sábado, 1 de outubro de 2022

BIOGRAFIA DOS Rage Against the Machine


 

Rage Against the Machine (também conhecida como RATM ou simplesmente Rage) é uma banda de rock com origem em Los Angeles, Califórnia. Formado em 1991, o grupo consiste no rapper e vocalista Zack de la Rocha, no baixista e vocalista de apoio Tim Commerford, no guitarrista Tom Morello, e no baterista Brad Wilk. Inicialmente, a instrumentação foi inspirada no heavy metal, bem como em outros grupos de "hip-hop" como Afrika BambaataaPublic EnemyThe Beastie Boys, e na banda holandesa Urban Dance Squad. Rage Against the Machine é também conhecida pelas visões políticas revolucionárias de esquerda de seus membros, que foram expressadas em muitas músicas. Até o ano de 2010, eles haviam vendido cerca de 16 milhões de discos pelo mundo.

Em 1992, a banda lançou seu álbum de estréia auto-intitulado, que se tornou um sucesso comercial, levando a uma abertura no Lollapalooza 1993. A banda não divulgou um registro até 1996, com o Evil Empire. O terceiro álbum da banda The Battle of Los Angeles, foi lançado em 1999. Durante sua temporada inicial de nove anos, eles se tornaram uma das bandas mais populares e influentes da história da música, segundo a jornalista musical Colin Devenish. Eles também foram ordenadas # 33 no VH1's 100 Grandes Artistas de Hard Rock. A banda teve uma grande influência sobre o gênero nu metal que surgiram em meados da década de 1990. Em 2007, os membros originais, após inicialmente anunciarem o regresso para um concerto único no festival Coachella, decidiram organizar uma digressão que se estenderá a diversos países, entre os quais Portugal.[1]

Em 01 de novembro de 2019 a banda anunciou seu retorno aos palcos em 2020, com cinco apresentações. A informação foi divulgada em uma conta do grupo criada no Instagram.[2]

História

Logotipo do primeiro álbum da banda.

Em 1991, o guitarrista Tom Morello deixou sua banda, Lock Up, querendo começar outra banda. Ele estava em um clube em Los Angeles, onde Zack de la Rocha fazia uma apresentação de rap freestyle. Morello ficou impressionado, as pessoas diziam, pelos livros de De la Rocha , que queria ser um rapper em uma banda. Morello convidando o baterista Brad Wilk , que anteriormente fez o teste para Lock Up, enquanto De la Rocha convenceu o seu amigo de infância, Tim Commerford de participar como baixista. O recém-batizado Rage Against the Machine nomearam-se depois uma canção que Zack de la Rocha havia escrito para sua ex-banda de hardcore punk undergroundInside Out (também a ser o título do álbum não gravado Inside Out). Kent McClard, Com quem Inside Out foram associados, tinha inventado a frase em um artigo de 1989, na revista No Answers.

Logo após a formação, deram a sua primeira apresentação pública, em Orange CountyCalifórnia, onde um amigo de Commerford estava fazendo uma festa em casa.

O primeiro grande projeto do grupo era, que o álbum de estréia saísse por uma grande gravadora.

A fita demo do Rage Against the Machine, era constituido por doze canções em fita cassete, que venderam 5.000 cópias, que foi revertido todo o dinheiro para o fã clube.

A imagem da capa era o mercado de ações com um triplo jogo gravado para o cartão de embutimento. Nem todas as doze canções fizeram parte do primeiro álbum e duas canções acabaram sendo incluídas como B-sides, sendo os restantes três canções nunca mais ver um lançamento oficial. Várias gravadoras manifestaram interesse, ea banda finalmente assinou com a Epic Records.

