quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Nº1 Appetite for Destruction — Guns N’ Roses, Agosto 6, 1988

 Producer: Mike Clink


Track listing: Welcome to the Jungle It’s So Easy / Nightrain / Out to Get Me / Mr. Brownstone / Paradise City / My Michelle / Think About You / Sweet Child o’ Mine / You’re Crazy / Anything Goes / Rocket Queen


6 de agosto de 1988
5 semanas (não consecutivas)

A saga do Guns N' Roses não é exatamente um sucesso instantâneo. As raízes da banda remontam a 1982, quando os amigos Bill Bailey e Jeff Isbell chegaram a Los Angeles vindos de Lafayette, Indiana. Depois de se apresentarem com diversas outras bandas de hard rock, a dupla formou o Guns N' Roses em março de 1985, recrutando o baixista Duff McKagan, um refugiado da cena punk de Seattle. O guitarrista Saul Hudson e o baterista Steven Adler completavam o grupo. Naquela época, Bailey era conhecido como W. Axl Rose, Isbell era Izzy Stradlin e Hudson era simplesmente conhecido como Slash.

No início de 1986, a banda já havia criado repercussão suficiente na Sunset Strip, em Hollywood, para atrair a atenção de quase todas as grandes gravadoras. Em março, a Geffen venceu a disputa, mas a batalha estava apenas começando.

Em agosto de 1986, a banda começou a gravar seu álbum de estreia na Rumba Records, em Canoga Park, Califórnia. "Levou apenas 12 dias para as faixas básicas, mas, no total, levou vários meses", diz McKagan. As sessões teriam sido interrompidas enquanto Slash e Stradlin tentavam largar o vício em heroína.

Enquanto isso, a banda tentava sobreviver com um orçamento apertado. "Não tínhamos dinheiro nem nada", diz McKagan. "Tínhamos uma van só para todos nós, que a Geffen cometeu o erro de alugar, e nós a destruímos. E não tínhamos onde morar."

Para manter o burburinho em torno do grupo vivo nas ruas, a banda lançou o EP Live?! @ Like a Suicide pelo seu próprio selo, Uzi Suicide. O EP, lançado no outono de 1986, foi distribuído pela Geffen, mas o nome da grande gravadora foi mantido fora do lançamento para garantir a reputação underground da banda na época.

Appetite for Destruction foi finalmente lançado em 27 de julho de 1987. A arte da capa de Robert Williams, retratando uma mulher aparentemente estuprada por um robô, despertou a ira de grupos femininos e varejistas, levando à criação de uma capa alternativa. As letras de Rose sobre a decadência urbana e suas próprias lutas pessoais, em músicas como a agressiva faixa de abertura do álbum, "Welcome to the Jungle", certamente ofenderiam alguns. A faixa "Mr. Brownstone" aborda o vício em heroína, um problema recorrente desde os primeiros dias da banda. No entanto, ninguém prestou muita atenção ao Appetite no início.

"Não achávamos que venderia 10 cópias", diz McKagan. "Não esperávamos nada." Mas, aos poucos, principalmente devido às turnês praticamente ininterruptas da banda, incluindo shows de abertura para Iron Maiden, The Cult e Aerosmith, a notícia sobre Appetite se espalhou. "Sweet Child o' Mine", a faixa mais acessível do álbum, estava em ascensão na Hot 100. A música foi inspirada na namorada de Rose na época, Erin Everly, filha de Don Everly, do Everly Brothers.

"Estávamos em turnê e ainda hospedados em hotéis de merda", diz McKagan. "Um dia, eu estava andando pela rua, em alguma cidade, e vi um cara todo arrumadinho com um walkman ligado cantando 'Sweet Child o' Mine' e pensei: 'Que porra é essa?'"

Os membros do Guns N' Roses logo descobririam, já que Appetite for Destruction , em sua 50ª semana na parada de álbuns pop, finalmente completou sua lenta ascensão ao topo, desbancando Hysteria, do Def Leppard , do primeiro lugar. Um mês depois, "Sweet Child o' Mine" chegou ao topo da Hot 100, mas o apetite do público pelo Guns N' Roses estava apenas começando a crescer.

