Tiago Bettencourt acaba de apresentar o vídeo do single “O Jardim” ao vivo no Coliseu dos Recreios com a Orquestra Clássica do Centro.
No ano em que completa 2 décadas de Carreira, Tiago Bettencourt editará no último trimestre de 2023 o Volume 2 do muito celebrado concerto no Coliseu dos Recreios de Lisboa
Os Wilco vão editar o novo álbum “Cousin” a 29 de setembro. O primeiro single “Evicted” acaba de ser partilhado.
“Cousin” será a primeira edição da dBpm Records. A banda vai estar em digressão pela Europa, Reino Unido, Irlanda, México e EUA a promover o novo álbum, passando pelo Vodafone Paredes de Coura a 19 de agosto.
“Sou primo (cousin) do mundo”, confessa o vocalista Jeff Tweedy. “Não sinto que esteja numa relação de sangue, mas talvez seja primo por casamento”. Produzido pela singular artista galesa Cate Le Bon, “Cousin” é a primeira vez que os Wilco entregam as rédeas a um produtor fora do círculo próximo de colaboradores desde “Sky Blue Sky”.
As influências de Le Bon — como a inclusão de um saxofone, guitarras japonesas baratas, e uma muito cinematográfica caixa de ritmos, tipicamente New Wave — conduzem o álbum para o futuro. O resultado é o álbum mais aguçado e evocativo dos Wilco, relacionado com o momento, embora sem estar refém. Terreno novo para uma banda que ao longo da extensa carreira testou várias vezes os limites musicais.
Calvin Harris acaba de lançar o seu novo single “Desire” com Sam Smith. Esta parceria marca a sua terceira colaboração após o sucesso de “Promises“, que passou seis semanas em #1 e “I’m Not Here To Make Friends”, êxitos que Calvin produziu para o álbum “Gloria” de Sam Smith.
Pérola formada no começo dos anos 1970 em Oxford, na Inglaterra. O grupo lançou apenas um álbum na Alemanha, pela Bellaphon, em 1972. O disco Diabolus traz um rock progressivo misturado com jazz rock, com muita improvisações. Destaque para a bateria e algumas boas passagens de flauta e saxofone. O som lembra bandas como Gentle Giant e Jethro Tull. Pérola muito boa, recomendado!!!
- John Hadfield / lead guitar & vocals - Anthony Hadfied / bass, vocals - Philip Howard / flute, keyboards, saxophone, organ, piano - Ellwood Von Seibold / drums
1. Lonely Days (7:10) 2. Night Clouded Moon (5:46) 3. 1002 Nights (4:48) 4. 3 Pieces Suite (7:05) 5. Lady Of The Moon (3:56) 6. Laura Sleeping (8:04) 7. Spontenuity (8:20) 8. Raven's Call (6:18)
King John, alter-ego do açoriano António Alves, entrega um bom disco de estreia influenciado pelo blues-rock.
All The Good Men That Did Ever Exist aborda as relações humanas e emocionais de King John. Da sua chegada a Lisboa “Island Naive” à questão fundamental de qualquer músico “Am I Cool Enough”, a sonoridade faz lembrar Charles Bradley, Benjamin Booker e até uns toques de Legendary Tigerman.
O disco arranca com a instrumental “Interlude For Humanity”, uma canção que não chega a conclusão nenhuma, soa a enchimento e podia ter ficado igualmente bem a meio ou até no fim do álbum. É na segunda faixa que descobrimos a voz de King John. “Go to France” fala de arriscar, por isso é pena que não seja esta a primeira que se ouve. “Walk It Off” tem uma variação interessante no refrão e mais importante, ao fim de dois minutos decide ser outra canção, mas em bom. “Don’t Love Me Love Yourself” tem uns ecos à parte como o lado mais suave de uns Time For T. Bem construída e sonorizada, é, a par de “Whimsical” uma canção que poderia fazer parte de um airplay de uma rádio com vertente rock. A outra delas (e a mais forte de todo o disco) é “Island Naive”. “Am I Cool Enough” faz sentir que o disco pode levar a alguma coisa mas infelizmente soa a algo já ouvido. O ritmo apressado quebra na faixa-título, uma canção cantada com muita emoção, que transparece sonoramente. Terminamos a viagem em “Short Dance, a True Story” que se atira para um lado mais folk acústico.