Morello disse: "Epic concordou com tudo que pedimos, e eles acreditaram de que, nós nunca fomos um conflito, desde que tivermos liberdade para criar"

Sucesso na mídia

Em 16 de abril de 1996, foi lançado o esperado segundo disco. Evil Empire entrou directamente para o primeiro lugar do Top 200 da Billboard. O álbum critica, entre outros, o governo de Ronald Reagan e a relação entre os EUA e a URSS e inclui faixas como Bulls On ParadePeople of the SunVietnowRevolverRoll Right e Tire Me (que ganhou o prêmio de melhor performance de metal no Grammy Awards). Em Julho do mesmo ano a banda começou uma digressão pelos EUA que durou até Outubro.

No início de 1998 a banda gravou "No Shelter", parte da trilha sonora do filme Godzilla. Em meados do ano, a banda começava já a ensaiar para o álbum The Battle of Los Angeles, eleito em 2020 pela revista Metal Hammer como um dos 20 melhores álbuns de metal de 1999.[3] Em Setembro, a parte instrumental para as 14 músicas já estava pronta embora as letras estivessem ainda incompletas. Em Janeiro de 1999 a banda organizou um concerto em beneficência de Mumia Abu-Jamal. Apesar de alguns imprevistos, atraiu muita atenção. O mesmo concerto incluiu ainda as apresentações dos hoje bem conhecidos Black StarBad Religion e Beastie Boys. Em Genebra (Suíça), em 12 de abril do mesmo ano, Zack de la Rocha manifestou-se contra as Nações Unidas referindo Mumia Abu-Jamal e a pena de morte nos EUA. Os Rage Against The Machine tocaram depois no Tibetan Freedom Concert e em Woodstock 99. Em Woodstock, queimaram a bandeira americana no palco enquanto tocavam Killing In The Name.

Um dos momentos mais marcantes dos Rage Against the Machine aconteceu durante a filmagem do videoclipe de "Sleep now in the fire", em 26 de janeiro de 2000. O vídeo dirigido por Michael Moore foi gravado à entrada da Bolsa de valores de New York, em plena Wall Street. A banda causou um verdadeiro pandemônio, obrigando a Bolsa de New York a fechar uma hora antes. Os membros da banda acabaram por ser presos.

Fim da banda

Em 18 de outubro de 2000, o vocalista Zack de la Rocha declarou oficialmente que iria deixar a banda. "Sinto que é necessário abandonar os Rage, pois não estamos conseguindo tomar decisões em conjunto", referiu à Imprensa. "Já não funcionamos mais como um grupo e, eu acredito que esta situação está destruindo os nossos ideais políticos e artísticos. Estou muito orgulhoso com o nosso trabalho, quer como ativistas quer como músicos. E também grato a cada pessoa que expressou solidariedade e partilhou esta incrível experiência conosco". Respondendo à declaração de Zack, Tom Morello disse: "Eu não tenho maus sentimentos, e desejo que Zack se dê bem com seu projeto solo. Mas todos estão excitados com as 29 músicas que nós temos gravadas, e algumas delas vão ser lançadas logo." Essa citação se refere ao álbum com material cover, lançado meses mais tarde. A Epic Records disse que estava muito triste com a notícias. Por algum tempo, Zack esteve trabalhando em seu projeto solo com outros artistas hip-hop, como DJ ShadowCompany Flow e Amir do The Roots.

Há quem diga que uma das razões da saída de Zack foi o fato ocorrido no mês anterior durante a apresentação VMA, no qual Tim Commerford escalou uma estrutura do palco e teve que ser retirado do Radio City Music Hall pela segurança. Ele fez isso em protesto ao fato da banda Limp Bizkit ter ganhado o prêmio de banda de rock de ano.

O prometido álbum de covers, chamado Renegades, foi lançado em 5 de dezembro de 2000, e contava com "How I Could Just Kill a Man" (Cypress Hill), "Maggie's Farm" (Bob Dylan) e 'Renegades of Funk" (Afrika Bambaataa).