OS CINCO MELHORES
da semana de 6 de agosto de 1988

1. Appetite for Destruction , Guns N' Roses
2. Hysteria , Def Leppard
3. Roll With It , Steve Winwood
4. Tracy Chapman , Tracy Chapman
5. Dirty Dancing , Trilha Sonora


CAPAS DE DISCOS - 1968 The Maureeny Wishful Album

 

 L.P U.K - Moonshine Music.

Jimmy Page, John Williams & Big Jim Sullivan.


 Contraportada.

 Disco, lado 1.

Etiquetas lados 1 y 2.




CAPAS DE DISCOS - 1968 Journey to the Center of the Mind - The Amboy Dukes

 


L.P U.K • Mono • Mainstream Records / London • HAT8378.


Contracapa

Disco, lado 1.

Disco, lado 2.

Etiquetas lados 1 y 2.




CAPAS DE DISCOS - 1968 Sallies Fforth - Rainbow Ffolly

 


L.P U.K • Mono • EMI-Parlophone • PMC 7050.


Contracapa.

Disco, lado 1.

Disco, lado 2.

Etiquetas lados 1 y 2.



Bem Bom (RCA Ariola/BMG, 1985), Gal Costa

 


Após a guinada pop iniciada no final dos anos 1970 e consolidada com Fantasia (1981), Gal Costa (1945-2022) demonstrava uma capacidade ímpar de se reinventar. Se nos anos 1960 e 1970 ela foi a musa da Tropicália e da MPB experimental, nos 1980 a cantora baiana se tornou uma estrela de primeira grandeza da música brasileira e uma grande vendedora de discos. Bem Bom marca o ápice da fase comercial de Gal Costa iniciada com o álbum Gal Tropical, em 1979. As expectativas para o álbum eram altas: Gal vinha de sucessos radiofônicos e de uma presença forte na televisão, o que aumentava a curiosidade do público e da crítica. 

Produzido por Miguel Plopschi e com direção artística de Waly Salomão (1943-2003), parceiro de longa data da cantora, Bem Bom apostava em uma sonoridade sofisticada e diversa. A seleção de compositores e arranjadores não deixava dúvidas sobre a intenção do álbum: Caetano Veloso, Arrigo Barnabé e Cazuza (1958-1990) eram alguns dos nomes que assinavam as faixas, criando um encontro entre a MPB tradicional, a Vanguarda Paulistana e o pop tecnológico dos anos 80. Sintetizadores brilhantes, programações eletrônicas e metais exuberantes compunham a identidade sonora do disco, que soava moderno sem abandonar o refinamento característico de Gal. 

O equilíbrio entre acessibilidade e experimentação é uma das chaves para entender Bem Bom. O pop domina a estrutura do álbum, mas há espaço para incursões mais ousadas, como na faixa-título, que traz uma harmonia intrigante e um groove fora do padrão radiofônico. "Sorte", o dueto com Caetano Veloso, é uma das músicas mais marcantes do disco: leve, elegante e irresistivelmente charmosa. Já "Um Dia de Domingo", parceria com Tim Maia (1942-1998), é uma balada intensa, carregada de emoção, onde as vozes dos dois artistas se entrelaçam com perfeição, conferindo à canção um tom cinematográfico.

Lado interno da capa dupla de Bem Bom.

 A presença de Cazuza também se destaca. "Todo Amor Que Houver Nessa Vida", composta por ele em parceria com Frejat, ganha uma roupagem distinta da versão original: menos crua, mais etérea e sofisticada. "Bem Bom", a música que dá nome ao disco, reforça a intersecção entre a MPB e a Vanguarda Paulistana, trazendo um arranjo intrincado que remete ao trabalho de Arrigo Barnabé. Outras faixas, como "Seu Doce Jeito de Ser" e "O Amor", exploram diferentes facetas do pop oitentista, transitando entre o soft rock e climas soturnos e introspectivos. 