É um álbum sincero e com histórias tiradas da experiência pessoal. O estilo escolhido não é favorável a muitas variações de guitarra-baixo-bateria-voz, por isso o piano e órgão na maior parte das músicas é um toque muito bem vindo e leva as canções a bom porto.
As composições todas têm um “punch” interessante, com os distintos instrumentos em diferentes camadas. Fica a impressão geral de que algumas coisas não soam totalmente a novo mas que ainda soam todas muito bem no conjunto. All The Good Men That Did Ever Exist é um bom primeiro disco de um artista que vale a pena descobrir.
Renato & Seus Blue Caps podem não ter sido revolucionária como os Mutantes, nem campeões em vendas de discos como o RPM e muito menos tiveram a fama internacional do Sepultura. Mas eles têm algo que nenhuma dessas bandas citadas e nem outras bandas do rock brasileiro possuem: a de banda com maior longevidade da história do rock brasileiro. Nem mesmo a morte do seu líder e fundador, o guitarrista e vocalista Renato Barros, em 2019, aos 75 anos, foi capaz de pôr um ponto final a pouco mais de 60 anos de carreira da banda que foi uma das mais populares da Jovem Guarda, nos anos 1960.
A história da banda começa em 1960, no Rio de Janeiro, quando os irmãos Renato Barros (guitarra solo), Paulo César Barros (baixo) e Ed Wilson (vocais) formam um grupo de rock com os amigos Euclides de Paula (guitarra base) e Gelson Moraes (bateria). Como os jovens eram moradores do bairro da Piedade, a banda foi batizada como Bacaninhas do Rock da Piedade, um nome pouco inspirador. Não demorou muito e o conjunto foi rebatizado para Renato & Seus Blue Caps, nome copiado da Gene Vincent and His Blue Caps, uma das bandas pioneiras do rock americano.
Em 1961, Ed Wilson deixa o grupo para seguir carreira solo como cantor. A partir de então, a banda passa por várias trocas de integrantes. Dentre as passagens e trocas de membros, a banda contou com Erasmo Carlos como integrante, que depois sairia para fazer uma carreira solo muito bem sucedida, e o saxofonista Roberto Simonal, irmão do cantor Wilson Simonal.
Nos primeiros anos de existência, além das apresentações ao vivo nos palcos, Renato & Seus Blue Caps se apresentavam em programas de rádio e TV do Rio de Janeiro, como o programa Os Brotos Comandam, apresentado por Carlos imperial (1935-1992) na TV Rio.
Através da gravadora Copacabana, Renato & Seus Blue Caps lançaram em 1962 o primeiro álbum intitulado Twist. O disco foi dividido com outros dois jovens artistas, os cantores Reynaldo Rayol (1944-2021) e Cleide Alves (1946-2014), que não faziam parte da banda. O disco não teve repercussão comercial alguma. Em 1963, lançam o segundo álbum que leva o nome da banda, e que assim como o álbum de estreia, também não provocou nenhuma repercussão.
Ainda em 1963, graças ao apoio de Roberto Carlos, Renato & Seus Blue Caps são contratados pela gravadora CBS. Eles acompanham Roberto Carlos na gravação da canção “Splish Splash”, que entrou no álbum de mesmo nome, lançado pelo cantor. Como contratado da CBS, Renato & Seus Blue Caps serviu de banda de acompanhamento de outros artista da gravadora, como Wanderléa. Em 1964, finalmente Renato & Seus Blue Caps lançaram o terceiro disco e o primeiro pela CBS, Viva A Juventude!. A faixa “Menina Linda” (versão em português de “I Should Have Know Better”, dos Beatles) estoura nas paradas de rádio de todo o Brasil, se tornando foi o primeiro grande sucesso da carreira de Renato & Seus Blue Caps. E assim, a banda se torna conhecida do grande público.
O sucesso com “Menina Linda” motivou a banda a apostar em versões em português de rocks de artistas internacionais, costume que na verdade era muito comum nos primórdios do rock brasileiro. Beatles eram preferência da banda para fazer as versões em português, apesar de terem feito versões de outros artistas internacionais.
Capa de Viva A Juventude!, álbum que contém o primeiro grande sucesso de Renato & Seus Blues Caps, "Menina Linda", versão em português de “I Should Have Know Better” dos Beatles.