Zack passou a se dedicar à carreira solo, enquanto os demais integrantes se juntaram a Chris Cornell, ex-vocalista do Soundgarden, formando o Audioslave, que lançou o primeiro CD em novembro de 2002. No ano seguinte, saiu o disco Live at the Grand Olympic Auditorium, que contém uma apresentação ao vivo do Rage Against the Machine.

Regresso

A banda, no final de concerto em 2007.

Em 2007, os esperançosos fãs da banda receberam uma série de notícias que os fizeram acreditar novamente na reativação das atividades da banda.

Primeiro, receberam a notícia que tanto desejavam: o Rage Against The Machine se reunirá mais uma vez, como atração principal na edição 2007 do festival Coachella,[4] em abril, na Califórnia.

Após, Chris Cornell, vocalista do Audioslave, anunciou sua saída da banda por "conflitos pessoais e diferenças musicais".[5]

E por fim, em 25 de fevereiro de 2007, foi anunciado que o RATM marcou mais três datas, como parte do festival de hip hop Rock The Bells, tocando ao lado do Wu-Tang Clan.[6] Após a apresentação no Coachella, Tom Morello disse que não há planos para novo material do RATM.[7]

Em 7 de junho, entrou no ar a página www.ratm82407.com, um site do RATM que mostra duas contagens regressivas. Rumores dizem que se trataria do anúncio de uma turnê mundial, visto que o sítio foi registrado pela empresa Live Nation, responsável por agendar grandes turnês para bandas.[8]

Depois de se confirmar uma digressão pela Austrália na edição de 2008 do Big Day Out,[9][10][11] os RATM anunciaram o regresso à Europa, para o Rock Am Ring e Rock Im Park na Alemanha e o Pinkpop Festival nos Países Baixos. A 13 de dezembro de 2007, foi confirmado o regresso dos RATM a Portugal para um concerto no festival Optimus Alive!, em Algés, a 10 de Julho de 2008.[1] Pouco depois, em 2009, a banda esteve presente no festival Rock in Rio Madrid.

Recentemente Brad Wilk disse em uma entrevista para o site Diabetes Forecast [12] que a banda tem planos para uma turnê na América do Sul em 2010. Segundo ele "A próxima coisa no futuro do RATM é uma turnê pela América do Sul em 2010. Quem sabe um novo disco seja bom. Nós também devemos fazer uma turnê pelos Estados Unidos da América".

Eis que no dia 9 de outubro de 2010, o RATM faz sua primeira passagem pelo Brasil para tocar no Festival de música SWU na cidade de Itu sendo assim uma das bandas mais esperadas. Apesar de algumas falhas no som e na organização, o primeiro show em solo brasileiro teve grande impacto e recebeu elogios.[13] Tom Morello vestiu o boné do MST durante a execução da canção Wake Up e Zack dedicou a canção People of the Sun ao MST.[14] Segundo o Centro de Mídia Independente e outros sites de jornalismo alternativo, o Multishow, que havia prometido a transmissão "na íntegra" do show da banda, teria censurado a exibição com o corte da transmissão após 35 minutos de seu início, no exato momento em que o guitarrista Tom Morello colocou um boné do MST. Em vez do show, passou a transmitir o "Sexytime", programa de televisão pornográfico que só estava previsto para ir ao ar 1h25min depois.[15] O canal alegou que a transmissão foi interrompida por problemas técnicos após invasão da área restrita à equipe de transmissão[16][17] e não pode ser confirmado qual informação era verdadeira. Entretanto, é incontroverso que os elogios que o vocalista Zack de La Rocha fez ao Movimento dos Sem Terra brasileiro foram suprimidos da transmissão que o canal Multishow fazia, tendo ocorrido censura pelo menos nessa parte.[18] No dia 10 de outubro Tom Morello deu a seguinte declaração em sua conta no Twitter sobre o ocorrido: "Eu entendo que a rede cortou quando eu coloquei o boné do PST. Isso significa que nós estamos vencendo". E depois corrigiu dizendo que o correto era MST, e não PST.[19][20] No entanto em 30 de julho de 2011 o RATM fez o que pode ser sua ultima apresentação para comemoração dos vinte anos da banda no festival chamado L.A Rising, porém em 01/05/2014 o baterista Brad Wilk disse que a banda havia encerrado as atividades apos o show em L.A Rising e em 10/06/2016 Tom Morello confirmou o fim definitivo da banda e seguira com sua nova banda chamada Prophets Of Rage que consiste em membros do RATM, Cypress Hill e Public Enemy.

