sexta-feira, 3 de junho de 2022

Biografia de Bezerra da Silva

Bezerra da Siva

José Bezerra da Silva (Recife23 de fevereiro de 1927 — Rio de Janeiro17 de janeiro de 2005) foi um cantorcompositorviolonistapercussionista e intérprete brasileiro dos gêneros musicais coco e samba, em especial de partido-alto.

No princípio, dedicava-se principalmente ao coco até se transformar em um dos principais expoentes do samba nos anos seguintes.[1] Através do samba, cantou os problemas sociais das favelas e da população marginalizada, atuando ente marginalidade e indústria musical. Estudou violão clássico por oito anos e passou outros oito anos tocando na orquestra da Rede Globo, sendo um dos poucos partideiros que lia partituras.[2]

Gravou seu primeiro compacto em 1969 e o primeiro disco em 1975, de um total de 28 álbuns lançados em toda a carreira que, somados, venderam mais de 3 milhões de cópias.[2] Ganhou 11 discos de ouro, 3 de platina e 1 de platina duplo.[3] Apesar de ter sido um dos artistas mais populares do Brasil, foi bastante ignorado pelo mainstream.[nota 1]

Biografia

Primeiros anos

Filho de família pobre, Bezerra da Silva nasceu no Recife em 23 de fevereiro de 1927. Sua mãe, Hercília Pereira da Silva, foi abandonada pelo marido, Alexandrino Bezerra da Silva, quando estava grávida do filho.[1] Aos 15 anos de idade, depois de ser expulso da Marinha Mercante, Bezerra da Silva viajou para o Rio de Janeiro, para procurar o pai e fugir da pobreza.[1] Fez a viagem em um navio que carregava açúcar e estava apenas com a roupa do corpo.[2] Encontrou o pai, mas com mais atritos, acabou ficando sozinho.[carece de fontes]

Passou a trabalhar na construção civil como pintor de paredes e tinha como endereço a obra na zona central da cidade, onde exercia sua profissão.[2] Pelos idos de 1949, começou a se enamorar de uma "dona" e foi morar com ela no Morro do Cantagalo, na Zona Sul.[2]

Boemia, detenções e queda

Começou a desenvolver a verve musical, a partir do coco de Jackson do Pandeiro, e logo ingressou na bateria do bloco carnavalesco Unidos do Cantagalo, tocando tamborim.[2][4] Em 1950, conheceu Doca,[nota 2] também morador do Morro do Cantagalo, que o convidou para participar do "Programa da Rádio Clube do Brasil" como ritmista — além do tamborim, tocava surdo e instrumentos de percussão em geral.[2] Boêmio e malandro, foi detido dezenas de vezes pela polícia e acabou desempregado em 1954.[1] Durante muitos anos viveu como morador de rua em Copacabana, quando chegou a tentar o suicídio, mas foi salvo e acolhido em um terreiro de umbanda. Lá, descobriu sua mediunidade e soube, através de uma mãe-de-santo, que o seu destino era a música.[1]

Renascimento com a música

Convencido de que não deveria mais procurar trabalho no ramo da construção civil, reinventou sua vida como músico profissional e compositor.[nota 3]

Sob o nome artístico José Bezerra, teve as composições "Acorrentado" e "Leva teu gereré", em parceria com Jackson do Pandeiro, lançadas no primeiro álbum da carreira do paraibano, em 1959. Na primeira metade da década de 1960, ingressou na orquestra da gravadora Copacabana Discos, que acompanhava vários artistas de renome, e também teve novas composições, assinadas com outros músicos, gravadas por Jackson do Pandeiro, como "Meu veneno" (com Jackson do Pandeiro e Mergulhão), "Urubu molhado" (com Rosil Cavalcanti), "Babá" (com Mamão e Ricardo Valente), "Criando cobra" (com Big Ben e Odelandes Rodrigues) e "Preguiçoso" (com Jackson do Pandeiro). Em 1965, a cantora Marlene gravou "Nunca mais", uma parceria de Bezerra com Norival Reis.

Em 1967, compôs seu primeiro samba, chamado "Verdadeiro amor", que foi gravado por Jackson do Pandeiro naquele ano.