Isto É Renato E Seus Blue Caps, quarto álbum do grupo, lançado em 1965, traz mais versões em português que se tornaram grandes sucessos radiofônicos como “Feche Os Olhos” (versão em português de “All My Loving”, dos Beatles), “Você Não Soube Amar” (versão em português de “It’s Gonna Be All Right”, de Gerry And The Pacemakers) e “O Escândalo” (versão em português de “Shame And Scandal In The Family”, regravada pelos mais diversos artistas estrangeiros até aquela época), considerada o primeiro ska gravado no Brasil. O disco tem um bom desempenho comercial.
Em agosto de 1965, estreia na TV Record, de São Paulo, o programa Jovem Guarda, atração apresentada por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa nas tardes de domingo e que se tornou um fenômeno de massa perante o público jovem de norte a sul do Brasil, comparável à beatlemania. No programa, vários artistas de músicas jovem se apresentavam, dentre os quais Renato & Seus Blue Caps, que teve a sua imagem bastante vinculada ao programa que acabou virando um movimento musical.
Mas em dezembro de 1966, foi lançado aquele que é considerado o melhor álbum de Renato & Seus Blue Caps na década de 1960, Um Embalo Com Renato e Seus Blue Caps, quinto álbum de estúdio da banda carioca.
Assim como todos os discos dos astros da Jovem Guarda, Um Embalo Com Renato e Seus Blue Caps traz canções de letras pueris e ingênuas sobre desilusões amorosas, amores ressentidos e paixões arrebatadoras. No entanto, embora as letras das canções de Um Embalo Com Renato e Seus Blue Caps abordem temas românticos, o álbum não possui baladas, canções lentas, apenas rocks e pop rocks. Das doze faixas do álbum, sete são versões em português de músicas internacionais e cinco são canções autorais.
O álbum traz como convidado o tecladista Lafayette (1943-2021) tocando órgão elétrico em algumas faixas. Lafayette ficou conhecido por criar um tipo de sonoridade extraído do seu órgão Hammond tão específico que virou uma marca registrada dos discos da Jovem Guarda.
“Meu Bem Não Me Quer” é a canção que abre Um Embalo Com Renato e Seus Blue Caps. A música é uma versão em português de “My Baby Don’t Care”, da The Gants, uma obscura banda americana de rock de garagem. Enquanto a versão original é mais lenta e “arrastada”, a versão de Renato & Seus Blue Caps é um pouco mais rápida, mais “palatável” e radiofônica. Além disso, banda brasileira deu para essa versão de uma canção dos Gants uma sonoridade bastante influenciada pelos Beatles, o que faz a sua versão se distanciar da musicalidade da versão original.
Tony, Paulo César Barros, Renato Barros, Cid Chaves e Carlinhos.
Versão em português de “Look Through Any Window” da banda inglesa The Hollies, “Pra Você Eu Não Sou Ninguém” trata sobre um jovem que sofreu uma desilusão amorosa ao ver a garota que amava saindo com outro. Em “Até O Fim” (versão em português de “You Won’t See Me”, dos Beatles) um homem apaixonado por uma jovem garota está disposto a esperá-la crescer e viver o amor tão esperado pelos dois: “Se eu não sou seu bem / Por que és jovem és jovem pra mim / Eu te esperarei até o fim”).
“Sim, Sou Feliz” abre com um som “sujo” e estridente de guitarra com efeito de pedal fuzz bem característico do estilo de Renato Barros. Muito inspirada no som dos Beatles, principalmente nas harmonizações vocais, “Sim Sou Feliz” foi escrita pelos irmãos Renato e Paulo César Barros, e trata sobre reconciliação, após um casal de namorados passar por momentos difíceis na sua relação. Reconciliação também é o tema da canção seguinte, “Gosto de Você” (versão em português de “Tell Me What You See”, dos Beatles), em que um jovem rapaz reencontra a felicidade ao reatar o namoro com a garota que o havia abandonado por outro.
Última faixa do lado A do álbum, “Perdi A Esperança” foi escrita por Paulo César Barros, e mostra o jovem baixista não era apenas um músico habilidoso, mas também um compositor talentoso. A música é uma das melhores do disco, seja pela letra, pelos arranjos ou pela métrica dos versos que se diferencia da linha musical das bandas estrangeiras que Renato & Seus Blue Caps costumavam fazer versões.