Em 01 de novembro de 2019, a banda anunciou através de sua conta no Instagram que se reuniriam novamente em 2020 para cinco apresentações, incluindo o festival Coachella, na Califórnia.[2]

Visões políticas e ativismo

Palco com uma bandeira negra e uma estrela vermelha
A banda tocando em frente a bandeira do Exército Zapatista de Libertação Nacional.

Os membros do Rage Against the Machine são conhecidos por seus ideais revolucionários de esquerda, e quase todas as letras da banda focam nesses ideais. Chave para a sua identidade, a banda expressou pontos de vista altamente críticos em relação às políticas internas e externas dos governos atuais e anteriores dos EUA. O avô do vocalista, Isaac de la Rocha Beltrán (1910–1985), foi um revolucionário que lutou na Revolução Mexicana.[21] Ao longo de sua existência, seus membros participaram de protestos políticos e outros ativismos para defender suas crenças. A banda vê sua música como um veículo para o ativismo social. De la Rocha explicou:

"Estou interessado em divulgar essas ideias através da arte, porque a música tem o poder de cruzar fronteiras, romper cercos militares e estabelecer diálogos reais."[22]

Morello sobre a escravidão do salário nos Estados Unidos:

A América se proclama como a terra dos livres, mas a liberdade número um que você e eu temos é a liberdade de entrar em um papel subserviente no local de trabalho. Depois de exercitar essa liberdade, você perderá todo o controle sobre o que você faz, o que é produzido e como é produzido. E no final, o produto não pertence a você. A única maneira de evitar patrões e empregos é se você não se importa em ganhar a vida. O que leva à segunda liberdade: a liberdade de morrer de fome.[23]

O jornalista estadunidense Brian Doherty acusou o grupo de hipocrisia por se comprometerem com causas de esquerda enquanto são milionários assinados pela Epic Records, uma subsidiária do conglomerado de mídia Sony Music.[24] A banda Infectious Grooves lançou uma música chamada "Do What I Tell Ya!" (Faça o que eu mando!) que zomba da letra de "Killing in the Name" pelo mesmo motivo.[25] Em resposta a essas críticas, Morello disse:

Quando você vive numa sociedade capitalista, a moeda da disseminação da informação passa pelos canais capitalistas. Será que Noam Chomsky objetaria que suas obras fossem vendidas na Barnes & Noble? Não, porque é onde as pessoas compram seus livros. Não estamos interessados ​​em pregar apenas aos convertidos. É ótimo tocar em prédios abandonados administrados por anarquistas, mas também é ótimo poder alcançar pessoas com uma mensagem revolucionária, pessoas de Granada Hills a Estugarda.[26]

De la Rocha complementou:

Sim, para reunir o maior número possível de pessoas para participar do debate político, para iniciar o diálogo. Eu estava me perguntando hoje, por que alguém iria subir ao topo da embaixada americana com um cartaz que diz "Libertem Mumia Abu-Jamal", por que você faz isso? Isso é para chamar a atenção da imprensa internacional. A rede internacional que a Sony tem disponível é para mim a ferramenta perfeita que você conhece, pode fazer com que mais pessoas se unam a uma consciência revolucionária e lutem.[27]

Jogos

Integrantes

Discografía

Álbuns de estúdio

Álbuns ao vivo

Singles

AnoMúsicaTabelas de VendasÁlbum
US
[28]
US
Alt.

