a Europa responde com sanções económicas. Enquanto isso, todas as semanas, milhares de refugiados continuam a arriscar a sua vida e a dos seres que mais amam para chegar a um continente que não os quer, que os teme, que olha tudo isto como um problema alheio.
Anoushka Shankar é indiana, nascida em Londres. Filha do grande génio Ravi Shankar (e meia-irmã de Norah Jones), já se afirmou há muito como uma instrumentista e uma compositora de grande valor próprio. E agora, no meio deste tumulto colectivo de 2016, lança um disco marcante, tocante, e que nos oferece uma narrativa de angústia e de esperança que este mundo desesperadamente precisa.
O conceito de Land of Gold nasceu, na cabeça e no coração de Anoushka, quando o menino Aylan Kurdi chocou o planeta ao morrer, de cara para baixo, numa praia turca. A artista e mãe começou – explica no seu site oficial – a questionar a sua capacidade de defender a sua família, o que faria para que ela sobrevivesse. Conseguiu, no fundo, aquilo que pouca gente consegue fazer: abstrair-se do seu ponto de vista favorecido e colocar-se no lugar do outro. Como julgar, como afastar, como fechar, como condenar, quando poderíamos ser nós do outro lado do Mediterrâneo?
O disco pretende, assim, reflectir uma dessas terríveis viagens, desde o pavor inicial da morte, a fuga, o abandono de tudo o que se conhece, o risco, o desespero e, espera-se, a salvação final. Desde o arranque com “Boat to Nowhere”, passando por “Jump in (Cross the Line)” com a sempre activista M.I.A., até ao final almejado (reservado a quantos e em que quota?) de “Reunion”, Land of Gold leva-nos nessa viagem.
A música vale por si própria, aliás, foi ela que me agarrou antes sequer de conhecer o conceito por trás do álbum. Música indiana, movida a uma cítara lindíssima da própria Shankar, electrónicas muito discretas aqui e ali, um disco quase totalmente instrumental de uma enorme beleza e com momentos de grande serenidade entre a tensão de um ou outro tema. A viagem emocional que Anoushka nos quer proporcionar, com os valores de cidadania na base da música, só ajudam à dimensão deste projecto.
Land of Gold é um bálsamo para os ouvidos e para a nossa alma em tempos tão tristes e tão egoístas. Um álbum à parte de quase tudo o que nos chega, no meio do ruído e da incerteza.
Metallica – Load (1996)

Os Metallica continuaram na senda do Black Album e começaram a desiludir os fãs mais devotos do seu som inicial. A banda transformou-se num conjunto de rock sulista e houve quem não gostasse…
Se em 1991 os Metallica tinham chegado ao topo da sua carreira, pelo menos no que concerne a discos vendidos e concertos esgotados, não é menos verdade que o seu público começou a mudar. Não mais estavam apenas os indefectíveis do metal nos seus concertos, a tal mancha negra que costuma dominar os concertos deste género musical. Agora também os fãs do rock alternativo e mainstream MTV cantarolavam músicas da banda californiana. A estação de televisão aproveitou para ir buscar alguns sons antigos para vender o tal “peixe” que os Metallica estavam agora a vender. “One” passaria vezes sem conta na MTV como se de uma música nova se tratasse, com a peculiaridade de que o teledisco teria sido feito ainda na fase anti-MTV da banda. No entanto, oito anos após …And Justice For All os Metallica necessitavam do apoio MTV e similares para se tornarem, efectivamente, na maior banda do mundo. O hard rock dos Guns tinha desaparecido. O grunge de Cobain e amigos estava a dar as últimas e o rock andava a perder força a nível de grandes bandas e personalidades. James Hetfield era um dos últimos bastiões da raça.
O caminho começou a ser tratado em 1991 com músicas como “Wherever I May Roam”, “Nothing Else Matters”, “The Unforgiven” ou “Enter Sadman”. A visibilidade que a banda ganhou, juntando às inúmeras sessões de entrevistas, fotografia, concertos e tournées intermináveis fizeram que o sucessor do Black Album demorasse cinco anos para ser lançado. Uma eternidade que custa muito caro a quem quer pertencer no trono durante muito tempo, especialmente quando o público que lhes era mais devoto começou a acusar a banda de Hetfield de se estar a vender ao público pop.
Daí que quando o single “Until It Sleeps” é lançado a 21 de Maio de 1995 tenha deixado os metaleiros em choque. O teledisco, algo parecido com “Heart-Shaped Box” dos Nirvana, era puro MTV. O som, embora agressivo, era muito mais soft do que a banda vinha a fazer. Mas o pior não era isso. O pior era o aspecto dos quatro elementos da banda. Todos tinham cortado o seu cabelo. Que sacrilégio. A banda tinha vendido a sua alma e nem mais interessava ouvir o disco. Estavam perdidos e amaldiçoados para todo o sempre.
Load, e, mais tarde, Reload, hão de sofrer sempre com esta mudança física e musical da banda, aliado ao facto de se ter passado muito tempo entre 1991 e 1996. Uma geração, mais mainstream, que tinha comprado o Black Album, cresceu e abraçou outros estilos e outras bandas que vieram a surgir. Os Metallica ficaram um pouco como entregues ao seu antigo público que também não estava satisfeito com a “ex-namorada” que voltava da cidade, cheia de brilhantes e roupas de marca, nada a ver com a sua juventude simples, e rejeitaram-nos, criticando a banda, forte e feio.
Mas as relações, tal como as bandas, precisam de agitar águas, mudar aqui e ali, não se podem manter imutáveis, e foi isso que os Metallica tentaram fazer com o seu som, imagem e público. Eles queriam ser a maior banda do planeta. Não queriam apenas ser a maior banda de metal. Load não é perfeito mas é um grande disco de rock. Puro e duro. Quantas bandas se podem orgulhar de ter tantos êxitos num “disco fraco”? Um disco que começa com “Ain’t My Bitch”, com bateria e riffs poderosos e Hetfield em grande forma. Passamos por “2 X 4”, “Until It Sleeps”, “King Nothing”. Temos as baladas “Hero of the Day” e “Mama Said”, esta última com Hetfield na guitarra a falar-nos da relação de um jovem com a sua mãe, que nos remete para a sua própria história complicada com a sua própria mãe, que faleceria muito cedo. Uma balada tipicamente sulista.
O disco, que ainda contém mais alguns bons momentos como “Poor Twisted Me” ou “Thorn Within”, peca por ser mais comprido do que devia. Devia ter sido reduzido para 10 músicas ou juntar algumas de Reload e fazer um grande disco de hard rock. Assim como é, torna-se “apenas” mais um bom disco da banda. Certamente melhor do que veio após a passagem da década…
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