O lado B de Um Embalo Com Renato e Seus Blue Caps começa com “Primeira Lágrima” um dos maiores sucessos da carreira de Renato & Seus Blue Caps. A canção é melodicamente acessível, radiofônica e com um refrão grudento. É o típico exemplo do “pop perfeito”. Os versos carregados de drama adolescente retratam a amargura de um garoto após a sua amada terminar tudo e ir embora.
“Dona do Meu Coração” é uma versão em português de “Run For You”, dos Beatles. A letra em português conta a história curiosa do rapaz que se desesperou ao ver a sua namorada saindo com um desconhecido. Ele logo imaginou que estava sendo traído. Só no dia seguinte ele soube que o tal desconhecido era o irmão de sua namorada.
O clássico do The Mamas and The Papas, “California Dreamin’”, ganhou uma versão em português com Renato & Seus Blue Caps, “Não Te Esquecerei”, presente em Um Embalo Com Renato e Seus Blue Caps, e que trata sobre solidão e abandono. A solidão e a busca por um amor para viver estão presentes nos versos de “Vivo Só”, versão em português de “For You Love”, dos Yardbirds. Em “Não Quero Ver Você Chorar”, um jovem promete não deixar a garota que ama.
Oálbum termina com a música mais fraca do disco, “A Garota Que Eu Gosto”. A música tomou emprestada a melodia da cantiga infantil “Atirei O Pau No Gato”, e a letra, é tão ingênua que chega a ser constrangedora.
Das doze faixas de Um Embalo Com Renato e Seus Blue Caps, metade teve grande execução em rádio: “Meu Bem Não Me Quer”, “Primeira Lágrima”, “Até O Fim”, “Não Te Esquecerei”, “Pra Você Não Sou Ninguém”, “Sim, Sou Feliz”. Isso impulsionou as vendas do álbum, e fez dele o mais vendido da carreira Renato & Seus Blue Caps. O sucesso de Um Embalo Com Renato e Seus Blue Caps rendeu à banda carioca o convite para acompanhar Roberto Carlos na gravação do álbum do cantor, Roberto Carlos Em Ritmo de Aventura, de 1967.
Naquele mesmo ano, Renato & Seus Blue Caps lançaram o sexto e autointitulado álbum. Embora tivesse emplacado uma ou outra faixa nas paradas de sucesso, esse disco não repetiu o mesmo desempenho comercial de Um Embalo Com Renato e Seus Blue Caps. Recheado de baladas, algumas delas muito piegas, o disco já dava indícios de que a banda dali em diante, trilharia um caminho musical mais voltado para a música popularesca, algo que seria muito comum nos discos da banda a partir da década de 1970 em diante.
Faixas:
Lado 1
01. “Meu Bem Não Me Quer” (“My Baby Don’t Care”) (Sid Herring; Versão: Renato Barros)
02. “Pra Você Não Sou Ninguém” (“Look Thru Any Window”) (Goldman - Silverman; Paulo Cesar Barros)
03. “Até o Fim” (“You Won’t See Me)” (John Lennon - Paul McCartney; Versão: Lilian Knapp)
04. “Sim, Sou Feliz” (Renato Barros - Paulo César Barros)
05. “Gosto de Você” (“Tell Me What You See”) (John Lennon - Paul McCartney; Versão: Paulo César Barros)
06. “Perdi a Esperança” (Paulo César Barros - Marcus Fabiani)
Lado 2
07. “Primeira Lágrima” (Renato Barros)
08. “Dona do Meu Coração” (“Run For Your Life”) (John Lennon - Paul McCartney; Versão: Renato Barros)
09. “Não Te Esquecerei” (“California Dreamin’”) (J. Philips - M. Philips; Versão: Lilian Knapp)
10. “Vivo Só” (“For Your Love”) (G. Gouldman; Versão: Paulo César Barros)
11. “Não Quero Ver Você Chorar” (Paulo César Barros)
12. “A Garota Que Eu Gosto” (Adaptação: Renato Barros)
Renato & Seus Blue Caps: Renato Barros (guitarra e voz), Paulo César Barros (baixo e voz), Cid Chaves (voz e saxofone), Carlinhos (guitarra base) e Tony (bateria).