[28]
US
Main.

[28]
AUS
[29]
FRA
[30]
NLD
[31]
NOR
[32]
NZ
[33]
SWE
[34]
UK
1993"Killing in the Name"71091381Rage Against the Machine
"Bullet in the Head"471916
"Bombtrack"81137
1994"Freedom"17
"Year of tha Boomerang"Higher Learning
1996"Bulls on Parade"113629274642298Evil Empire
"People of the Sun"26
"Down Rodeo"
1997"Vietnow"
1998"The Ghost of Tom Joad"3435Non-album single
"No Shelter"3330Godzilla
1999"Guerrilla Radio"69611174232The Battle of Los Angeles
2000"Sleep Now in the Fire"81643
"Testify"1622
"Calm Like a Bomb"
"Renegades of Funk"919Renegades (álbum de Rage Against the Machine)
2001"How I Could Just Kill a Man"3739
"—" lançamentos que não estiveram nas tabelas ou que não foram editados naquele pais.

Videografia

Vídeos musicais




               

Bandas Raras de um só Disco

 

Blåkulla (1975)

Banda sueca de rock progressivo sinfônico, com apenas um álbum lançado.

Em 1971, no inicio da banda, se chamavam Kendal, oriunda de Gothenburg, costa oeste da Suécia. Bem no começo faziam um Blues Rock muito influenciado pelo Cream. Porém, logo abandonam a sonoridade para entrar de cabeça no progressivo.

Chegam a gravar alguma musicas em 1974, até a saída do baixista Steinar Arnason, que iria se integrar a banda islandesa Iceland. Essas músicas foram colocadas como bônus no relançamento em CD, em 1997.

Quando ele saiu, a banda ficou próximo de se separar, mas a gravadora Anette os convenceram a gravar o álbum, em 1975. Com 1000 cópias prensadas, hoje é objeto de desejo de colecionadores. Um álbum que muito me agrada, o idioma não atrapalha a experiência, porém divide opiniões.

O tecladista Bo Ferm deixa a banda logo depois, que encerra as atividades no mesmo ano.

Depois da separação, Hannes Rastan forma a banda Text & Musik. Também participou da banda de apoio de Björn Afzelius, chamada Globetrotters. Porém, ele é mais conhecido pelo elogiado trabalho como jornalista investigativo pra TV, chegando a ganhar muitos prêmios. Morreu em 2012, mas seu livro sobre Thomas Quick, um serial killer sueco, que Rastam tentou provar ser inocente, lançado postumamente, gera muita polêmica na Suécia até os dias de hoje, devido as dúvidas da confiabilidade do sistema jurídico sueco.

Mats Öberg abandonou o rock para tocar violão clássico e também é médico.

Uma das grandes bandas de seu país, como o Kaipa e Junipher Greene.  

 Integrantes.
 
Dennis Lindegren (Vocais)
Mats Öhberg (Guitarra e Violão)
Bosse "Bo" Ferm (Órgão, Piano)
Hannes Råstam (Baixo, 1-9)
Steinar Arnason (Baixo, 10-12)
Tomas Olsson (Bateria)
 
 01. Frigivningen (1:33)

02. Sirenernas Sång (6:05)
03. Idealet (3:44)
04. De får la Stå Öppet tess Vidare (1:47)
05. Maskinsång (5:16)
06. I Solnedgången (4:53)
07. Drottningholmsmusiken (2:20)
08. Världens Gång (1:53)
09. Erinran (10:36)
Bonus Tracks.
10. Mars (7:46)
11. Linnéa (5:49)
12. Idolen (6:41)
 

Salma e Mac – Voo Livre (2022)


 

Salma e Mac estão de regresso. Como dupla, o casal Carne Doce apostou em caminhos acústicos, em ambientes pop sensuais e tropicais. E vão deixar “marquinha” em muitos de nós. Isso é garantido!