Primeiros discos

No final daquela década, mudou o nome artístico para Bezerra da Silva e, em 1969, gravou um compacto simples pela Copacabana Discos, com as músicas "Mana, cadê meu boi?" e "Viola testemunha".[4]

Seu primeiro LP,"Bezerra da Silva - O Rei do Coco Volume 1", seria apenas lançado em 1975, pela gravadora Tapecar, e teve como destaque a canção "O rei do coco". No ano seguinte, pela mesma gravadora, lançou "Bezerra da Silva - O Rei do Coco Volume 2", cujo maior destaque foi "Cara de boi".[4]

Fama

A partir da série Partido Alto Nota 10 começou a encontrar o público. O repertório dos discos passou a ser abastecido por autores anônimos (alguns usando codinomes para preservar a clandestinidade) e Bezerra. Antes do Hip Hop brasileiro, ele passou a mostrar a sua realidade em músicas como: "Malandragem Dá um Tempo", "Sequestraram Minha Sogra", "Defunto Caguete", "Bicho Feroz", "Overdose de Cocada", "Malandro Não Vacila", "Meu Pirão Primeiro", "Lugar Macabro", "Piranha", "Pai Véio 171", "Candidato Caô Caô". Em 1995 gravou pela gravadora CID "Moreira da Silva, Bezerra da Silva e Dicró: Os Três Malandros In Concert", uma paródia ao show dos três tenores, Luciano PavarottiPlácido Domingo e José Carreras.

Anos finais

Em 2001 tornou-se evangélico neopentecostal da Igreja Universal do Reino de Deus.[5] Em 2005, perto da morte, mas ainda demonstrando plena atividade, participou de composições com Planet HempO Rappa e outros nomes de prestígio da Música Popular Brasileira.

Em setembro de 2004, foi internado em uma clínica privada do Rio de Janeiro com pneumonia e enfisema pulmonar e chegou a ficar por quase uma semana em coma.[6] Um mês depois, o sambista passou mal novamente. Foi levado ao Hospital dos Servidores do Estado, onde foi internado com problemas pulmonares e faleceu em 17 de janeiro de 2005, aos 77 anos.[7][8][9]

Ainda naquele ano, teve lançado postumamente seu disco evangélico Caminho de Luz[7][9]

Vida pessoal

Foi casado com Regina de Oliveira, que também foi sua empresária e uma de suas compositoras, sob o pseudônimo de Regina do Bezerra.[8]

Antes de se tornar neopentecostal ao final da vida, Bezerra foi ligado à umbanda e assíduo frequentador do terreiro do Pai Nilo, em Belford Roxo.[2]

Um de seus filhos, Ytallo Bezerra da Silva, também seguiu a carreira de músico.[10]

Legado

O sambista pernambucano foi tema do livro "Bezerra da Silva - Produto do Morro", de Letícia Vianna, lançado em 1998.[11]

O rapper Marcelo D2 lhe prestou homenagem quando lançou em 2010, pela gravadora EMI, o álbum "Marcelo D2 canta Bezerra da Silva", no qual perfilou parte da obra interpretada pelo sambista.[12]

Em 2012, foi lançado o documentário "Onde a coruja dorme", de Márcia Derraik e Simplício Neto, que destaca os compositores de suas músicas, trabalhadores anônimos, que abordavam em suas letras temas da realidade brasileira como o malandro, o otário, o alcaguete, a maconha. O filme teve origem no curta-metragem homônimo, lançado onze anos antes.[13]

Outro legado é o incontestável e único estilo do típico malandro carioca com seu boné brad brim estampado até hoje inspira muitos admirados em rodas de samba.[14]

Obra

Temática

Os principais temas de suas canções foram a vida do povo e os problemas da sociedade e das favelas, como a exploração e a opressão sofridas pelos trabalhadores, a malandragem e ladrões à margem da lei, a questão do uso de drogas como a maconha e a condenação à caguetagem (delação de companheiros).[15] "Essas músicas que eu canto são de compositores que são servente de pedreiro, camelô, outro tá desempregado, outro limpa o carro da madame e a mulher é a cozinheira."[16]

Discografia







 

Biografia Ben Harper

Ben Harper

Benjamin Chase "Ben" Harper (ClaremontCalifórnia28 de outubro de 1969) é um DJ e músico norte-americano.

