100 Melhores Músicas Brasileiras de Todos os Tempos
01- Carinhoso (Pixinguinha / João de Barro) 02- Águas de Março (Tom Jobim) 03- João Valentão (Dorival Caymmi) 04- Chega de Saudade (Tom Jobim / Vinicius de Moraes) 05- Aquarela do Brasil (Ary Barroso) 06- Tropicália (Caetano Veloso) 07- Último Desejo (Noel Rosa) 08- Asa Branca (Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira) 09- Construção (Chico Buarque) 10- Detalhes (Roberto Carlos / Erasmo Carlos)
11- As Rosas Não Falam (Cartola)
12- Samba do Avião (Tom Jobim) 13- Vingança (Lupícinio Rodrigues) 14- Garota de Ipanema (Tom Jobim / Vinicius de Moraes) 15- Alegria, Alegria (Caetano Veloso) 16- Desafinado (Tom Jobim) 17- A Mesma Rosa Amarela (Capiba / Carlos Pena Filho) 18- Ai, Que Saudades da Amélia (Ataulfo Alves / Mário Lago) 19- A Flor e o Espinho (Nelson Cavaquinho / G. de Brito / A. Caminha) 20- Domingo no Parque (Gilberto Gil)
21- Eu Te amo (Chico Buarque / Tom Jobim)
22- Feitio de Oração (Noel Rosa / Vadico) 23- Retrato Em Branco e Preto (Tom Jobim / Chico Buarque) 24- O Mundo é um Moinho (Cartola) 25- E o Mundo Não Se Acabou (Assis Valente) 26- A Volta do Boêmio (Adelino Moreira) 27- Diz Que Fui Por Aí (Zé Kéti / Hortêncio Rocha) 28- Leve (Carlinhos Vergueiro / Chico Buarque) 29- Trem das Onze (Adoniran Barbosa) 30- Baby (Caetano Veloso)
31- Eu Sei Que Vou Te Amar (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
32- Marina (Dorival Caymmi) 33- Rosa (Pixinguinha / Otávio Souza) 34- A Banda (Chico Buarque) 35- Feitiço da Vila (Noel Rosa / Vadico) 36- Panis et Circenses (Caetano Veloso / Gilberto Gil) 37- O Bêbado e o Equilibrista (João Bosco / Aldir Blanc) 38- Exagerado (Cazuza / Ezequiel Neves / Leoni) 39- Foi um Rio Que Passou Em Minha Vida (Paulinho da Viola) 40- Iracema (Adoniran Barbosa)
41- Nervos de Aço (Lupícinio Rodrigues)
42- Luiza (Tom Jobim) 43- Ronda (Paulo Vanzolini) 44- Assum Preto (Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira) 45- Acabou Chorare (Moraes Moreira / Galvão) 46- Dois pra Lá, Dois pra Cá (João Bosco / Aldir Blanc) 47- Sinal Fechado (Paulinho da Viola) 48- Folhetim (Chico Buarque) 49- Insensatez (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
50- Ouro de Tolo (Raul Seixas)
51- Drama de Angélica (Alvarenga / M.G. Barreto) 52- Aquarela Brasileira (Silas de Oliveira) 53- Volta por Cima (Paulo Vanzolini) 54- O Que é que a Baiana Tem? (Dorival Caymmi) 55- Chão de Estrelas (Silvio Caldas / Orestes Barbosa) 56- É Hoje (Didi / Maestrinho) 57- Descobridor dos Sete Mares (Michel / Gilson Mendonça) 58- A Noite do Meu Bem (Dolores Duran) 59- Como Nossos Pais (Belchior)
60- Folhas Secas (Nelson Cavaquinho / Guilherme de Brito)
61- Lábios que Beijei (J. Cascata / Leonel Azevedo) 62- Valsinha (Vinicius de Moraes / Chico Buarque) 63- Eu e a Brisa (Johnny Alf) 64- Jura (Sinhô) 65- Luar do Sertão (João Pernambuco / Catulo da Paixão Cearense) 66- Corta-Jaca (Chiquinha Gonzaga) 67- Manhã de Carnaval (Luiz Bonfá / Antônio Maria) 68- Odeon (Ernesto Nazareth / Vinicius de Moraes) 69- Minha Namorada (Carlos Lyra / Vinicius de Moraes) 70- No Rancho Fundo (Ary Barroso / Lamartine Babo) 71- O Samba da Minha Terra (Dorival Caymmi)
72- Ouça (Maysa) 73- Se Eu Quiser Falar Com Deus (Gilberto Gil) 74- Senhor Cidadão (Tom Zé) 75- O Que Será (Chico Buarque / Milton Nascimento) 76- Se Você Jurar (Ismael Silva / Newton Bastos / Francisco Alves) 77- Todo o Sentimento (Cristóvão Bastos / Chico Buarque) 78- Como Uma Onda (Lulu Santos / Nelson Motta) 79- Carcará (João do Vale / José Candido) 80- Mania de Você (Rita Lee / Roberto de Carvalho)
81- Felicidade (Lupícinio Rodrigues)
82- As Pastorinhas (João de Barro / Noel Rosa) 83- Nego Dito (Itamar Assumpção) 84- Rios, Pontes e Overdrives (Chico Science) 85- Cidade Maravilhosa (André Filho) 86- O Vira (João Ricardo / Luli) 87- Olhos nos Olhos (Chico Buarque) 88- Balada do Louco (Arnaldo Baptista / Rita Lee) 89- O Teu Cabelo Não Nega (Lamartine Babo / Irmãos Valença) 90- Com Que Roupa? (Noel Rosa)