O disco cheira a “sol e mar” por todos os seus poros. É uma fatia de verão com os pés em água salgada e os olhos postos num bonito final de tarde. Uma espécie de golden hour sonora à flor da pele. Não há que enganar. Os dias que nos restam até ao final da estação estão bem entregues. A companhia de Salma Jô e Macloys Aquino garantem bom gosto, canções frescas e elegantes. O melhor é aproveitarmos Voo Livre, enquanto os dias ainda são longos.

Por cá, serão já muitos os portugueses que os conhecem, embora talvez mais pelo nome da banda que formaram em Goiânia, há mais ou menos uma década. Os Carne Doce são nome assíduo nestas páginas desde o início de 2014, quando lançaram (no ano anterior) o ep Dos Namorados. Desde lá e até hoje, fomos sempre dando conta da sua música e do seu desejo de triunfar, tanto no Brasil como por terras lusas. No entanto, o mundo sofreu uma terrível paragem em 2019, o que obrigou a mudanças e a crescimentos artísticos inusitados, como se de uma questão de sobrevivência se tratasse. Por via disso, o casal Salma e Mac resolveram espreguiçar o seu talento como dupla, espraiando-se por novos caminhos musicais. O primeiro bom sintoma foi Salma e Mac, o ep tornado público no ano passado, e que por aqui demos o devido eco. Agora, a ideia cresceu e ganhou a forma de álbum.

São oito temas, apenas. Desse conjunto, dois foram retirados da discografia dos Carne Doce. “Hater” é uma canção de Interior, álbum de 2020, e “Cetapensâno” pode ser encontrada em Princesa, de 2016. Os restantes seis são inéditos. Grosso modo, é isto que temos em Voo Livre. No entanto, há muito para escutar neste recente disco. Muito encanto e muita sensualidade.

O disco abre com “Gringa”, cheia de congas, bongôs, ganzás e bumbos. O efeito gingão é imediato e a letra adensa a voluptuosidade do tema: alguém que quer viajar, sair do lugar de sempre, sair até de si próprio, se é que nos fazemos entender, e assim, nessa postura livre e despudorada, ser gringa de copo na mão, escutando “um funk” à beira mar. Como statement inicial, não nos parece nada mal. Segue-se “Marquinha”, single de apresentação de Voo Livre, canção que pouco demora a derreter-nos, tal o charme sedutor que transborda dela. Como se a dita gringativesse voltado ao local de partida, quebrando agora o coração de quem não lhe havia dado o devido valor: Eu fui beijada pelo sol e vai saber quais bocas mais (…) E só aí que você viu meu brilho e minha beleza / E pra si mesmo repetiu: “perdeu, playboy, esqueça!”. A voz de Salma Jô está de deixar marquinha perpétua a quem a escutar. Perfeita! “Sobremesa”, a terceira entrada do álbum, é (de novo) uma “canção-Lolita”, como quase todas as outras. Ela insinua, promete, garante e faz, trazendo o tom excessivo de uma “safadeza” merecida: “Você hoje até merece sobremesa / Com açúcar, com afeto e safadeza (…) Até não mais poder /  Até eu me encher de você”. Nabokov ficaria satisfeito. Chico Buarque também. “Na Pele” muda ligeiramente o tom rítmico das anteriores. É mais introspetiva, menos “solar”, mas muito bonita, destacando-se o violão de aço de Macloys. Interessantes, as novas roupagens das canções dos Carne Doce acima referidas, despidas dos adornos instrumentais originais. Encaixam bem em Voo Livre, oferecem novas hipóteses de leituras e chegam a novos públicos, o que é sempre coisa de valor. Restam “Voo Livre”, o tema que designa o álbum e “Capacho”. O primeiro tem jeito de bossa nova e é das mais tranquilas e (falsamente) serenas das canções do disco. É, diga-se de passagem, a letra mais bonita e mais intensa de todas as oito. Uma pequena maravilha, um pequeno tratado de psicologia amorosa. O segundo, e neste caso derradeiro tema do álbum, é um “segredo”, coisa dura de ouvir (“É de ser fraco que você gosta / Para depois terminar aqui / Como capacho da minha porta”), na linha da serenidade sofrida de “Voo Livre”. No seu todo, este primeiro longa duração de Salma e Mac é uma verdadeira pérola sonora, um oásis fértil e irresistível que nos faz ter vontade de cair em tentação.