Nascido na Califórnia, Ben Harper cresceu a ouvir bluesfolksoulR&B e reggae. Aprendeu a tocar guitarra ainda criança e montou diversas bandas em sua adolescência, sempre influenciado por nomes como Blues TravelerHootie & the BlowfishPhish e Taj Mahal. Ben é religioso, passando sempre assim, uma mensagem cristã nas suas músicas.

Sua carreira profissional como artista solo começou em 1994 com “Welcome To The Cruel World”. Em seguida foram lançados “Fight For Your Mind” (1995), “The Will To Live” (1997) e “Burn To Shine” (1999).

Uma caixa especial intitulada “CD Box Collection”, contendo os 3 primeiros álbuns de Harper saiu em 2000 e, no ano seguinte, chega o duplo ao vivo “Live From Mars”. O disco foi dividido em um elétrico e outro mais acústico e traz os maiores ‘hits’ do músico como “Excuse Me Mr.”, “Steal My Kisses” e “Pleasure And Pain”.

Seu sexto trabalho chama-se “Diamonds On The Inside” (2003). O álbum é uma mistura de heavy, funk e folk. Ao lado dele estão The Innocent Criminals, formado pelo baixista Juan Nelson, o percussionista Leon Lewis Mobley e o baterista Oliver Charles. Os destaques foram “With My Own Two Hands”, “Everything”, “Amen Omen”, além da própria faixa-título.
É também conhecido como o padrinho de Jack Johnson, pois foi quem o descobriu e o indicou para uma grande gravadora. Em 2007 gravou em parceria com a cantora brasileira Vanessa da Mata a canção "Good Luck". Em 2008, formou a banda Ben Harper & Relentless 7, e excursionará também em 2009 com a banda Pearl Jam e em 2015, voltou a trabalhar com a The Innocent Criminals.

Discografia

Álbuns de estúdio

  • 2014 - Childhood Home
  • 2016 - Call It What It Is

Ao vivo




 

Trilhas sonoras instrumentais inesquecíveis da história do cinema

 trilhas sonoras instrumentais inesquecíveis da história do cinema

Tubarão

Compositor: John Williams 

O que seria do clássico de Steven Spielberg sem a trilha sonora de Williams? Difícil imaginar outra trilha que se encaixasse tão bem na narrativa. Através de simples batidas, o compositor dita o ritmo do filme e a tensão do espectador. Extraordinário!


A Pantera Cor-de-Rosa

Compositor: A Pantera Cor-de-Rosa

Compositor: Henry Mancini

Mais um caso de trilha quase tão grande quanto o filme. A música de Mancini é tão importante para a condução da história quanto a direção de Blake Edwards e a brilhante atuação de Peter Sellers como inspetor Clouseau.

Mais um caso de trilha quase tão grande quanto o filme. A música de Mancini é tão importante para a condução da história quanto a direção de Blake Edwards e a brilhante atuação de Peter Sellers como inspetor Clouseau.


E o Vento Levou...

Compositor: Max Steiner

King KongCasablancaRastros de Ódio... Max Steiner tem trabalhos memoráveis em sua carreira. Mas foi com E o Vento Levou... que chegou ao seu ápice.











Musica&Som edição 95 (Rui Veloso)

 


Música & Som - Edição 95 (Rui Veloso)

Retomo a M & S nº95, desta vez com Rui Veloso à conversa com Nuno Infante do Carmo (mais um senhor da rádio).
"Conversa com gira-discos" era uma secção da revista em que era lançado um repto ao convidado, no sentido deste descobrir qual o tema e o artista que estava a tocar.
Depois a conversa rolava ao sabor da música.
Obs: Ao clicar numa imagem esta irá abrir numa nova janela em tamanho legível :)





Artigo sobre Sammy Hagar - Revista Musica&Som


Um artigo sobre Sammy Hagar (Música & Som)