91- Sampa (Caetano Veloso)
92- As Curvas da Estrada de Santos (Roberto Carlos / Erasmo Carlos) 93- Brasileirinho (Waldir Azevedo / Pereira da Costa) 94- Você Não Soube Me Amar (Evandro Mesquita / R. Barreto / Guto / Z. Mendigo) 95- Disparada (Geraldo Vandré / Theo de Barros) 96- Óculos (Herbert Vianna) 97- Tico-Tico no Fubá (Zequinha de Abreu / Aloysio Oliveira) 98- Clara Crocodilo (Arrigo Barnabé / Mário Lúcio Côrtes) 99- Cruzada (Tavinho Moura / Márcio Borges) 100- Cantiga de Amigo (Elomar)
Sérgio Godinho nasceu em 1945, no Porto. A mãe e o tio tinham tido formação musical, o que o influenciou em criança, e o pai era, na descrição de Sérgio Godinho, um melómano; cedo se habitou a ouvir música, sobretudo francesa e anglo-saxónica.
Com apenas 20 anos de idade, Sérgio Godinho deixou a licenciatura em economia e partiu para o estrangeiro. O primeiro destino foi a Suíça, onde estudou Psicologia durante dois anos; nessa altura teve entre os seus professores Jean Piaget. A seguir, mudou-se para França, vivendo o Maio de 68 na capital francesa. No ano seguinte, integrou a produção francesa do musical "Hair", onde se manteve por dois anos. Em Paris, privou com outros músicos portugueses, como Luís Cília e José Mário Branco. Sérgio Godinho ensaiava então as suas primeiras composições, na altura em francês.
Em 1971 participou no álbum de estreia a solo de José Mário Branco, intitulado Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, como músico e como autor de quatro das letras. Em 1971 fez a sua estreia discográfica com a edição do E.P. Romance de Um Dia na Estrada, a que se segue, o seu primeiro L.P., Os Sobreviventes. Três dias após a sua edição, o disco foi interditado, depois autorizado, e depois novamente proibido. Não obstante, o disco foi eleito «Melhor disco do ano» e Godinho recebeu o prémio da Imprensa para «Melhor autor do ano».
Em 1972 Sérgio apresentou um novo álbum, Pré-histórias, que inclui um das canções mais emblemáticas da sua carreira, A noite passada. No mesmo ano voltou a colaborar com José Mário Branco, como letrista no álbum Margem de certa maneira.
Em 1973 Sérgio Godinho mudou-se para o Canadá, onde se casou com Sheila Charlesworth, sua colega na companhia de teatro The Living Theatre.[2] Integrou a companhia de teatro Génesis. Estabeleceu-se numa comunidade hippie em Vancouver, e foi aí que recebeu a notícia da Revolução do 25 de Abril, que o levou a regressar a Portugal. Já em terras lusitanas, editou o álbum À Queima-Roupa (1974) um sucesso que o fez correr o país, actuando em manifestações populares, frequentes no pós-25 de Abril.
Havendo regressado a Portugal após a revolução democrática do 25 de Abril de 1974, Sérgio Godinho tornou-se autor de algumas das canções mais unanimemente aclamadas da música portuguesa: Com um brilhozinho Nos olhos, O primeiro dia, É terça-feira, para citar apenas três.
Em 1977, colaborou em dois temas da banda sonora do filme Nós por Cá Todos Bem, realizado por Fernando Lopes. O seu quinto álbum de originais, "Pano-cru", foi editado no ano seguinte. Em 1979, foi editado o álbum Campolide. O disco viria a ser premiado com o "Prémio da crítica Música & Som" para melhor álbum de música portuguesa desse ano.
Em 1980, voltou a colaborar com o realizador José Fonseca e Costa, desta vez no clássico do cinema português, Kilas, o Mau da Fita. O álbum com a banda sonora do filme foi editado nesse mesmo ano. Canto da boca, novo álbum de originais, foi também editado em 80, havendo recebido o prémio de "Melhor disco português do ano", atribuído pela Casa da Imprensa e, ainda, o Sete de Ouro para o "Melhor cantor português do ano".
Em 1983, no seu álbum Coincidências, incluiu temas compostos em parceria com alguns dos mais reputados músicos brasileiros - nomes como Chico Buarque, Ivan Lins ou Milton Nascimento - algo até então inédito na produção musical portuguesa.