Entretanto, nem tudo envelheceu bem. Alguns excessos da produção daquela década se fazem sentir com mais força hoje. O reverb exagerado, os teclados onipresentes e certos timbres eletrônicos podem soar datados para ouvintes contemporâneos. "O Último Blues" é um exemplo disso: sua dramaticidade pode resvalar no sentimentalismo excessivo. "Musa de Qualquer Estação", apesar da excelente interpretação de Gal, também se ancora em uma estética que não se manteve atemporal. Mas nada disso compromete a força do álbum, que ainda resplandece como um dos momentos altos da carreira da cantora. 

O sucesso comercial de Bem Bom foi incontestável. O álbum vendeu mais de 600 mil cópias, impulsionado pelo forte apelo radiofônico de suas faixas mais populares. "Sorte", "Um Dia de Domingo" e "Musa de Qualquer Estação" tocaram incessantemente nas rádios, reforçando a presença de Gal no mainstream da música brasileira. Em Portugal, o disco conquistou platina, consolidando a artista também no mercado internacional. 

Tim Maia e Gal Costa cantando "Um Dia de Domingo", no programa
"Cassino do Chacrinha", na TV Globo, em 1986.

A recepção da crítica, por outro lado, foi mais morna. Bem Bom não recebeu o mesmo entusiasmo reservado a trabalhos anteriores de Gal. Para alguns, a guinada pop sacrificava parte da complexidade e da ousadia que haviam marcado suas décadas anteriores. Para outros, tratava-se de um ajuste natural a um novo tempo, um movimento que permitiu à cantora permanecer relevante e conquistar novas audiências. 

Para quem cresceu ouvindo os hits do disco, há um valor nostálgico que supera qualquer datamento sonoro. Já para novos ouvintes, algumas escolhas de produção podem soar como relíquias de um período específico, mais do que uma obra que transcende sua época. Isso não significa que o álbum perca sua importância; pelo contrário, ele se mantém como um marco do pop nacional dos anos 1980, um documento de um momento em que a MPB cedia espaço para novas formas de expressão musical. 

No fim das contas, Bem Bom é um disco que celebra o pop com todas as suas forças — o que pode ser sua maior qualidade e seu maior defeito. É vibrante, acessível e incrivelmente bem executado, mas também excessivamente moldado por sua era. Ainda assim, a interpretação apaixonada de Gal Costa e a força de algumas composições garantem que, mesmo com seus altos e baixos, o álbum continue relevante. Não é seu trabalho mais inventivo, mas é um lembrete de que, em qualquer estilo, Gal sempre soube entregar música com alma.

 

 Faixas

Lado A

1."Sorte" (Part. Caetano Veloso) (Celso Fonseca - Ronaldo Bastos)             

2."O Último Blues" (Chico Buarque   )

3."Um Dia de Domingo" (Part. Tim Maia) (Michael Sullivan - Paulo Massadas)       

4."Acende o Crepúsculo" (Antônio Cícero - Marina Lima)   

5."Muito Por Demais" ( Gonzaga Jr.)

 

Lado B              

1."Romance" (Djavan)            

2."Musa de Qualquer Estação" (Roberto Carlos - Erasmo Carlos)  

3."Bem Bom" (Arrigo Barnabé - Carlos Rennó - Eduardo Gudin)    

4."Todo o Amor Que Houver Nessa Vida" (Cazuza - Roberto Frejat)             

5."Quem Perguntou Por Mim" (Fernando Brant - Milton Nascimento)             

6."De Volta ao Futuro" (Ricardo Cristaldi - Waly Salomão)


"Sorte"

"O Último Blues"

"Um Dia de Domingo"

"Acende o Crepúsculo"

"Muito Por Demais"

"Romance"

"Musa de Qualquer Estação"


"Bem Bom"

"Todo o Amor Que Houver Nessa Vida"

"Quem Perguntou Por Mim"

"De Volta ao Futuro"


Shake Your Money Maker (Def American, 1990), The Black Crowes

 


No final dos anos 1980, o rock parecia dividido entre duas forças opostas. De um lado, o brilho exagerado do hair metal, com sua estética glamorosa e produção polida. Do outro, o rock alternativo, impaciente e bruto, preparando o terreno para a explosão grunge. No meio desse turbilhão, o The Black Crowes surgiu como um sopro de autenticidade, resgatando a essência do rock clássico e infundindo-lhe uma energia renovada. Misturando blues, soul e o espírito rebelde do rock sulista, os irmãos Chris e Rich Robinson fundaram a banda em Atlanta, em 1984, canalizando influências que iam dos Rolling Stones e Faces ao Lynyrd Skynyrd. Mas não se tratava de simples revivalismo: havia ali um frescor inegável, uma visceralidade que soava tanto familiar quanto revigorante. 