Como nota final, é forçoso referir que Voo Livre é um disco que apresenta vários luxos, digamos assim. Desde logo pelo facto de ser produzido por Kassin, esse novo mago da MPB, como músico e como produtor, mas também por contar com a presença de Leonardo Reis e Felipe Pacheco, nomes que já tocaram com as mais altas feras da música do país irmão. Salma e Mac estão de parabéns, uma vez mais. Neste Voo Livre, eles e nós fazemos a festa. Sinta-se também convidado a entrar. Vai ver que não vai querer sair tão cedo.



XTC – Mummer (1983)


 

Com Mummer, os XTC chegavam ao seu sexto disco de originais. O novo som da banda não colheu os frutos desejados, mas o tempo far-lhe-á justiça: é um enorme álbum, disso não temos dúvidas.

A vida não andava fácil para a banda, sobretudo para Andy Partridge, o seu grande mentor. A decisão que havia tomado era drástica, totalmente radical: os XTC não mais voltariam a fazer digressões, tudo por causa dos múltiplos problemas de stress de Partridge, que passou a não conseguir estar palco. Foram tempos duros, logo depois de terem lançado o disco que até à data lhes havia garantido algum interessante sucesso, o ótimo English Settlement, de 1982, principalmente devido ao hit “Senses Working Overtime”. A editora da banda, a Virgin Records, não aprovou o cancelamento das digressões, o que tornou o cenário ainda pior. Andy Partridge ficou um longo período em recuperação e correu mesmo o boato de que teria falecido. Na verdade, o músico ficou em casa, muitas vezes sem se mexer, uma vez que o corpo não obedecia ao que a cabeça pedia. O próprio temeu tornar-se um novo Syd Barrett. Nada disso aconteceu, e aos poucos a terapia para a recuperação surgiu fazendo canções. Foi assim, aos poucos, que foi surgindo Mummer. Demorou a ser gravado e a sair, uma vez que a Virgin não encontrava nenhum single nas canções que iam sendo feitas. Resultado final: um enorme fracasso comercial.

Na verdade, Mummer é um disco mal amado até hoje. Nunca será a escolha óbvia para mostrar a grandeza da banda, nem é tido como referência na sua discografia. Mas alguma justiça terá de lhe ser feita, e este é o propósito máximo deste texto. Para nós, Mummer é um extraordinário álbum. Ele representou uma espécie de renascimento, o primeiro passo de um novo caminho.

O álbum abre com “Beating of Hearts”, e o som é claramente XTC. O tema poderia pertencer ao já referido álbum anterior, assim como “Great Fire”, “Me and The Wind” e “Funk Pop a Roll” ficariam bem como faixas de Drums and Wires, de 1979. No entanto, uma nova orientação musical parece percorrer algumas das outras composições de Mummer, nomeadamente “Wonderland”, “Love On a Farmboy’s Wages” e “Ladybird”, por exemplo. Há em todas elas um sentimento de tranquilidade e de nostalgia que as destacam das restantes. Trazem novidades, um certo elemento pastoral, parecem frutos resultantes de uma nova e inesperada colheita. Curiosamente, Andy Partridge queria que o álbum tivesse como título a expressão Fruits Fallen From God’s Garden, mas tal não aconteceu, sobretudo devido ao uso da palavra God, que naqueles tempos seria sempre algo que as editoras gostavam de evitar. Acabou por ficar Mummer, referência a uma antiga tradição britânica em que gente comum agia como intérpretes em peças de rua, aproveitando-se o título como forma de expressar, de forma algo ambígua, a nova vida dos XTC, retirados das apresentações ao vivo.