Nos seis anos que se seguiram, Sérgio Godinho gravou mais três álbuns de originais - Salão de Festas, Na Vida Real e Aos Amores. Foi também editada a colectânea Era uma vez um rapaz (1985) e o álbum para crianças Sérgio Godinho canta com os Amigos do Gaspar (1988).
Em 1990, apresentou o espectáculo "Sérgio Godinho, Escritor de Canções", onde revisitou as suas músicas sob uma nova perspectiva - apenas dois músicos acompanhantes e num auditório mais pequeno, neste caso o Instituto Franco-Português, onde fez 20 espectáculos de grande êxito. Desses espectáculos saiu o álbum ao vivo Escritor de Canções.
Foi autor da série Luz na Sombra, exibida pela RTP 2 no Verão de 1991, onde abordou em seis programas algumas das profissões menos conhecidas do mundo da música: letristas, técnicos de som, produtores, entre outras. Em 1992, realizou três filmes de ficção, de meia hora cada, com argumento e música igualmente seus. Estes filmes, com o título genérico de Ultimactos, foram produzidos para a RTP, que os exibiu em 1994.
Escreveu ainda O pequeno livro dos medos, obra infanto-juvenil, que também ilustrou.
Voltou à música em 1993, com o disco Tinta permanente e o espectáculo A face visível, ambos merecedores dos maiores elogios da crítica e do público.
Em Novembro de 1995, foi editado o disco Noites passadas, que foi gravado ao vivo em três espectáculos realizados no Teatro S. Luiz em Novembro de 1993 e no Coliseu de Lisboa em Novembro de 1994. Recebeu também o Prémio Tenco e é convidado a participar na compilação de Natal Espanta-espíritos com o tema Apenas um irmão em dueto com PacMan (vocalista da banda Da Weasel).
Em Junho de 1997, foi editado o disco "Domingo no Mundo, produzido por Manuel Faria, que contou com a participação de músicos e arranjadores de diferentes áreas musicais: (Pop, Rock, Popular, Erudita, Jazz). O disco foi apresentado com enorme êxito no Teatro Rivoli e no Coliseu de Lisboa, nos espectáculos de nome Godinho no mundo.
Em 1998, foi editado o álbum Rivolitz, gravado ao vivo nos espectáculos do Teatro Rivoli e no Ritz Clube, em Lisboa.
Dois mil e um foi o ano dos 30 anos de carreira. O aniversário foi marcado pelo lançamento de “Biografias do Amor”, uma colectânea de canções de amor, e de “Afinidades”, uma gravação dos espectáculos em conjunto com os Clã.
Ligação Directa foi o álbum de originais que se seguiu. Editado a 23 de Outubro de 2006, pôs termo a um interregno de 6 anos durante o qual o cantautor não produzira novos discos de originais. O álbum é composto por 10 temas, todos da autoria de Sérgio Godinho, com excepção de "O big-one da verdade", cuja música é de Hélder Gonçalves (dos Clã), e de "O Ás da Negação", cuja música é de Nuno Rafael que também foi responsável pela produção e direcção musical do álbum, que contou ainda com a participação de Manuela Azevedo, Hélder Gonçalves, Joana Manuel, Tomás Pimentel, Nuno Cunha, Jorge Ribeiro e Jorge Teixeira como músicos convidados.
Junta-se a José Mário Branco e Fausto para os concertos Três Cantos Ao Vivo em 2009.
Doze de Setembro de 2011 marcou o seu regresso aos discos de originais, com "Mútuo consentimento". Com o habitual grupo de músicos que o acompanham há vários anos (Os Assessores) gravou 12 novas canções, que resultaram do seu método habitual de composição: "Olhar à volta e ver o que se passa".
Grafito com fragmento de Lisboa que amanhece, em 2011.
Em 2013, gravou o disco "Caríssimas canções" que resultou de uma série de crónicas para o jornal Expresso e que também foi editado em livro. Dois mil e quatorze foi o ano de "Liberdade ao vivo" e do livro de contos "Vidadupla" (Quetzal, 2014).
Juntou-se a Jorge Palma para uma digressão em conjunto que também deu origem a um disco.
"Coração mais que perfeito" (Quetzal, 2017) foi o nome do seu primeiro romance.[3]
"Eu o que faço é tentar contar coisas, falar de coisas, fazer interrogações à minha maneira e saber que há pessoas que são tocadas por isso", sublinhou o cantautor, aos 66 anos. Essas interrogações são "contos de um instante", como canta numa das canções do novo disco, e tanto podem falar de amor ("Intermitentemente"), como da situação do país e das incertezas do presente ("Acesso bloqueado").
Em 2018, com 72 anos, regressou com o disco de originais "Nação Valente". As letras são todas da sua autoria, mas em apenas duas é também autor da música: as restantes composições resultam de colaborações com José Mário Branco, Hélder Gonçalves, Nuno Rafael, Pedro da Silva Martins e Filipe Raposo.