O empurrão decisivo veio com George Drakoulias, produtor e caça-talentos da Def American, que enxergou nos Crowes o potencial para incendiar o cenário musical. Sob sua tutela, a banda assinou contrato e rumou para os estúdios de Atlanta e Los Angeles, onde registrou Shake Your Money Maker, um álbum que exala autenticidade. Drakoulias reforçou a sonoridade da banda com músicos de peso, como o tecladista Chuck Leavell, veterano do Allman Brothers Band e dos Stones, mas sem jamais diluir a crueza e a espontaneidade do grupo. As composições, muitas resgatadas da época em que a banda se chamava Mr. Crowe’s Garden, ganharam vida nova com produção precisa e arranjos bem calibrados. O resultado? Um álbum que equilibra técnica e fúria, capturando o espírito do rock de bar em sua melhor forma. 

Musicalmente, Shake Your Money Maker finca os pés no blues rock e no southern rock, mantendo viva a chama do classic rock dos anos 1970. A influência de ídolos como Rod Stewart e Paul Rodgers transparece nos vocais rasgados de Chris Robinson, enquanto os riffs de Rich Robinson combinam a irreverência de Keith Richards com a solidez de Jimmy Page. O grande trunfo do disco é sua pegada orgânica, que foge dos excessos da produção oitentista e aposta na crueza como diferencial. 

The Black Crowes em frente à casa de shows Paradiso em Amsterdã,
Holanda, em junho de 1990.

A jornada começa com “Twice as Hard”, uma declaração de intenções repleta de riffs encorpados de guitarra e refrão explosivo. “Jealous Again” mantém o pique, trazendo um groove sulista contagiante. Mas é com “Hard to Handle”, cover incendiário de Otis Redding (1941-1967), que o álbum realmente decola. A versão dos Crowes injeta peso e atrevimento na canção original, transformando-a em um de seus maiores hits. 

O álbum também tem seus momentos de introspecção. “She Talks to Angels”, com sua melodia acústica e carga emocional intensa, tornou-se um clássico imediato. Já “Seeing Things” adiciona uma aura gospel ao repertório, com teclados envolventes e vocais carregados de sentimento. Para equilibrar, faixas como “Struttin’ Blues” e “Stare It Cold” apostam em um rock direto e sem adornos, reafirmando a identidade rebelde da banda. 

Lançado em um momento de transição no rock, Shake Your Money Maker vendeu mais de 5 milhões de cópias nos somente nos Estados Unidos, garantindo ao The Black Crowes um lugar cativo na cena. Embora alguns críticos tenham questionado sua originalidade, a banda provou que a paixão pelo rock clássico ainda tinha espaço no mainstream. Décadas depois, o álbum segue relevante, influenciando novas gerações e reforçando a máxima de que guitarras sujas e refrãos certeiros nunca saem de moda.

 

Faixas

Todas as faixas foram escritas por Chris e Rich Robinson, exceto onde indicado.

 

Lado 1

  1. "Twice as Hard"
  2. "Jealous Again"
  3. "Sister Luck"
  4. "Could I've Been So Blind" 

Lado 2

  1. "Seeing Things"
  2. "Hard to Handle" (Allen Jones, Al Bell, Otis Redding)
  3. "Thick n' Thin"
  4. "She Talks to Angels"
  5. "Struttin' Blues"
  6. "Stare It Cold"

 

Black Crowes: Chris Robinson (vocais), Rich Robinson (guitarras), Jeff Cease (guitarras), Johnny Colt (baixo) e Steve Gorman (bateria e percussão). 


Ouça na íntegra o álbum 
Shake Your Money Maker

"Twice as Hard"
(videoclipe oficial)

"Jealous Again"
(videoclipe oficial)

"Hard to Handle"
(videoclipe oficial)

"She Talks to Angel"
(videoclipe oficial)

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