Mas voltemos às canções, uma vez que são a essência do álbum. Numa perspetiva muito alargada, e dito da maneira mais simples possível, Mummer é o primeiro passo em direção a Skylarking (1986) ou até mesmo em direçãoo a Apple Venus Volume 1 (1999), sobretudo pela elegância e sofisticação. Convém perceber que os XTC passaram a ser exclusivamente uma banda de estúdio, pelo que as suas preocupações musicais começaram a ser outras, bem mais ambiciosas em termos de gravação, uma vez que sabiam perfeitamente que nunca mais se apresentariam ao vivo para tocarem o novo material que fossem, entretanto, compondo. Tudo isto resultou, como dizíamos há pouco, num claro renascimento. Cordas, teclas, sons orquestrais começaram, aos poucos, a entrar no novo adn dos XTC. E por isso, Mummer ocupará sempre um lugar de charneira na história da banda de Swindon. Mummer e o seguinte The Big Express (1984).

Ignorar este disco parece-nos ser um erro crasso, e ignorar os XTC e a sua extensa discografia é, seguramente, um pecado capital.


Tom Petty & the Heartbreakers abriu turnê final

 


Petty e o baterista Steve Ferrone durante “You Wreck Me” na noite de abertura da turnê

A turnê do 40º aniversário de Tom Petty and the Heartbreakers abriu na Chesapeake Arena em Oklahoma City em 20 de abril de 2017, com um set de 21 músicas que incluía grandes sucessos, bem como faixas de catálogo profundos dos álbuns da banda e lançamentos solo de Petty.

A turnê comemorativa durou 56 apresentações, embora tenha abrangedo apenas três países.

E tudo começou em uma noite de quinta-feira em Oklahoma, com “Rockin' Around (With You)”, a faixa de abertura do álbum de estreia da banda, autointitulado, de 1976. De acordo com o setlist.fm, a última vez que a música foi tocada pela banda em um show foi em 1983.

Tom Petty and the Heartbreakers Oklahoma City, 20 de abril de 2017 Setlist
Rockin' Around (With You)
A última dança de Mary Jane
Você não sabe como se sente
Homem esquecido
Você teve sorte
Eu não vou
recuar Free Fallin '
American Dream Plan B
Paredes

Assista a “Walls”, 

É bom ser rei
Não venha por aqui Chega de
flores silvestres
Algo bom chegando
Hora de seguir em frente
Aprendendo a voar
Tão ruim
que eu deveria saber disso
Refugiado
fugindo de um sonho

Assista a banda tocar "Refugee" e "Runnin' Down a Dream" no show de Oklahoma City



Os Heartbreakers voltaram ao palco para duas músicas, acompanhados por uma enorme ovação do público agradecido.

Assista “You Wreck Me....”

Após outra ovação empolgante, a banda encerrou com “American Girl”.

Obrigado ao flightbag89 pelos ótimos vídeos.

Abrindo o show, como fez em muitas das datas, estava Joe Walsh . Ele entregou um mini-set compacto de oito músicas que apresentava “Take It to the Limit”, que ele tocou como uma homenagem ao seu falecido colega de banda Glenn Frey, bem como “Funk # 49” de seus dias de James Gang e favoritos solo como “Rocky Mountain Way” e “A vida tem sido boa”.

Assista Joe Walsh tocar “Turn to Stone”

Destaque

Há 35 anos, em 20 de novembro de 1989, Os Paralamas do Sucesso lançavam Big Bang

Há 35 anos, em 20 de novembro de 1989, Os Paralamas do Sucesso lançavam Big Bang, quinto álbum de estúdio da banda fluminense. Continuando ...