Continuando no número 56 da Música & Som, desta vez trago um artigo de João Gobern sobre Sammy Hagar.
Penso que este peça foi publicada pouco antes da edição em Portugal do disco ao vivo Loud And Clear, referido aqui como All Night Long (nome com o qual foi editado nos Estados Unidos), registo obrigatório em qualquer boa colecção de discos e que já era originalmente datado de 1978. Ao nosso país chegou portanto dois anos depois mas curiosa e felizmente com um tema a mais que a edição Norte-Americana.
Quanto a mim esta foi aliás a melhor fase de Sammy a solo, não esquecendo também o excelente Danger Zone, este de 1980 e que também saiu por cá um ou dois anos depois...

Uma outra perspectiva do hard rock - Revista Musica&Som

 


Uma outra perspectiva do Hard Rock


Hoje vem do sótão mais um trabalho publicado na revista Música & Somneste caso de Setembro de 1982 e com autoria de José Ângelo Guerreiro.Desta vez um olhar sobre o Hard-Rock feito numa perspectiva de enquadramento histórico/sociológico, abordando desde o nascimento até aos tempos mais recentes, ou seja inícios de década de 80, deste género.
Há ainda lugar para referências aos nomes e obras precursoras do som Hard como Cream, Deep Purple, Led Zeppelin, Stooges, etc.
Um nome muito óbvio é completamente esquecido, falo dos britânicos Black Sabbath, um grupo essencial na história do Hard-Rock e sobretudo do Heavy-Metal.
Mesmo assim é uma leitura interessante, mas fãs dos Kiss abstenham-se...




Uma perspectiva do Hard Rock nos anos 80

Agora que o frio aperta nada melhor que um bom Hard Rock para aquecer a alma. Hum... já li isto algures, pois, fez-me recordar uma peça da revista Música & Som de Março de 1981 que reproduzo abaixo.
Tal como em bastantes outros artigos desta revista nota-se também neste uma particular falta de objectividade quanto se escreve sobre sons mais pesados. Muitas vezes lia-os e perguntava-me: mas porque é que se dão ao trabalho de escrever sobre artistas e sons que nitidamente detestam?
A resposta estava exactamente na minha mão, provavelmente tinha comprado a revista porque incluía um especial Hard-Rock. Estes jornalistas eram quase certamente "convidados à força" a escrevê-los porque isto fazia vender mais exemplares. Quanto a nós, os leitores, infelizmente nestes tempos não tínhamos fontes de informação alternativas.
De qualquer forma nada como ler o referido artigo para tirarem as vossas conclusões.

No entanto este panorama viria a alterar-se poucos anos depois, com o nascimento do jornal Blitz, e também com a distribuição regular de revistas como a Metal Attack, Enfer ou Hard Force.



Trilhas sonoras instrumentais inesquecíveis da história do cinema

  trilhas sonoras instrumentais inesquecíveis da história do cinema

Superman

Compositor: John Williams 

Zack Snyder não quis saber de usar a clássica trilha de John Williams em seu O Homem de Aço. Azar o dele!


Batman

Compositor: 


Danny Elfman


Johnny Depp que nada! O verdadeiro parceiro de Tim Burton é Elfman. Ele fez grandes trabalhos para o diretor em Os Fantasmas Se DivertemEdward Mãos de TesouraO Estranho Mundo de JackA Noiva-Cadáver e por aí vai. Mas foi na trilha de Batman que ele uniu o jeito peculiar do diretor com o universo clássico dos quadrinhos e conseguiu uma trilha que ficasse na cabeça.



A Doce Vida

Compositor: Nino Rota

Clássico de Federico FelliniLa Dolce Vita conta com uma grande trilha sonora de Rota. Os dois trabalharam juntos inúmeras vezes, com destaque ainda para Noites de CabíriaOito e Meio e Amarcord.











Destaque

CRONICA - THE UGLY DUCKLINGS | Somewhere Outside (1966)

  THE UGLY DUCKLINGS é um grupo canadense que animou a cena Garage-Rock na segunda metade dos anos 60. Vindo de Toronto, este grupo foi form...